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Mostrando postagens de maio, 2015

31, 13 (Óticas)

O mundo pode até mudar alguns conceitos Mas continua cheio de preconceitos Dizemos a ele que nós não somos perfeitos Queremos que aceitem nosso defeito Ficamos insatisfeitos Quando não sai do nosso jeito Os caminhos são estreitos E tudo parece estar, ser suspeito Eles usam frases de efeito Para tirarem proveito De repente, mais um eleito E a nossa fé em leito Luto na crença ao sujeito Pretérito ao acaso desfeito

Um Olhar saudoso, fechado e de braços cruzados, quase sorrindo (...)

O platônico ser E as lágrimas do próximo Não adianta dizer Ou fingir e parecer obvio Bem, ótimo, não estamos O peito bombeia e nas veias corre diferente Em ódio, então, choramos Vemos aquilo que não está em nossa frente Ganhamos um presente entregue pelo passado Em meio a bagunça de uma organização Até podemos chegar a um horizonte observado E vemos que lá, há mais que uma fração Nós somos nossa viagem ou nossa paisagem? Nós somos uma imagem ou uma mensagem? Talvez antes eu diria Escritos certos em linhas tortas Talvez hoje eu fugiria Sem rumos, mapas ou até rotas Mas tive empatia com o meu eu do futuro E preferi ficar e aqui tomar um novo rumo

Não é Insônia nem Insânia

Às vezes vejo sua face em outras Não sei se isso é solidão ou se é saudade E não dói no peito, nem na alma Me acuso, mas não me jugo de insanidade Meu sentimento é razão Mas você anda muito presente em minhas visões Não te sinto no coração Eu ainda não te incluí em uma de minhas canções E até tenho dito muito sobre desatinos Talvez você seja apenas uma repetida alucinação Se o tempo te colocará em meu destino Não sei, hoje é apenas uma estranha recordação

Esteiras

Somos seres em busca do infinito O ponto de ignição, de disparo e explosão Somos a busca insensata no ciclo Queremos voltar a ser livres na imensidão Somos o nosso deus preso a um corpo Alma, espírito, carne, mente e sentidos Que não fazem muito, diante ao sopro Do vento, do tempo e qualquer resíduo O que existe é que queríamos estar aqui Mas nós nos prendemos e temos medo de sair Os arcanos tentam nos devolver o refletir Mas os arcanjos da verdade nos fazem repelir Se o que é confuso, é sensato O que é mentira pode ser fato Saiba que não é confusão É apenas loucura E loucura é pensamento Espasmos sem fúria

Quarto Escuro (Título Cliché)

A confiança na escuridão Aparece quando há lembrança e esperança A blindagem em exatidão A tornar-se ineficaz próximo à temperança Sei aonde piso mesmo cego Onde os outros sentidos fazem mais sentido Sei o que digo mesmo quieto Onde os outros sentidos fazem mais sentido Sem lanterna ou vela Na minha luz que é eterna Me guio por cavernas Em minha fé que é interna E os outros somam muito mais do que os explicados Explosão de questões que estão cheios de estilhaços

E se o tempo parasse?

Impeço qualquer olhar profano Volto a fazer meus planos Peço perdão por ser tão humano E de continuar sangrando Alguns dos pensamentos não merecem ser divididos Devem ser alinhados, meditados para não soarem como uma loucura E quando falar consigo, não tente ser compreendido Pois externamente existem outras mentes tentando ter a sua aventura Tentando se encontrar internamente em outro espaço Cada um tem seu momento, seu ciclo e escolhas O Tempo é rei e não respeitá-lo, será pune de fracasso Na Primavera floresce e no Outono, adeus folhas Eu tento me suprir no linear Que em meus pensamentos não existem Para de algum modo superar Meros fatores do que conquiste, consiste E uma coisa eu aprendi, amarrar o cadarço e não me esqueci Me esqueci de quando foi, mas de certo modo sei que cresci É... E se o tempo parasse?

Às Dez, Soares

Perto da morte O homem trabalha para dizer que viveu até o fim É tanta batalha Para um dia ele não ter foças e não conseguir sair Um semblante trágico do comediante Contemplando o horizonte A plenitude de sua liberdade tediante Completando um Origami O pássaro não voa O sapo apenas parece que pula Um barco sem proa No seu amassado que se anula Mais um livro que não saiu do rascunho Em mais uma semana, em vão ao punho Apesar de um dia cheio, sente o vazio Algo sobre o bem e o mal Ele se questiona estar doente ou sadio Algo entre o inicio e o final

Polimania

O inconsciente sabe bem o que quer Sabe de tudo o que irá acontecer E o consciente se encarrega do peso Porém sabe que vai se arrepender Deixamos no piloto automático Em vasta polimania  Numa luta contra o pragmático Escrituras e afasias Estamos presos a todo o horizonte de outros E os outros livres de nosso tédio Somos cárceres de nossos próprios monstros O caminho é linear, mas não reto Nós queremos estar onde muitos querem fugir E muitos querem estar bem aqui Queremos saber como todos fazem para sorrir E nós nem paramos para refletir Ou observar nosso reflexo...

Retidão

Algumas canções nos dizem mais Do que suas poesias e harmonias E nos trazem compreensão e paz Ao que se supõe, teoria, rebeldia Assim como a luz apenas aponta Ao que devemos enxergar Assim como o silencio nos conta Ao que poderemos escutar Não olhamos direto para a fonte no céu Sabemos que vamos nos cegar E não olhamos direto para a fonte de fel Sabemos a quem devemos orar Fonte de fé Em seu foco e força Fonte de fé Não olhe e não ouça Pois saiba que o seu Deus Não é o mesmo que o meu

Irredutíveis, Perecíveis e Anjos

Heróis de guerra São seres sobreviventes Os de quadrinhos São deuses inexistentes E os de telas Podem até estar bem na nossa frente Mas sambemos Que eles são mitos criados pela mente Histórias que não aconteceram Mas nos ensinam Meros fios que não se teceram Mas nos fascinam Heróis do lar São seres que as histórias não contam Mas sabemos Onde estão, o que fazem e aprontam Não são novelas Séries, leituras, não são imaginação São orações, velas Celebres criaturas de nossa canção Anjos da guarda para quem merece Mente que não diminui, mas morre E independente do tipo de sua prece História que em sua inércia, ocorre

Com Certeza, Talvez

O surto da existência emblemática Inatividade temporal Fluxo de conveniência sistemática Em gravidade anormal Complexo de seu talvez certeza Completo de forças e fraquezas Tão humano quanto os outros Um ódio por vícios Tão santo quanto os monstros Um ódio por ciclos A alma e o corpo, o espírito e a explosão Sua cabeça nas nuvens, seus pés no chão

São Todos Ninguém

A efetividade do inferno Elevação de fúrias Brutalidade em decreto Delegação, injúria O ódio canalizado Em regressão inevitável Nódulo catalizado E agressão incalculável Socos na parede De meu próprio estômago O cinza e o verde Em escuridão, relâmpago Tudo se torna questão Nas amarras sentidas em minha garganta O grão e a imensidão Que se faz muito pouco para muita ânsia As fumaças estão saindo do nariz Do dragão em silêncio Garras que se transformam em raiz Baixos ruídos ao vento A fera está trancada Mas deseja guerra Na espera enjaulada Treme sua Terra São terremotos em seus olhares Nos mares, nos lares, nos pares

Rádio Nós

Se chegar na praça com um violão Você se torna um cara bonito Ainda mais se souber tocar Legião Cazuza, Barão ou os Beatles Improvisando e rimando em poesias vivas Se tocar Djavan tu é um cara foda Pode fazer da sociedade, mais alternativa E se tocar Raul atrai as outra rodas Bem, vamos de Jorge ou vamos de Tim Nós vamos chamar o sindico Parei um pouco, traga a cerveja pra mim E nosso sorriso fica mais rico E se estiver alguém completando idade Vamos de Ira, envelhecemos na cidade