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Mostrando postagens de março, 2022

Eterna Metamorfose

Quando algo não lhe cabe mais Fica desconfortável Se você veste, parece que não sai Reflete o desfavorável É mais difícil pra sair do que entrar Você até se esforça Se contorce todo até a peça se rasgar E só assim, joga fora O tempo passa rápido e os dias também Algumas pessoas se vão e logo a gente pode ser levado Talvez para nos encontrarmos no além Mas sei lá, não tenho certeza do que está do outro lado Tem tanta coisa para se desapegar E as lembranças boas ficam fotografadas Mesmo que elas nos façam chorar É como cutucar uma cicatriz aberta na alma A gente retorna várias vezes até não mais ceder  Abraçamos quem não nos abraça mais Quem nunca mais veremos ou não podemos ver De olhos fechados, a sensação é de paz Mas a nostalgia pode ser um caminho sem volta Então, não se deixe levar Pois as trilhas precisam ser percorridas em rotas Sem inércia, sem estacionar Ao parar, se encontrará perdido A floresta se tornará pântano Lamas do que não foi resolvido Chamas que vão se apagando Permi

(A)Pesar

A dependência é um ato tóxico Assim como a solidão também é e bem lá no fundo É preciso se dosar, reequilibrar E entender a culpa de seus atos solos e em conjunto Você soma ou subtrai, você divide ou multiplica? Podemos até perguntar, mas nem sempre se explica Normalmente tudo se complica e pouca coisa fica A loucura se intensifica e nossa sanidade se esquiva Contamos mentiras para nós mesmos Porque é cômodo demais se tornar um grande herói da própria história E assim fica fácil fazer o vilão ir preso Pois tudo que o outro faz ou fez, vai contra o que pensamos em retórica Na sua mente e na sua concepção de Universo, é errado Mas existe mais de um lado da percepção sobre os fatos Normalmente para quem vê de fora é tudo muito simples Por isso entramos em catarse eufórica aos dramas Sabemos para onde o personagem deve ir, onde é o limite Mas quando é sobre nós, não há um real panorama Só obstáculos, porque sentir na pele é bem mais complicado E sem cálculos, onde a empatia se torna uma pa

Cantigas de ninar dissonantes

Dentro de um condomínio não se enxerga a desigualdade externa Sentindo o ar condicionado não se percebe o calor do fim dos tempos Na busca pela luz onde muitos preferem se aprisionar na caverna Poucos abrem os braços para sentir a chuva, a tempestade e os ventos Só entende a luta quem sobe no ringue, independente da batalha Pode demorar, tudo se recupera, mas nem tudo tem saída Então não menospreze aquele que a única opção é usar a navalha Os riscos de quem tem pouco a perder e o pouco é a vida Essa disparidade só vê aquele que está do lado ou que já passou por isso Tem familiares levados por essa guerra daqueles que já nascem pra perder E quando vence tem que ficar provando diariamente como compromisso A luta não acaba pra quem nasceu fora dessa falsa meritocracia do vencer O progresso não virá como nos contos de fada Nem tudo é tão belo quanto você acha, criança mimada De dentro do castelo é simples de se dar risadas Mas se tivesse na nossa pele, seria mais uma fracassada