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Mostrando postagens de maio, 2016

Primatas

Afasia, se estão achando que tão bombando Repetiram de ano, repetiram os planos Mas quem disse que retroceder é se atrasar É preciso reaprender para se renovar E quem fazia era a dona do lar Dormia mais tarde e bem cedo a se levantar Que estava sempre a cantarolar Eram suas mãos frias de suas roupas lavar As verdadeiras mulheres são anjos de sobrados Cuidando daqueles que se acham grandes e marmanjos E ainda ouvem desaforo de calango sem cerrado Que diz que faz sacrifício, mas não faz o próprio rango O pior, é que são vários machistas Reclamando dos racistas E falando do imperialismo nazista Sem ao menos ser realista (...) E eu Eu lavei as minhas mãos por esses reles mortais Seres banais Boçais sem paz e ainda dizendo que sabem mais Mas nada faz

Melopeia

De poesias à sonatas Intituladas por suas datas A bela cidade pacata De bailarinas e acrobatas O perfume da mulata Todos os frascos, garrafas e latas Cachoeiras e cascatas De quem vence, perde ou empata Músicas que dizem muito mais sobre você Do que você mesmo Canções que te fazem lembrar ou esquecer Alegrias, sofrimentos Mas também, tabacos de quem não traga Vinhos de quem não se embriaga Concelhos na doçura de quem se amarga São caminhos de quem não viaja É dos pés no chão de quem apenas voa Que não protege da chuva, só da garoa

João

Estamos sedendo E cada vez mais, nós estamos nos devendo Somos o remendo Ainda faço as minhas anotações e adendos Estamos em crescimento Somos muros e pontes vindas do cimento Sementes nesse momento Para os frutos que ainda estarão nascendo Conheça-te a ti mesmo Na verdade que você ainda não está vendo Seja a água, seja o vento E nas suas pegadas, seja o acontecimento

A Pé

Passos lentos Do que já está acontecendo Alma do avesso Sonhos fora do travesseiro Entre a Estação e o Terminal Caminhos que eu já sei onde vão dar E no verso, o seu ponto final Página virada, novas linhas a decifrar Essa pressa que seja tarde Um dia me mata Não é só força de vontade É dar um basta Acreditar E na esperança, só esperar Se dedicar E na temperança, temperar Mas sem alicerce é suicídio Sempre tem algo que sustenta o sacrifício Alguns sonhos substituídos Em cruzadas, destinos a serem escolhidos Andei só para observar melhor as paisagens E observei melhor a vida e suas engrenagens

Antes da Seis

A raiva imposta na parede Não derruba nada, nada Enquanto mais um sorriso Adentra qualquer morada Ou qualquer muralha Igual ao vento e as águas Os anjos e a enseada Montanhas e ressacadas Toda e qualquer palavra E o poder que inicia ou acaba Nos destrói ou nos salva Traz de volta ou leva a alma Dentro de nós, temos o medo, A força e os segredos Dentro de nós, temos os erros, Os laços e os enredos E o que está prestes à explodir? Nossas bombas ou fogos de artifício? Vão nos entender ou se intervir? Falaremos com latidos ou sorrisos? Silencio, não pise tão forte no chão À essas horas, nem todos levantam

Caetano, a Conclusão

Procuro por canções ópio Que me retirem do tão óbvio E a razão de estar sóbrio Raros são os dias em que me recomponho Mas ainda componho sonhos Às vezes medonhos de anjos, de demônios Vejo sorrisos nas fotos Sinto perfume de rosas e lótus Planto universo, cosmos Tenho minha raiz em Gaia Eros em Nix no horizonte da praia E a mente Tártaro, é tocaia Supro as lacunas com ecos severos Meus reflexos com o ego E protejo meus muros com Cérbero (...) A simples ficção de passos não dados Caminhos nunca trilhados Sorrisos enfeitados e olhares jogados Humanos sempre ocupados A simples visão de imaginar e de acreditar Que está no mundo dos sorrisos perdidos...