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Cantigas de ninar dissonantes

Dentro de um condomínio não se enxerga a desigualdade externa
Sentindo o ar condicionado não se percebe o calor do fim dos tempos
Na busca pela luz onde muitos preferem se aprisionar na caverna
Poucos abrem os braços para sentir a chuva, a tempestade e os ventos

Só entende a luta quem sobe no ringue, independente da batalha
Pode demorar, tudo se recupera, mas nem tudo tem saída
Então não menospreze aquele que a única opção é usar a navalha
Os riscos de quem tem pouco a perder e o pouco é a vida

Essa disparidade só vê aquele que está do lado ou que já passou por isso
Tem familiares levados por essa guerra daqueles que já nascem pra perder
E quando vence tem que ficar provando diariamente como compromisso
A luta não acaba pra quem nasceu fora dessa falsa meritocracia do vencer

O progresso não virá como nos contos de fada
Nem tudo é tão belo quanto você acha, criança mimada
De dentro do castelo é simples de se dar risadas
Mas se tivesse na nossa pele, seria mais uma fracassada 

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O Verbo

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Podem falar o que quiser Eu tenho a arte da refuta Mas eu não gasto com quem não escuta Me ponho no meu lugar de fé De boa firmeza e conduta Pois é todo dia uma nova luta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta Quem anda comigo é Dilê Sarvá meus Pais, meus Ancestrais  Que me protegem do sofrer E me guiam no caminho pela paz Podem falar o que quiser Mas se me colocar na disputa Se prepare pr'uma retórica astuta Me ponho no meu lugar de fé E se essa calmaria te frustra De meditação e respiração robusta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta (...) Mar calmo não faz bons marinheiros, eu sei Pois por onde eu ando é bem turbulento É frio e sombrio, missão que raros irão escolher Mas fazer o que? Eu disse que - Aguento!