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Mostrando postagens de maio, 2014

Graduações

Superação e triunfo Sua força vem de onde menos imagina Do destino, o trunfo De filosofia e princípios, toda doutrina Da queda, se levantar Do arrependimento, não mais errar De seus cortes, cicatrizar Da fúria, uma paz interior encontrar Transições de energias O trago do sabor e a fumaça da dor Transmissões e melodias O gole que não mata a sede em teor A transformação do bem em mal e vice-versa Dez jogadas em uma só ou andando em inércia

Amor, Traçar e Não Amordaçar

E essa paz que é transmitida Por sua simples presença, por seu simples perfume E na ausência não é invertida Está aqui em crença, me faz sorrir como de costume Aumento o volume quando toca a nossa música Mesmo em distância, eu sei que és minha única

Nosso Folclore é Crer

O que nos faz querer ser É aquilo que nos inspira O que observamos ao crer É uma fé que se transpira O mundo gira Enquanto ao voto, ainda se respira E a gente pira Mas nossos sonhos, ninguém tira E a mesa, vira Nem todo devaneio é de mentira Há quem se retira Fraqueja e se entrega à sua ira De todo interior Somos caipiras De nosso folclore Sacis e Curupiras

Comissário à Bordo

A vida é essa jaula para esses canários otários Que desejam sair, mas não sabem o que vão fazer lá fora Um missionário com um dicionário nos braços Levando a palavra, a frase e a crase conjugada na hora Um cenário cheio de questionários Um revolucionário fora do plenário Um funcionário tão extraordinário Um visionário, que seja fracionário Quis apenas falar pouco E jogou perolas ao porco

Sei que Ela é uma Sequela (Apocalipses Diários)

Mentes incrédulas Em suas células Sonhos por cédulas Ceder, vésperas De pólvoras e cóleras O pavio se acenderá Espera-se por operas De navio e perolas Em moleques e moléculas De tudo, em todas aquelas sequelas Foram ditadas por ela Também pudera a quem teme a fera A quem só vê nela Um ser que se venera A quem senti nela O perfume que tempera Soldados incapacitados Sentados do outro lado As velas nas capelas A novela pelas janelas Os donos das donzelas No sangue que nos cela Um olhar para o futuro nos olhos da esfera Que apaga o verde das florestas Soldados a seguir a sua poderosa quimera Que leva tudo o que nos resta O Deus dos lideres é Capital Que faz de todo dia, um final

Piso Firme

Só ela que era daninha E era a minha erva Difícil deixá-la sozinha Pra tomar uma ceva No frio ela é a minha coberta de razão No calor é a descoberta da minha emoção O peito incha da dor que deixa mais forte Uma definição que é do corpo ou mental As trilhas dependem da sorte ou do norte Na distinção que vem de um sopro astral Eu voei, eu vou e volto Se suei, sou e não solto É o soar das conchas Que capturaram o som do mar O voar das sombras Que capturam quem está no ar A cabeça lá nas nuvens e os pés aqui no chão Piso firme, mas eu me levo e elevo minhas mãos

Padrões Atuais, quem Atua e que é Tua (Quieto, Que é Tudo)

Contei as flexões Me perdi em números pensando em quase tudo Cantei as emoções Me perdi em fantasmas e me livrei desse mundo Contei o confecções E em seu desprezo dancei junto ao desespero Cantei com ficções Convicto ao mante, invicto ao montar o terço Uma parte de mim é oração e a outra parte é a crença Uma parte de mim é a criação da criança, não cresça Minhas histórias contra Dragões São iguais a do pescador E eu que vivo de algumas ilusões Não deixo de ser sonhador Pescador de ilusões nesses padrões atuais O que eu quero mais, é a minha, a nossa paz

Castelo de Giz

Tradicional final Batidas, batuques e pesos Distorção surreal Onde não se sabe o enredo Bate no prato e é assim que se finaliza Ou não, um talvez O amante esperou amanhecer sua brisa E não o anoitecer Fez-se da sua fé Um ser que agora é Confusão de café Um calculo qualquer Esqueça todo blablablá O que fazemos é o lálaia Onde quem andará, cairá Se levantará, se sentirá E sua debutante escolherá Um par no qual dançará A cada jogar de dados, uma escolha A cada capitulo, as paginas e as folhas

Saudades de Saturno

A Terra é quem respira, transpira a gente Antes que a saudade de Saturno a infecte De seus vastos anéis, sua duvidosa mente E de repente um silencio o que se detecte É um teste de leste a oeste Contagiosamente celeste Ao que nos reste, se veste Toda peste que se preste E do agreste, Nordeste Não moleste o Sudeste

Verde

Demanda do mundo Domínio, domingo Semana e segundos Segunda, seguidos De tempero e de temperança De desespero e de esperança É natural Como sorrir com a alma E surreal Como se sentir em casa Um vai e vem das bebidas que não matam a sede Esperanças e liberdades em semelhança ao verde

Circunferências

Aos porcos, lavagem Aos olhos, a viagem Aos livres, selvagem Aos mares, margem Aos tiros, vantagem Aos quadros, imagem Aos ritos, passagem Aos mitos, a linhagem Aos sonhos, miragem Ao silencio, abordagem Ao peito, tua coragem À mente, aprendizagem Aos motores, a engrenagem Aos antigos e suas bagagens Aos mestres, a homenagem Aos ventos, nossas aragens 

Guacina

Minha mente trabalha E raramente faz suas anotações Vem e vai sem navalha No tempo que me leva as razões Furta-me a memória Fúria em purgatória Sepultura e rogatória Surta, insatisfatória Mas algumas coisas eu até escrevi Transformei em poesias que eu senti

Rebarbas

O canto da ave Seguindo o ritmo da gaiola e do violão O rugido grave Enjaulado de uma singela fera, um leão Acredita que aquela seja a sua liberdade Porque ainda não foi mostrada a ele toda a verdade Existe uma prisão de amar a sua saudade Nela reside o monstro e o carcereiro da voracidade O ser gasta as suas energias ao estar enjaulado E em seus raros momentos livres, está cansado Só lhe resta um dormir E em sonho sorrir Vago segundo a refletir Vaga, mas não aqui

Reminiscência, Ciência e Inconsciência

A voz de sua criança espiritual Vira uma lembrança mental O que foi real e parece surreal Uma cura com açúcar e sal O tempo que só queria crescer Fazer seu herói do papel aparecer Os poderes que tu desejava ter Era só pra salvar e para proteger O tempo é o herói, a cura, mas também o vampiro Que se transforma em loucura e suga o seu suspiro

C.M.

Lapso do tempo No peito, leito de réis Colapso ao vento Gira lamentos de papéis Jurou que amava, mas que deixou partir Surrou a casa, as portas não vão se abrir

Tambor Zulu

Função de braços pra trás balançando Gingando na gíria, ele gira Nação, geração e reação se levantando Reerguendo de cabeça erguida Tambor nas caixas do coração Na história vira que uma canção

O Mágico

O medo é toda uma insonia Que não nos deixa sonhar Tudo o que me impulsiona É uma sinfonia, ao cantar Sintonia de poesias e teorias Harmonia entre vivas e reflita...

Sonhando e Sonhando

Hoje, quem olha Vê o que mudou E quem conhece Sabe quem eu sou O que restou das aparências Consciência e ciências O que restou na permanência Coerência e clemência Perdoar não dói, se doa A canção não sai, se soa Um ciclo de inspirações De quem se foi e de quem virá Risco de conspirações Quem vem de trás e quem trairá Ah... eu ando e ando Sonhando e sonhando

Latrinas

Por mais que eu acredite que tu esteja num lugar melhor Acreditar não me impedirá de chorar Apesar de ter a dor e saber que também retornarei ao pó Diminui na dor do estar, querer ficar O ser e o não ser em questão Escolhas de milhas e de trilhas O ver e o não ver em questão Escolhas de rinhas e das rimas Sobre o que você vai falar e qual será o seu assunto Sobre universos, constelações, eternos e seu mundo Sem vergonha de amar ou sonhar Sem medo de se machucar e sangrar Sem medo de tentar e de terminar Sem medo de determinar e atravessar

Crise Inexistencial

Vão te julgar  Em vão, até tentar te ajudar Não conjugar Leões de Covas ou de Judá Eu já fiz tanta burrada Que nem ligo mais se Deus, foi imperfeito E já levei tanta pedrada Que nem ligo mais se agora, nada for feito Toda dor te deixa mais forte Todo amor te deixa sem sorte Todo valor tem algum norte Todo olhar a quem te importe Aqui é só um passaporte É um transporte além da morte Aqui é só um passaporte Que toda crença se faz suporte Eu já nem ligo pro que vim fazer aqui...

Príncipes e Princípios

Batidas rítmicas no violão Os folclores da própria percussão Em histórias faço excursão Entre luz e escuridão, uma ilusão Castelos de lápis, papelão e de areia Castanhas, avelãs, as princesas e as sereias Presos em calabouços ou em teias As formigas gigantes e as pequenas baleias E um corajoso príncipe que morava Em uma pequena estrela E que pras suas viagens embarcava Na calda de um cometa O futuro do herói Que tem uma mente que se constrói E depende de nós Enquanto o nosso mundo se destrói Criemos uma geração Que faça a sua criação e recriação Que venha da pintura Da leitura, da loucura ou da canção

Maria Luna

Eu sempre olho para Lua Como se fosse uma primeira vez E à você de longe na rua Como um horizonte que se refez Um sorriso de Sol matinal Que entra pelo quintal Fantasio um feliz sem final Um farol de meu sinal A sina que não se assina Pula da Terra ao Céu menina Na amarelinha da neblina Conto e devaneio que fascina

Soldados e Reis, Peças do Xadrez

Se lembra quando era só brincadeira Fingir ser soldados a tarde inteira? Deu o seu adeus Se entregou à seu Deus Tarde, perdeu Demais e não floresceu Mas volta como adubo à terra Lutou e batalhou como um bom soldado E então se entregou à guerra De olhos abertos igual a todo tolo, calado Reflexo de todos do outro lado Que vencem ou perdem, sentados

Me Diz, Quem é Feliz?

Otário sonhador Disse um operário Quer tornar-se pintor Vai procurar algum trabalho De cicatrizes E cheio de feridas Mas sem ter diretrizes Por amor às causas perdidas Dom Quixote doidão Com a espada na mão E então me diz Quem é feliz? De todo aprendiz Quem é o juiz?

Pro Cavaco

Chama pro cavaco Traz o pandeiro E são só as palmas Pro dia inteiro O ritmo é um instrumento do coração Canção que vem do interior e do exterior O ritmo é instrumento de cada nação Canção que vem do inferior e do superior Paz e muito mais Em poesias surreais

Indiscrição

Já escrevi no banho Já escrevi cagando Já escrevi dançando Já escrevi andando Parado com a mente trabalhando Os papeis na mente e eu malhando Dias de dez à vinte poesias Dias frustrantes de algumas frases vazias Dias em que a lágrima sorria Em dias que essa felicidade se interrompia Com fones de ouvido em outro mundo Meditando estórias E pela janela de um ônibus, lá no fundo Observando a flora Faunas de Outono, Inverno Saunas dessas Primaveras e Verão As asas ao céu, ao inferno E as casas de luzes que se apagarão Noite, tarde e dia Para trás e para frente Em teoria e poesia Fantasmas que enfrente Eu quis dizer e escrever frases diretas Mas não se deixo muito em raras discretas

Contos e Contas do Diabo

O Diabo não vê o próprio rabo Então passa e deixa a porta aberta Ele diz ser o único anjo da Luz Faz a paz em um pedido de guerra Diz que não erra Quer ser o dono da Terra Um olhar de fera Sem ter alguma descoberta De tensão, berra E o tendão, zera

Sub-linhas

Deu o pé E nem foi na bunda Já sumiu E já era uma segunda Teve fé Subiu na fumaça do cigarro Do café Viu um vazo feito de barro Uma arquitetura de vidros quebrados E fez a poesia de seu peito rachado...

Paralelos e Para Cegos, Sem Ego ao Universo

Cada estrela com sua jornada Cada jogada que tenha a sua constelação Cada multiplicação, uma amada Cada armada de mil sodados e uma nação Anéis sem laços e sem planetas Universos em pedaços e cometas E mais um fim se fez Mais um desses apocalipses Passaram o dia, o mês Anos luz, mais algum eclipse Na calada de toda essa escuridão Em que observar, é sempre em vão Eu vi um homem se prostrar e chorar Eu vi até um ateu orar Eu vi as meninas dos olhos a namorar Eu vi as águas do mar Brindei um ombro para um amigo Das lágrimas, arranquei um sorriso E mais feliz que isso Não é impossível Não é um sacrifício É ver o invisível

Raiva de Alienados

Ser educado até a segunda instância Feira, ordem, intenção e a emenda Ser manso a quem mantém distância Próximo, é o punho que arrebenta Não ser legal com todos, mas desejar que todos sejam contigo Tem o seu olhar em atrito, a causa e o efeito de qualquer perigo Infecção aos que se infectaram Um cafetão à todas as coisas que afetaram Numa proteção que protestaram Na invasão daqueles que não se vacinaram Olhos saltando para fora junto com a voz e os nós na garganta Desvia-te da calmaria e até se controla, mesmo assim se levanta O impulso é mais forte que seu próprio soco Bem mais alto que teu próprio berrar O insulto sai louco, até quando tu estás roco Pode errar, mas vai sempre guerrear Chutar a barraca, desmoronar todos os castelos de areia ou de cartas Surtar sem asas, desmontar como um inseto, se amaçar como uma lata O sabor que tu mais prova É esse de a cavar a própria cova Em todo dia que se renova Uma nova teoria, uma nova trova

Concha y Toro

Veio como um vinho na taça Sem matar minha sede, me embriagou de todo seu sabor Se apagou, sem fazer fumaça Se apegou sem ritmo e a perna trançou, a perna sambou Eu, que nem sei mais onde eu estou... Caminhei junto à ela, que me desalinhou

Aqueles Aquiles

A dor do pecador O perdão do doador O tendão do tentador Aqueles Aquiles e seus vários calcanhares A dor e o doador O perdão e o pecador A tensão não tem sensor Aqueles Aquiles e seus vários calcanhares Atenção, ainda há tensão Os olhares são de escuridão Quem empurrou e deu a mão Foi o mesmo Judas, cristão Beijou a sua face e nem precisou lhe apunhalar Não precisou nem de sete moedas pra te entregar

Não Nasci Aqui, Minha Casa é Onde Decidi Morar (Paz de Interior)

Meu ritmo não é só um Tem o axé de Ogun Os tambores de Olodum O samba de Mussum Os metais de reggae e ska O punk, o funk e o mangue Nas veias corre bem mais Que o vermelho do sangue Correm todas raízes A união em várias diretrizes Cobrindo cicatrizes E à cima do todos os juízes Nosso Deus maior O de amor e de paz Nosso bem maior Juntos, somos mais Levanto minha cabeça em folk, bossa Sou do interior, mas não vim da roça Eu vim da terra da garoa De pessoas que passam bem rápido Onde o pássaro raro voa E que todos olhares são dramáticos Eu gosto daqui, onde todos se conhecem Por-do-Sol e horizonte aos que agradecem Todos apertos de mão Nesses sorrisos que são verdadeiros Saio pedindo a benção A um novo dia de todos os guerreiros

Um Futuro Livro

A mística e a estatística A química e sua física A artística e a conquista A linguística e na isca Rede que joguei pra pegar a sereia Na concha guardei o temido som do mar No pote, vejo um degradê de areia Nas fotografias, histórias para eu contar Horizontes em quadros Nas paredes do quarto Um livro empoeirado Que não foi deixado de lado Adereço ornamentado Histórias que tenho sonhado

Do Céu

Almas de dragões nas nuvens Dos gigantes, dos belos leões Ao ver o correto e um incerto Em lobo e castelos de nações Eu vi a  sua estrela Que brilhava e anunciava; viva Eu ouvi seu conselho Que me implorava; que eu reflita Eu que fui orar pela sua alma Recebi o conforto de sua calma

Eu que não Sei seu Nome

Nossos olhares de lado Cabelo na face mesclando máscaras Um nômade em pronome A luz entra em um bem estar da sala O peito se torna um ser maluco Confuso dessas direções, no corpo estático A mente insana e seu sepulcro Ficar paralisado é um dos atos mais práticos E o nó na garganta me causa ânsia Quero vomitar todas minhas frases bonitas Mas temo que suje seu colo em azias Mas eu desejo que minha poesia se transmita E assim transitar Até em sua alma habitar Não quero me limitar Apenas sonhar e desejar Desejo que deixe de ser platônico O que em meu peito já é sinfônico

1950 e 2014, um País de Copa e de Futebol

Cinderelas sem cristais e sem os tamancos Os heróis se invertem e se divertem nessas ruas Sonhos de ser jogador, mas não de Santos Em baixo da chuva, do Sol, da garoa e dessa Lua Nessa guerra de samba e tango Aquela que muitos já perderam o encanto Em meio aos sorrisos e prantos Os seres mais excluídos em algum canto Uma canção recitado de versos tristes Que muitos fingem não ver, mas existe

Outono de Outro Ano

Se você se perdeu em sua direção Foi para poder encontrar a outra Olhar para o lado, aprender a lição No mundo que é feito de escolhas E eu, de um dia tanto me irritar Escolhi a calmaria Que fez bem a todo meu pulsar Eu saí da gritaria Mesmo que hoje eu ainda realize nostalgias Ficar próximo da fúria, me causa desinteira E para todos esses apelos Que não mais se integram ao meu nervo E me deixaram com pouco cabelo Na falcatrua se desintegra ao que conheço Olho para fora da tela e vejo o que ela imita Tudo que for máscara, hoje não mais me irrita

Oração e Poesia

Chão É onde estou Chão Pra onde vou Uso do meus poucos minutos de inspiração A hora mais sagrada, igual minha avó em sua matinal oração Toda manhã junto ao pássaro e sua canção Laços e lenços, o branco e o preto, o abraço e sua pretensão As preces sem pressa Que toque o coração de sua criança bela Na proteção das rezas Que sobem junto às fumaças de uma vela Minha oração, é sempre uma nova poesia Minha oração, é igual a da minha vó Maria

Diretrizes sem Roteiro (Mudanças Eternas ao Destino)

Mergulho de volta Ao firmamento interior Uma busca eterna Pra saber quem eu sou Em orações e hinos de meu louvor Os meus desenhos, músicas e poesias A visão que o pastor não mostrou Saímos para sofrer em nossas teorias O encontro com nossa natureza é selvagem Pareço inerte, mas em estou imensa viagem A descoberta é uma visão com olhos fechados É ouvir em silencio É vir a tocar com a própria alma, do outro lado É sentir esse vento As bandeiras se movimentam em turbulência E apenas sobem o mastro ao olhar da paciência Nuvens escuras e já começa a chover O reflexo da Lua no chão está bem maior Abro os braço e não vou me esconder Quando se espera o melhor e vem o pior Nem por isso eu me abalo ou me calo Entre glórias e quedas, vitória e intervalos

Metamorfose Solúvel, Metáforas ao Café, à Fé (e aos Muros)

O nascimento da vontade De sua fúria e de sua paz Abraços e socos, impasse Olha pra frente e para trás Se refaz de escolhas Agora tem um caminho a seguir De onde vem a força O olhar ao que deseja conseguir Não é errado hesitar Mas paralisar ao hesito Não é errado sonhar Por isso eu não desisto De procurar até encontrar De me calar, mas não silenciar De frente vir a te enfrentar Demente, acalmar e mentalizar Aclamar-me em harmonia Sossego, concórdia, quietude e tranquilidade Repouso de minha sinfonia Sem insonia, acordar ao dormir´para verdade Renascer todos os dias Esse é nosso maior legado Não é a simples rebeldia É a escolha de ter um lado O bem ou o mal, mas nunca em cima do muro Derrubando minhas incertezas de luz e de escuro

Matinais de Outono

A gravidade pela manhã é maior Abraço a cama bem forte e eu não largo Uma parte pra fora do edredom, volta bem rápido O banho pela manhã é o melhor Livra a alma, desinfecta de minha inércia e letargo Uma parte de mim agora sim, acorda e o sorriso se faz simpático Já posso sair daqui e dizer; Bom dia!

Pichando Muros em Marte

Sonhar é uma arte Picho muros em Marte O dessarte à mais um start Farta e enfarta-me ao desejar-te A soma que se reparte Divisões de amar-te Sem mesa, sem descarte Olhar em estandarte No brilhos dos olhos, Dá pra ver um peito que bate Nos sorrisos dispostos, Ansioso a falar-te, declarar-te No frio mente e peito, nem há mais debate Quente no copo, é chá mate ou é chocolate Eu já disse que te quero pra sempre?

A Morena (parte 2)

O sangue a bombear A mente que não está a bobear Minhas pernas a bambar Ao ver a morena e seu sambar De peito estático Um silencio temático Seu olhar aromático E eu sem algum pensamento tático Um sorriso democrático Meu sabático, eu fanático Prático calado, mas apático Minha Deusa e seu brilho dogmático O que eu poderia te falar?

Minha Poesia

O nosso enredo é real De mais um livro underground Liberdade de expressão Longe de todas essas grades Não participei de impressionismo Realismo ou surrealismo Sou do canto e de todo idealismo Sem abismo e pessimismo Minha poesia é o cotidiano De futuro, sonhos e planos

Culpas e Cúpulas

Nossa liberdade ainda canta Mesmo cercada dessas covardias O olhar brilha em esperança E ainda existem as poesias vazias O que todo mundo quer É viver e não apenas sobreviver Pois sofrer ninguém quer Mas é aquilo que te faz aprender Em culpas e cúpulas Lamentos e súplicas

Milonga da Pequena

Já me apaixonei e me afoguei Até já delirei e me desliguei... Rodada, mais que a própria saia Mais do que cerveja gelada Na mesa pra rapaziada Desce mais uma, que a conta nem foi fechada Nem pediu meu amor E já queria meu calor Estava que se foda pro valor Só queria degustar de meu sabor Nem foi merecedora de alguma composição De minha bossa, de meu reggae ou meu samba Intitulada a quem despi sem ter alguma paixão Não sei sua graça, mas sei a sua desesperança O sorriso matinal de quem eu nem quis E o olhar de quem acha que terá um bis Fui atrás do que acho melhor De uma guria pequena Mas seu peito era bem menor Enfim, mas que pena

Não Nasci em Pele de Cordeiro

Eu que não nasci em pele de cordeiro Ainda não deixei um herdeiro Continuo aqui, guerreiro Sendo um espelho Crises existenciais de identidade Tiques, cliques de realidade Pra onde foi a felicidade Refletida na cidade Reflexões cinzas dos amores em SP A raridade em que não mais se vê Em humildade que buscamos ter Esperando pelo que se crê Vou e sempre volto ao meu belo interior Aqui encontro paz, aqui encontro amor...

Religião Groove

Rinhas e rainhas Princesas e guerreiros Só um rei em nossa paz No groove verdadeiro O contra, o baixo que toca no peito As baterias em caixas vocais Todos os seres, sujeitos de respeito Todos ideias, todo algo à mais Representantes da própria fé Religiosamente na luz de ser quem tu és Em meio à malandros e manés Todo pandeiro na veia, todo samba no pé Nossa raiz é maior do que nossa colheita Ainda assim continuamos plantando, regando as ceivas Do pó nasce, morre e retornará para ceifa Regiões, as religiões e ceitas que quase ninguém aceita Raros respeitam que a musica é uma religião Tema, teorema, poema em forma de canção

Deus Há Judas À Quem Cedo Madruga

Protege um lado Desprotege os outros Oferece inteiro Mais um lado do rosto O tapa vai na alma Em um espírito farto de infarte, não mais ser forte Vejo mais um na vala Que se cala, vira descarte da corte e nosso corte Algumas jogadas na frente De vários peões perdidos Rei, Rainhas e decorrentes Cavalos, Torres e Bispos Tudo protege a tática Em ato, em prática Estatística matemática De toda a estática Seres com pouco direito à nossa gramática Com o que não se vê de sorrisos e lágrimas A realidade, a verdade A bondade, a maldade A saudade, a felicidade Todo alarme e o alarde Acorda bem cedo sem ter o devido respeito Com algum medo que ainda carrega no peito

Acorde em Ré, Dó, Sol, Sí e Talvez Lá

Fui observar a luz E perdi um pouco de minha visão Voltei pra reflexão E a iluminação estava aqui no chão O Sol se faz humilde para não ser observado Nos dá apenas a visão do que ele tem iluminado Quer apenas um oi e um tchau no horizonte Quando ele aparece e se esconde E de todas histórias que o antigo nos conte O renascimento é sua maior fonte Se hoje o dia foi ruim, ainda não é o fim A vida é feita de nãos e sins, meios e enfins

Pulverem, Genuit et Mortem

Burlando os rumos De luzes e escuros E escalando muros De perdas e lucros Voltei ao linear Porque eu escolhi assim Onde ao trilhar O vício, o início e o fim Linhas, pipas e rabiolas dançando ao vento Conforme a batida e a força do firmamento...

Versos do Silencio

Fez frio na altura do peito ao estomago Arrepios das costas aos braços Inclinei a face para um sentimento vago Enclausura e delírios ao fracasso As preces desciam ao feitio de lástimas E as vestes como um vazio das lágrimas Não procurei por nada Não  sabia o que queria encontrar Minh'alma ficou calada Não entendia o que teria de falar A explosão se fez ao cosmo, comungada E a razão me fez mais próximo à enseada A maré veio e me levou Me fez náufrago de minha própria ilha Mas a fé, me levantou Me fez escolher dentre algumas trilhas

Ah... As Almas

Não volta, não vou Não solta, não sou Ah... as almas Os efeitos da ausência são tão presentes Ah... as malas As sentenças em sequência tão dementes Uma viagem qualquer, para qualquer estado Do Norte ao Sul, da distancia ou simplesmente de espírito Uma busca qualquer, por qualquer resultado Esboçando e rabiscando novos sonhos e novos caminhos Eu copiei na tela, o céu e seu horizonte Fiz da visão, pintura Eu copiei na guerra, a fonte e a ponte Fiz revisão da loucura De que adianta te ver em minhas teorias, Se eu não for te amar em minhas poesias?

Saudosista Livre

Não dormi no ponto Para explosão, eu fui de encontro Mostrei meus anjos e meus demônios Os meus heróis e os meus monstros Fiz da calmaria, protesto Fiz do silencio, um gesto Não, não dormi no ponto Fiz dos Judas, meu confronto Pedi aos Budas um desconto Recebi do recanto, meu reencontro Desfiz o protesto em calma Refiz do gesto, um silencio pra alma Só assim Consegui dormir de novo E da verdade A liberdade e muito esforço Já posso ouvir meus discos em paz, rapaz...

A Estrada do Lobo

Foi me perdendo que me encontrei Eu não vou apenas sentar e esperar Nem ao menos só me ajoelhar e orar Vou acreditar enquanto andar, caminhar e lutar Foi te perdendo que ganhei eu mais Não fugi, eu corri em rumo à sorte, à paz Tentei acreditar que era mais forte que a morte Então fiz significado ao meu nome e me senti mais homem Tentei muitas vezes poetizar junto a um delinear Pois o meu caminho sempre foi assim Aprendi quando devo falar e quando devo me calar Qual o começo e o fim, qual o não e o sim Não fiz letras em direção ao violão Mas eu adoro quando minhas poesias viram canção

Lataria

Sugou as minhas experiências Me afoguei em sua demência Desaprendi sobre aparências Sob a influência de carências Em decadência Sem referência E uma ausência Sem a essência Ma em algum dia tivemos a crença De que todo olhar se faria presença Foi quando a insônia começou E a minha paciência se esgotou Foi uma consciência que ficou Na inconsciência que me testou Virei pro lado para dormir mais um pouco Levantar mais tarde, então caminhar de novo

Chaminé em Casa de Madeira

A magia De perder o encanto Uma mania De se perder em um canto Os búzios O tarô de uma mera cigana Os bustos O sorriso que não mais me engana Pois  dura pouco Então a sua máscara cai Na manhã o rosto Da maquiagem que se vai  Se borra de lágrimas secas  E de algumas frases às avessas 

O Horizonte de Fato, é Algo Longe e Utópico

Eu não escrevi em um quarto escuro e silencioso Escrevi em meio a um barulho monstruoso Cheio da luz que não me cegava ao que é pavoroso Eu escrevi dentro de um cemitério temeroso Que eu enfrentei abraçado nas cores E tentei me reinventar de outros amores Só fui descobrir que te amava, enquanto eu estava mergulhado em um inferno E te via reluzindo mais amor, em teu céu Assim me venci quando descobri que não era só mundo, mas também universo Uni meus versos na busca de outros véus Fel e Mel... Sua luz me ajudou sem que tu soubesse E minha alma de todo fator te agradece Cair e aqui levantar Levantar e assim vir a caminhar Caminha e se guiar Guiar quem também está a andar Uma poesia em títulos Na teoria de fascículos

Em vez, Invisível (De vez, não divisível)

Papelão e pés de asfalto Barba cinza, magro e alto Olhar confuso de bicho do mato Foge que nem vira-lata, rato Pede almoço à fome E pedra ao frio O nobre gesto pobre Casa, ponte e rio Sem penas, ave que não voa Gaiola social, entregue nessa garoa Olhar triste de quem perdoa Olha pra vida e a vida o abandona Há tempos, ele já deu adeus ao seu sorriso É só observar no olhar, que está sem brilho Com penas, só em outros alhares Que vão se aquecer em seus aconchegantes lares Fingem não ver os outros lugares Celetos, esqueléticos e céticos em todos os bares

Paredes Estomacais

Parte do mundo não liga Não desliga e nem briga Um terço que não se reza Um começo que não se preza Um vento que não nos leva Um bento sem a sua capela Um santo jogado em uma cela Uma mentira fora das novelas Um muro para destruir, mas sem povos Num murmúrio, num sussurro aos novos

Natureza de Nomes e Pronomes (Que nos explicam os Ciclos)

Natureza azul Igual à Lotus e o Esgoto O norte e o sul E todos os outros pontos Natureza incondicional Amor maior que racional e irracional Natureza de aurora boreal Em todo bem e todo mal, açúcar e sal Natureza central A alma que quer e não se vai Natureza facial Um espasmo temporário de paz Natureza surreal De anunciar que se renuncia Natureza temporal Na pista, na estrada e na via Natureza do olhar E com o pouco se apaixonar Natureza do cansar E com muito pouco respirar Natureza, verde, castanha Que todo outro, estranha Natureza mais que tamanha Pequena e grande, manha Natureza da manhã O sol pela metade lá no horizonte Natureza de sua lã Que me aquece, vindo de tão longe Natureza da nobreza O universo e todos seus versos de beleza Natureza das naturezas Todo nosso suspiro, na plebe e na realeza Natureza religiosamente atéa Na beleza de Natal e vésperas É fim E o início É sim Um ciclo

I'm Still Playing (Natureza Azul)

A gente inventa, inventa Não só o nosso amor O chocolate e a pimenta Todo calor, todo sabor O nosso olhar experimenta Não só a beleza, o valor Uma ferramenta da tormenta Do peito que já fracassou Mas a nossa alma não desiste de se entregar E no sonho reside, encontrar alguém pra amar I'm still playing With wisdom that is, no pain and no gain Sorry for disappearing But I'll come back as the magic of foreign

Nosso Samba, Nossa Canção

Irônica e errônica Teórica e heroica Poesias de sala de estar Estava lá e veio pra cá, pr'este lar Festejar, na fresta e no ar A janela se abre para eu te amar Mas não há mar São as conchas a nos enfeitar E de lado se deitar Deleites sem sonhar, desmanchar Ah... rainha de minha corte Aquela que é a mais nobre e singela Sou grato por todas as noites Eu poder enxergar a minha donzela Lençóis e edredons a sambar Pandeiro, cuíca e o bambalear

Guitarra Desligada

O experimental é a evolução Dá saudades do violão E não sinto medo da canção Ou, do que eles dirão Mas faço diferente Eu misturo tudo que vem na mente E assim pra frente Xadrez do tempo, jogadas da gente Estando à duas jogadas...

Quinteiros

Há heróis em cada esquina Fazendo aquilo que tu não faria Reconhecidos pela minoria Que de fato, é a grande maioria Que Deus vigia E que a sua vaga já está bem garantida A vida sofrida De quem ganha menos do que merecia A crença de que há recompensa É mais forte do que tu pensa Que plante, regue e então cresça E que assim, a paz floresça Não é por dizimo ou o que disseram É pelo maior presente que os deram... A Fé!

Maio de 2014

Uma agitação mental Avessa insonia nervosa A manifestação neural E inquietação silenciosa Tudo explode A raiva e a razão A vasta vazão Vão e devastação O vento gelado não me impede de levantar Pegar um copo d'água e voltar a me deitar A luz pela fresta da janela, me faz acreditar E de pé, caminhar, para acordado, sonhar E não é que não estava tão frio assim, era só se movimentar Para aproveitar as cores do dia que esse Sol tende a mostrar

E que Venha o Vinho...

Companheiro da raiva Da paz e da penitencia Os amigos inseparáveis Na cabeça, consciência O mesmo que me acelera, é o que me freia Toda uma atmosfera que corre em minhas veias A paz vem em forma de ciência E a chamamos de... paciência Um olhar a chama de coerência E tudo deixa de ser aparência Paixões a primeira vista vão pelo ralo Previsões de visita em vão, vinho e jarro

Jasão

O mesmo mundo que perde É aquele que cresce Aparece O mesmo Universo que observo Conjugo em meus versos Todos meus verbos Se eu abusei de palavras repetidas É que ainda tenho muito pra aprender

Mais um Final Qualquer

Mais um Romeu Que na história apareceu Em suas mentiras, a qual ele morreu Só mais um Romeu Chorando pelo que perdeu Se envenenando com o que sofreu Natural entre amar e odiar Na vingança ou esperança ao cegar Uma triste dramaturgia a sempre se realizar Julieta abriu os olhos e se foi de repente O final se fez e foram felizes para sempre

Investir ou Investigar?

Há mais do se vê Perfumes e coerências Um quarto escuro De várias experiências Prazeres da alma e do corpo Os lazeres da água e do sopro Dos lugares e seus monstros Nos olhares e no que eu ouço Há esforço ou reforço? Sem beleza Há nobreza? Sem defesa Há destreza? Investir ou investigar?

Duzentos e Vinte, Voltem

O não me mata, é o que me faz forte Agradeço à Deus e à sorte Por ter me dado esses amigos nobres Mesmo que nada importe Sei qual é o meu norte E que é inevitável a morte A Terra é passaporte Que a mentira o encobre O corte, o porte e o suporte Correr, não é só um esporte

Sábados

O que tu és Com quem tu anda ou seus pais? Qual tua fé O que escreveram ou o que faz? O que deseja a mais Egocentrismo ou paz ? Um mundo a girar de questões E os raros, a se guiar de razões

Caetano (parte 2)

Eu mostro números E faço as contas Mas eu odeio exatas E amo humanas Tento falar de paradoxos Mas eu sou, o próprio Tento mostrar o meu ópio E estou sempre sóbrio Queria ousar e abusar De algumas frases bem malucas E acabo sempre ao lado Do fantasma, que me machuca A simples visão De imaginar e de acreditar Que está no mundo...

Teatro dos Contornados

A criança admirando a Lua Indo para rua da Amargura, no jardim Loucura Passou da noite, já às duas Cada um é cada um rapaz comum, a vida é sua Além de um cego alucinado E sem direção com o que tem falado Não ouve ninguém ao lado Diz querer sair, sabe que está errado Mas preso a um inferno Único calor, no inverno Antes jogava uma bola Era o craque de sua escola Hoje um medo o assola E o crack faz a sua degola Triste realidade de mais um menino invisível Que um dia acreditou, que tudo era possível Um teatro dos contornados Tétrico e consternado Céticos, mas confrontados Cegos, conformados O pior cego é aquele que não quer ver, sentir Como o pior mudo é o que não quer falar, sorrir Ou o pior surdo, é aquele que não quer ouvir Iguais num mesmo medo, do que seja se redimir Que o gigante acorde num eclipse Trombetas e acordes de apocalipse Que o Ciclo destrua esse Circo...

Gramados

O som grave bate no peito O olhar é de respeito O tenente e os guerreiros O jogador e o olheiro Para entrar em campo Precisa treinar e assim passar pelo banco E sempre estar pronto Não é só uma batalha de samba, de tango Esse gramado vai além de nossa vizinhança É sorrir com um sorriso de uma crianças É plantação de fé e suas colheita esperanças É evoluir, ao escolher as suas mudanças

Mussum

Uma boina cinza em xadrez O pandeiro e o cavaco Pra pagar as contas do mês E não se sente escravo Volta pra casa e já é de madrugada Sem ter os abraços e beijos de boa noite Prepara o arroz, farofa e a feijoada Não é pobre, mas um nobre de sua corte As poesias na cabeça e o seu samba no pé Sabe quem é malandro e sabe quem é mané

Bambas

Minha cara Deixa eu cantar Minha rara Deixa eu sonhar Ouça meu samba Ouça minha bossa Ouça o meu som Ouça minha trova Prosa de dom Sem ter neons A luz Pra quem quer enxergar A cruz Pra quem quer entregar

Matinais sem Pão

Saia de casa E nas ruas já será outra lei Abra as asas O respeito é pra quem tem Nas preces e seus améns Há o mal e também o bem Uma fé dos que andam sempre de a pé Ajoelham e têm esperança Acordam muito cedo e mesmo sem café Não perdem sua confiança

Becos e Ecos

Ruas desertas Ecoa a nossa conversa Há descoberta E duas mentes abertas Em suas frases mais honestas O Sol, a Lua e as metas Há buracos, há curvas e retas A Luz das ruas, as setas A voz ativa, nativa e cativa É o som, é do bom e há vida

Metres e Mestres

Poeiras Peneiras Há uma incompetência Daqueles que te julgam por tua aparência Depois vêm defender E colocar engravatados como a referência Não sabe sobre pecadores de coração puro Descendentes dessa desigualdade O pão e o vinho, suas classes e seus lucros Bem vindos, essa é outra realidade Zumbis de poltrona De palmas, sem Palmares A patrona, na telona Na invasão dos seus lares Te mostram pouco, dos reais lugares E os males são do tamanho dos mares Ciclos de Poeiras Circos de Peneiras

Córtex

A cara limpa E o peito sujo Se desalinha E eu não fujo Destino maior Ao sair dos trilhos E não fica só Se divide o brilho O sonho acordado é realidade É cinza, é colorido e é a cidade Nos quadros A mente e a tinta que copia Nos retratos Detalhes, efeitos e se arrepia Saudades da memória E das frases da senhora

Crenças e Aparências, Cresça e Apareça

Sentado Passado Os pinos na bandeja As cervejas na mesa Sinos, sermão, veja Rasteja sem defesa Hoje prega sobre Jesus Colocando outros iguais na cruz Achando que viu a luz Línguas de anjos que não traduz Não ouve o coração Mas sim, a sua cega alienação Intolerante alucinação Milagre não vem só de oração Abra os olhos Pastor O lobo não é o opressor A fome não tem sabor Faça da paz, o seu valor Em pele de cordeiro há o desespero Em pele de guerreiro há um espelho Nós não somos todos iguais Somos todos raros A busca sim, é a mesma paz E isso sim é caro Um médico para os doentes A morte e o seu pra sempre No que você acredita?

Tênebre

Uma isca O seu peito apertado Tremulo E fumaças de cigarro Um fantasma e nada mais De sinais e finais desiguais A cena se faz Transborda em uma luz O fogo se faz E uma explosão a traduz Tudo acaba com o seu não planejado Agora quer vingança mesmo assustado A mente insana se engana De frases profanas Fala por meses e semanas De garras e ganas E é assim que aparece Com a sua gravata desarrumada E é assim que acontece Você quer, mas não muda nada

Ducto (Canal de Esgoto)

Um placebo logo cedo Fantasiado a felicidade que nunca sorriu Vai seguindo o enredo Ditado por uma dor que tu nunca sentiu Aquela vida passando na tela No passado pelo qual não passou Chora na capela dessa novela E a vida não é bela como sonhou A vida acontecendo... E o que está fazendo? Não precisa ser caça Enquanto se está presa Não se levanta a taça Sem ter vinho na mesa Nem só de realidade vive o homem Nem só do pão vem a fome Nem só de fatos se faz um pronome Mas de tudo que o consome A vida acontecendo... E o que está fazendo?

A Morena

Eu sigo os paços da passista Aquela que fez eu me apaixonar pela pista Colocou meu nome na lista E transformou a minha estória, em realista Agora que sei quem eu sou Eu observo a tudo e aonde estou Para onde e com quem vou E tudo que a morena me ensinou Sonhar e acreditar Não esperar o que foi, voltar Se quer conquistar Ou reconquistar, é só ir atrás Nosso samba e nosso rock Nossa praça e nosso bosque

Doze

É distante E é ausente, mas em vão presente É errante Mas não é errado, seguir a diante O amante de tudo o que ocorre Corre enquanto não morre Tem paixão ao que se importe E à toda alma que socorre Enquanto lá fora chove Lá dentro, ele não se move Quando um se comove Não há um que comprove Fez o que fez E de sua maluquês Raro, burguês Mas à todos é cortês E agora, chove lá fora Não para, segue a hora

(Cor)Rente ao Degradê

Uma corrente que não prende Está na força dessa união A grandeza que é pra sempre Um aperto forte das mãos Um abraço sem tapas nas costas Apertado na força gentil de nossa paz Olhar que por si só é resposta Então, assim sabe quem é quem rapaz Nos maços amassados Nos desfazemos em alguns laços Em esboços ofuscados Onde há rabiscos, riscos e traços Eu mudei ao que evoluo Então parei de fazer várias paradas Eu andei e ainda continuo Andando, sonhando, mente sarada Olá teoria, olá poesia...

Do Seis ao Sete

Buscamos na raiz, evolução Porque é no que somos, que queremos ascensão Nós pedimos a voz e benção Netos da mudança e filhos renascidos da criação De onde vem a canção O som que é distante, mas próximo ao coração Nossa raça, nossa ração Não racionando, raciocinando nossa inspiração Um em um milhão Somos raros e em instição Um em um bilhão Do seis ao sete, um Cristão

De Tarso

Morre uma cabeça e nascem duas Quimeras e Hidras Noites escuras, nas esquinas e ruas Há uma nova saída A situação faz o ladrão Na ambição que não procura o perdão Há correção e infecção E a lição, vem junto de toda redenção De joelhos, Saulo De Tarso, se fez Paulo

Dance, Dance, Dance...

O enredo é um samba De uma criança que dança Sem ter pernas bambas Há confiança e esperança Então dance Não perca a sua chance Do revanche E de tudo ao seu alcance Conforme a musica No ritmo que é coisa rara e única Conforme a musica De um ritmo que não para, nunca

Fala (dor, passa mal... rapaz)

Fala mal Mas já fez um Moon Walk Fala mal Mas já quis ser Tony Hawk De calça larga ou de calça apertada De livros, ou, junto da rapaziada De carro na rua ou de apé na calçada De social ou uma chinela rastada Fala mal Mas paga pal Ando como me sinto bem Na paz, que vai além de estar zen Eu faço preces com amém Agradeço por tudo aquilo que vem Todo mal ensina E todo bem é sina

Avulsos e Milongas (Esquecidos no SUS)

Tudo é fuga, o que se vende e se aluga Há quem julga e há quem conjuga Toda ajuda vem de Budas ou de Judas É repetir ou usar de frases mudas A demora é uma senhora de frases repetidas Repetindo a questão de: Quais não são ditas? Eu disse mais do que queria falar Trovejei mais do que queria recitar Pintei mais do que queria decorar Calculei mais do que queria decifrar É, eu repeti as palavras mais sem graças Sobre o medo, a desigualdade e as raças Se realmente me ouviu Eu nem sei Se mais alguém sumiu Não somei A memória fraca se repete sem Déjà Vus De avulsos e milongas esquecidos no SUS

A Cabeça Erguida também Olha pro Lado e pra Baixo

Sua Copa em uma sala de estar O Brasil para Mas se fosse para revolucionar Era coisa rara Nossa hipocrisia É esse Brasil de uma Brasília De mono à estéreo Eu falo sério em minha poesia O que é de chocar Pode nos fazer sonhar e prosperar E ao crer, acreditar Pode nos fazer querer e melhorar Independentes dependem de independentes Em tropa, enfrente, em troca, siga em frente

Babilônias

A fé depositada em números Datas em papéis, ou o 38 na mão A arte escondida em muros Pichada e desenhada na escuridão Nas gangorras das forças Então concorra a sua forca Pois hoje, ainda nos jogam em covas de leões Para que tentemos sobreviver Ainda por cima desnortearam as nossas razões Em Babilônias à compreender

O Santo da Chuva e seus Dias Cinzas

Não dou trela pros felas Não vim de favelas Vim de capelas E entendo a voz das velas Nem toda poesia é bela Sou cria de cautela Falo de donzelas Mas também de minha cela Recluso de raiz misturada Samba e rock que tem pegada Musica pra toda rapaziada Rap, axé e o funk da quebrada Asfaltos e assaltos De altos e baixos O céu é só um salto De prédios e ralos A maioria tem sotaque de periferia E é essa correria enfeitada de teoria É surreal, é tropical E todos caminham para essa Capital Deixar Belém é fatal Mas fazem as preces de um feliz Natal

Renumerar ou Remunerar

Espasmos de vitória Me tiram o lápis ou o violão Só não me tiram a inspiração Convulsão mental Eles me embaraçam de luz e escuridão E eu vos abraço com uma nova canção A fé está numa ceia De toda Lua e Casa cheia Somos iguais de raiz e veia Só queremos vencer E pra isso precisamos crescer Muitas vezes vir até a renascer Eu não vou escurecer e nem ao menos clarear a sua mente É você que escolhe se fica pra trás, parado ou vai pra frente

Um Reino de Tão, Tão Distante (Aqui do Lado)

Uma história que ninguém disse, ninguém sabe Ficou vaga e apagada em alguma parte cinza do tempo Sua memória busca, mas em seu peito não cabe Maravilhou-se e virou o olhar n'um momento desatento Não virou capitulo de livro ou cena teatral Ele foi infeliz, sem um início e sem um final Ninguém sabe que seu nome era ninguém Veio de lugar nenhum e foi pra lugar algum Descobriu um além está editado no Amém Veio de lugar nenhum e foi pra lugar algum

Posterior ao Expurgo (Uma Cena Qualquer)

Cenas vindo na cabeça Em peito, reviro minha gaveta Que a imagem floresça E que toda escuridão aconteça Lotus e expurgos Foco ao inseguro Levanta o olhar Segue na direção do destino Após se ajoelhar Segue seu sorriso em instinto Distinto aos apuros Pula rápido os muros Não precisa correr e alguém derrubar Lastimar, lamentar e deplorar Eu sei que está sozinho a se enfrentar Morar, chorar, orar e se curar Vozes e sussurros Choques e múrmuros