Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de maio, 2017

Perfumes no Moletom

Mesmo cansado das palavras Não fiz meu voto de silencio Mesmo cansado das amarras Não desfiz os nós por dentro O que eu queria, era dar um tempo Fazer um intervalo e ter hiatos Para que eu pudesse sentir o vento Ser sensato, acalmar o imediato Deixei algumas das poesias de lado Deixei de imaginar e me tornei Deixei algumas fantasias no quarto Deixei as composições e recitei Se tudo virasse canção Não precisaríamos ter as memorias Se tudo tivesse atenção Não contaríamos as piores histórias Nós damos risadas do que já nos entristeceu E choramos de saudade do que foi bom Contamos piadas daquilo que nos enfureceu E brigamos com quem rouba o edredom Sobram perfumes no moletom, peso na consciência e fotos antigas Sobram vontades de não deixar que bobeiras se tornassem intrigas

Antes do Meio do Ano

Viradas de ano e carnavais Até que poderia ser mais Mas a quem estou enganando Se eu não fui feliz? Uma sexta-feira da paixão Para um mero pagão É como o dia do trabalho Para um pais desempregados Independência ou morte Crianças e a santa do norte Cartas para quem partiu E a monarquia não caiu Passam-se os anos Traçam-se os planos E nada sai do lugar Continua girando Quem sou eu pra determinar Se o seu ano foi bom Tudo me parece igual Na continuação desse som ... Que acabou

Estátuas de Sal (final)

Ria da verdade que deslumbra Se reinvente e se algo te perturba Se descubra ou se redescubra Você é responsável pela sua fuga Tudo o que vive, de quem é a culpa, Se tudo o que faz são escolhas suas? Assim como o dedo que aponta É o mesmo que não consegue manter-se sublime E quem paga pelas suas contas É o mesmo que deve pagar por todos seus crimes Repito, tudo o que vive, de quem é a culpa, Da sua paralisia ou do movimento da Lua? Os maremotos vão apagar os faróis Não importa aonde a sua bussola irá indicar Os ventos serão seus algol e atroz Não é nos outros onde conseguirá encontrar O entulho pra muitos, é caro Sua liberdade só acaba na do próximo E o intuito pra muitos, é raro Apenas aceite ou seja seu próprio ópio Torna-se estátua de sal, aquele que olha para trás Quem não segue a diante, não encontrará sua paz

Inverdades

Levantar e acordar é não continuar caído É ir além e superar a própria dor, o a caso ou o próprio a esmo E inerente em si ter a certeza se foi traído Pelo movimento, pela inércia, por alguém ou por você mesmo Não basta conhecer, tem que saber quem é Não tem idade para ser criança ou adulto, o que se tem é espírito Não basta conceder, para crer tem que ter fé Não deixem dizer que tem tempo pra tudo, pois ele não é omisso O mesmo tempo que te cura, te mata O mesmo tempo que ensina, também te faz esquecer O mesmo tempo que você tem, te falta O mesmo tempo que escurece, nos traz o amanhecer No todo, aquilo que nos deixa seguro é a insegurança É tudo tão contraditório entre o perdão e a vingança E somos apaixonados pelas mudanças e constâncias Pois a maior arma contra a traição é a desconfiança Dizem que o louco perdeu a sua razão, mas E quem perdeu tudo menos a razão, o que realmente é? Dizem que o louco conversa com as paredes E ninguém o convidou para conversar ou

Domus

A calmaria dessa garoa fina Disfarça todo desespero As lágrimas não são colírios Para os olhos vermelhos Minha fé não fica estampada No escuro, nos joelhos A Lua controla fases da maré E traz à alma, desapego O farol me tranquiliza É a Terra firme à vista Evidente, indiscutível Serenidade, conquista Os galhos secos se tornam nítidos Sob o brilho de cada estrela A insônia e a vigília são espíritos De minha extrema esquerda Mil anjos e mil demônios Na luta eterna de meu Universo Mil sinônimos e antônimos Não afogam meu ser submerso Em subversão de valores Na descrença sobre suas riquezas Em subversão de valores Na descrença sobre suas belezas O meu sangue corre à cada pulso E assim descansa à cada impulso

Constante Impermanente

Me deparei com minha falta de fé E contando meus passos perdidos Me perdi e antes de chegar ao dez Sabia que teriam muitos sofridos Me reparei em um espelho trincado Eu não sou perfeito, mas não estou rachado Ao contrário de muitos mascarados Que não enganam à ninguém, só ao retrato Enganam a si mesmos e só, só Não conseguem ter a força na voz Nem quando a levantam feroz E ainda tem coragem de dizer Nós Aos alquimistas das palavras que mudaram minhas opiniões Saber ouvir fez eu me sentir melhor e com mais informações O fato de me encontrar já é difícil Imagina o que é me encontrar em alguém Mas não uso isso como precipício E espero que minhas preces digam amém Caminho em pontes de que na hora certa terei a pessoa certa Atravesso trilhas e montes, em curvas e retas e sempre alerta A fé pode voltar com frases de um desconhecido qualquer, na rua No ponto de ônibus ou na mesa de um bar Hoje a minha paciência reina, mas às vezes a ansiedade é ditadora E tenho po

Teias de Vidro

Silencio absoluto da mente inquieta Ouço o pulso, a respiração e sei quais são as portas abertas E eu até tento traçar planos e metas Mas me parece ser superficial e nem tudo segue a linha reta Pois teremos sempre algum imprevisto Quedas e abismos, armadilhas ou esconderijos Independente de qual seja o dinamismo De quais passos sejam dados, nada está escrito Premeditado ou estabelecido, principios Pelo menos é no que eu acredito e reflito