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Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias
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Ori

Eu vi a minha fé se fortalecer na ausência E o que impulsionou foi a sensação de impotência Ao ter a mente inquieta, entendi a paciência E ao abraçar a solidão, me desapeguei da carência  Pois foi o Sol, a Lua e as velas acesas O choro e a gargalhada na rua das friezas Na Avenida da Saudade, a profundeza  Mas na Avenida da Amizade, toda a pureza Eu vi as estrelas em um céu distante E distante da cidade, estrelas no chão Na beleza de um horizonte intrigante Como se fosse o reflexo e a reflexão Onde a vida também imita a arte ao se recriar Se reinventar, ressuscitar e assim, se libertar A minha fé e oração estão mais intensas E isso não tem haver com as crenças Vai além do que tenho ciência e consciência Não sei explicar e essa é a recompensa Saber que nada sei é absorver E nunca perder é compreender Que poucas vezes eu irei vencer Mas muitas vezes, irei aprender  O trono da fé é o meu ori É onde eu aprendi a sorrir Nas adversidades reluzir E na bonança, apenas sentir

Coach do novo Milênio

O que é a fé sem a atitude? É ter competência e não ter virtude É fazer o mesmo esperando que tudo mude É entrar num barco furado esperando que não afunde A fé tem que andar lado a lado com o fazer Assim como o ganhar, ao lado do sofrer Se não é em vão, não tem valor sem aprender De ver legitimidade nas derrotas ao vencer Então... Não é preço, é apreço E por isso que levanto e agradeço Porque vem do suor que eu ofereço Ter a visão do topo e lembrar do começo  Sei que muitas vezes estamos esgotados E parece que está tudo acabado Sei que muitas vezes nos sentimos fracassados Mesmo quando vencemos o cansaço Mas a gente vive querendo dar final feliz para as histórias  Porque a gente ainda acredita na vitória Mesmo que por um segundo ou menos de glória Mesmo que apenas faça parte de nossa memória "O mundo é mais do que fé e atitude Tem gente que vai mais longe sem ter virtude É coisa de berço, é estrutural, não creio que isso mude E nós entramos em barco furado sim, na esperança de que

Afirma

Acendo a vela para meu anjo e meus guias Faço preces e agradeço por mais um dia Me ponho a pensar e peço a Nanã sabedoria Direção à Yansã, equilíbrio em ventania Me renova Oxumaré, me purifica Egunitá Obaluaê, Atoto da evolução não me deixa recuar Me ensina pai Oxóssi, me abençoa Yemanjá Pai Omulu que consolida, vem para me estabilizar Me dá força pai Ogum, pra enfrentar e encarar Pé no chão, respiração, concentração de Mãe Obá Na justiça de Xangô e o no tempo de mãe Oyá Com o amor de Mãe Oxum, a minha fé em Oxalá Eu não sei nada e vim aqui para aprender E no fogo dessa vela me ajudem a crescer Questiono muito todas as minhas certezas Pois as nossas lentes enxergam mais o raso do que há profundezas É precizo de pano e álcool para fazer a limpeza E pra limpar você precisa saber quando vai força ou vai delicadeza Apenas saberemos agindo, sentindo, tendo o contato Na velocidade que tem que ter e não no imediato O quanto nós temos conversado com este simples ato É meu interno e meu externo

Mas às vezes a gente fala de amor...

Aquilo que eu sentia, que um dia senti Eram cachoeiras, eram ondas do mar Era tudo aquilo que me fazia sorrir Era o pôr do Sol e o mais belo Luar Aquilo que eu sentia e deixei de sentir Logo eu, o desapegado, o mais avoado Parei para apreciar, para me dividir E o pedaço que deixei em ti foi desligado Mas às vezes a gente fala de amor Como se já soubesse de algo novo Às vezes a gente só quer o calor Sentir um abraço, sentir ou ser um colo Aquilo que eu sentia e um dia senti É algo que quero de novo e não vou desistir  Mas hoje estou sem pressa ao dirigir Aproveito a paisagem enquanto tento refletir Coloco o meu som preferido e ando por aí Fazendo mil clipes mentais em uma avenida Sonho um pouco e me reconecto com o que perdi Fazendo mil filmes mentais sobre a minha vida Mas às vezes a gente fala de amor...

Dilê

Podem falar o que quiser Eu tenho a arte da refuta Mas eu não gasto com quem não escuta Me ponho no meu lugar de fé De boa firmeza e conduta Pois é todo dia uma nova luta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta Quem anda comigo é Dilê Sarvá meus Pais, meus Ancestrais  Que me protegem do sofrer E me guiam no caminho pela paz Podem falar o que quiser Mas se me colocar na disputa Se prepare pr'uma retórica astuta Me ponho no meu lugar de fé E se essa calmaria te frustra De meditação e respiração robusta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta (...) Mar calmo não faz bons marinheiros, eu sei Pois por onde eu ando é bem turbulento É frio e sombrio, missão que raros irão escolher Mas fazer o que? Eu disse que - Aguento!

Caboclo da Selva de Pedra

Geralamente sou um esperançoso realista E às vezes, um pessimista sonhador Meu comportamento é catastrófico e sofista E de retórica em retórica, o bom humor Uso do sarcasmo com o meu próprio tropeço Dou risadas daquilo que me machuca E não que isso mascare a dor ou me faça cego Mas aprendo quando alguém empurra Principalmente quando vem e me derruba Porque sei que o mundo não para E já aprendi a me levantar, a vida continua Falem pelas costas ou na sua cara Fazer o mal, não te torna melhor que o outro Até para ser sincero, é preciso de alguns filtros Não será herói fazendo do adversário, monstro Afinal, é você quem cria seus próprios inimigos E de traumas amigo, o mundo tá cheio Vai se tratar, se você ainda não sabe para o que veio Isso se quiser entender os seus receios Saiba que até para acelerar é preciso ter bons freios Então para, respira, senta e observa Isso tudo ao seu redor é uma floresta É preciso se adaptar, sobreviver a ela Concentre-se e ouça o som da flecha