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Azul

Frio e moletom O bolado bom vem com batom Filme e edredom O seu dom é me domar ao som Poucas luzes Mas nítida em degradê de tons Seu perfume Meu Apocalipse e Armagedom Você me bagunça, me leva Você me arruma, me acerta Perco o rumo e não durmo Em luzes de neon Vício, te fumo, te consumo E me assumo seu garçom Conduzo e não te puxo Pelos, seus braços Mas recuso, todos Os outros laços Você me arruma e me leva Você me bagunça, me acerta Como uma oração, forte você veio Como uma droga, me fez viajar Como afrodisíaco, despertou desejos Como o cigarro, eu quis largar Você é meu ópio 

Erê

O mundo é muito são De muita pouca unção O mundo é muito são E cheio de sem noção De uma sanidade Que muitas vezes entorpece, entope ou veda Nos faz esquecer Que toda criança se levanta depois da queda Pode até chorar, mas quando ela te olhar Finge que nada aconteceu e sorri Pode até sangrar, mas sua mãe vem sarar Finge que nada aconteceu e sorri Corre, pula, sobe Volta a se divertir Move, suja, come Volta a se divertir Feliz o homem que ainda tem esse espírito

Neblina aos Submersos e Submissos

Terra árida e fria Quase sua areia movediça Vento que suspira Vem, múrmura e assovia Em Pântanos de caos Ou sementes de escuridão Ao que se dizia o tal E foi levado pela vastidão O seu grito nem foi ouvido Mais um sumiu Tornou-se menos espírito Ou, talvez fugiu É... que em toda essa imensidão Nunca se sabe pra onde eles vão

O Drama do Dharma

Uma mente aflita Frita Parelha em reflita Grita Bate aquela insônia Sonora e bem desarmônica Sinfonia de sondas Ondas em sitônia e carona Nem chove, nem relampeia Nem gárgulas, nem sereias Fantasmas normais Que até parecem ser reais Em asmas surreais E nossos carmas racionais Consciência em arrepios Em uma pele e dois rios

Tamanduá

Decomposição astral Mares do corpo Reposição de fractal Lares e assolos Entre a critica e sátira social de farpas Ambas com a mesma informação Uma causa o impacto, a outra risadas Ambas alicerces para a alienação Eu perdi minha direção E queimei algumas poesias e canções Fiz parte da falsa nação E da farsa expansão, recobrei paixões Cria de jardins Onde umas desabrocham, outras dão frutos Sei onde nasci Mas ainda não sei qual será o meu sepulcro Fui comprar meu lugar no céu Me disseram - Presta atenção Confuso, fui de confesso à réu Eles não vendiam à prestação Lá no bar de esquina uma dose era mais barata Ontem o tiozinho pedia trocado e hoje, cata lata

(Do)Ar

Um sonho onde nós não estamos Não existimos, não coexistimos, não somos Um canto com horizontes planos Músicas que ouvimos, assíduos, compomos E não compramos, não tomamos, temos Acrescento, ao crer, ao sendo, crescendo Ao acordar, nos assustamos com a realidade Pois ela existe, mas e aquele lugar? Ao acordar, nos reconectamos sem saudades Por um instante, segundos a largar? Quem vai nos alugar De lástimas? Quem vai nos alagar De lágrimas? De onde vem tanta canção? De onde vem a inspiração?