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Mostrando postagens de outubro, 2017

Folhagem

Desajustado e desajeitado Mas não rejeitado Derrotado de pé descalço Falso desalinhado A ferrugem nos ossos O sorriso quadrado A palavra do Cosmos O brilho iluminado Não vem de mim Nem serei eu Não é o meu fim Nem será o seu Não tenhas medo O que foi dito vem do pavor e da fraqueza O terror em enredo Falam de humildade utilizando de avareza Covardes e debilitados Falam de uma força que eles mesmos  não têm Vulnerareis desalmados Falam que logo chegará aquilo que nunca vem Pois bem, nós seremos levados E assim, tragados pelo legado...

Trinta

Às vezes sua perdição é tentar se encontrar Ou sua ambição pode se tornar sossegar Assim, como é uma traição tentar fidelizar Ou onde a partida se transforma em ficar A minha busca não é igual a sua E não insista, pois ela nunca será Mesmo estando do mesmo lado Nós caminhamos pra outro lugar Tente personificar suas palavras São as suas visões Tento personificar as minhas asas São minhas ilusões Cansei de procurar e cansei de esperar Mesmo assim, eu deixo estar Cansei de me torturar e me atormentar Mesmo assim, entre o pensar Me lembro de tudo que já passei Para chegarem os dias de hoje Em frente a tudo que já enfrentei Para chegarem os dias de hoje Foram-se os dias de colocar uma corda no pescoço Entram as crenças de se libertar em meio ao esforço

É só o vazio e nada mais

É só o vazio e nada mais Nada de tanta importância, é só irrelevância  Algo que carrega minha paz E que leva de certo modo, alguma esperança Fragmentos de lembranças Fotos que eu ainda tenho em um cemitério de gavetas Sacramentos de desconfiança Poesias que ainda tenho amassadas ao pé da cabeceira É só o vazio e nada mais Dramas de um incapaz  O tentar torna-se ineficaz Ao vácuo que nada traz E transborda um Universo de Supernovas  Onde há covas, mas algo sempre se renova E eu deixo o tempo Mas o tempo é um ser traiçoeiro Em meio a remendos Talvez certeiro, talvez engenheiro E é aí que eu tenho mais medo  Tornar-me máquina Ter sangue frio e o peito de gelo Tornar-me lastimas

Entre Gênesis e o Big Bang

A maioria dos dias me parecem passar em vão Para pouco dos melhores dias se tornarem poesia e canção Todo erro vem em formato de presente e lição E assim toda fração de dividir no milagre da multiplicação A palavra é mero artifício para a interpretação Onde a paz pode tornar-se destruição E tudo depende do receptor e da manipulação Onde vedam a inocência em obrigação Dizem que viver e ser você mesmo faz parte da sua destruição Te moldam a pagar pela sua salvação E acreditar em Deus não me força a acreditar em uma religião Silenciam o que é criação ou invenção Mas quem criou seu Criador com tanta exatidão? Ou quem pode afirmar o inicio e a explosão dessa imensidão? Entre Gênesis e o Big Bang, fica minha confusão Ainda sinto energias muito maiores do que eu nessa escuridão Acreditem no que quiser, cada um tem a sua fé Mas para ressurreição, sou igual a Tomé Ou mais um mero João afundando em sua maré Para eu acordar, tem que ser forte o café Pois eu não sou incréd

Dramaturgo

Muitas vezes cansei de ser o amor E passei a ser simplesmente rancor Por mais que essas palavras pareçam egoístas As mascaro de atos altruístas E por mais que eu disfarce minhas conquistas Não insista, não sou romancista Já fui, eu já cuidei muito mais do amor do que de mim E como num belo passe de mágicas, tudo teve um fim Mas não desisti do mundo Eu apenas dei aquele tempo pra tudo Voltei a reescrever o futuro Voltei ao meu silencio mais profundo Cansei de conversar com aqueles que fingem ouvir Não os deixo ter empatia ou pena, apenas finjo sorrir Esse mundo está tão perdido Que eu não quero me encontrar, nem me encaixar O objetivo torna-se tão infinito Que eu não tenho vontade de explicar ou desenhar E olha, eram as coisas que eu mais gostava de fazer quando criança...

For(ense)

Não podemos esperar pelo que não aconteceu Nem pelo que talvez possa acontecer Nós não podemos esperar Não podemos centralizar toda a culpa no eu Não queremos nos deixar envelhecer Não podemos descentralizar Sobre o que podemos ou não, Foda-se... Temos um grande poder, o poder de ser Bata o seu martelo e... é isso! (Ainda acho que falta muita coisa)

Se pudéssemos dizer tudo o que sentimos...

Parece confuso dizer que no escuro Tudo fica mais claro E se o bonito é cliché, torna-se nulo Ao peito e ao disparo Somos infames em meio a milhões Mas os que nos conhecem, o que eles sabem de nós? Somos protestantes em meio a sermões Mas faríamos tudo igual se pudessem ouvir nossa voz? Se pudéssemos dizer tudo o que sentimos... Sairia desordenado, complexo ou riríamos? Nós só saberíamos se falássemos Mas é que o silencio muitas vezes toma conta Supera a vontade e a nós mesmos Dá um nó na garganta em formato de afronta E com o tempo nós fortalecemos o nosso escudo Deixamos a armadura impenetrável para lanças e serras Nos protegemos ainda mais, indo pra trás do muro Mas seríamos mais livres, se tudo não fosse uma guerra Se pudéssemos dizer tudo o que sentimos... Sairia desordenado, complexo ou riríamos?

Entre Silenciosos e Loquazes

Eu ouço mil vozes diferentes E cada voz  me traz demasiadas histórias Algumas ferozes e veementes Outras, com a serenidade das memórias E a minha maior escuridão Está na sombra dos que me assombram Onde toda feição e afeição São as que me perseguem, me sondam A porta ainda está aberta E o mundo não está preparado Para entender a descoberta Sensibilidade traga em recados Nós somos os filhos da invenção Punidos por uma forma infecção Munidos, mas sem uma intenção E paralisados pela intensificação O que os mundos têm a nos dizer O que o nosso corpo tenta conceber O que o medo nos impede de ser O que os sussurros tentam converter Seres com tendencias à esquizofrenia da perseguição Ou em seres que buscam a salvação e a auto correção Ainda assim, somos todos loucos!

Ilustra

Dentro de empasses Entre o se prender ou o se libertar Entro e peço passes O samba de se perder e se perdoar Fecho o corpo Peço a proteção e vou A cara de louco Não demonstra quem sou Mas as flutuações sim Mostram as essências a serem corrigidas Deitado no ar de jasmim Perfumes que trouxeram de outras vidas Nas escalas de marfim Duas passagens extensas de notas no violino O Outono e meu jardim Perdidamente, o brilho de um olhar cristalino Aquele que evitei por horas no deserto Mas não paro de pensar Aquele que nunca imaginei ver de perto Mas não paro de sondar O sonhar de respiração ofegante e dissonante Errante, constante, mas ainda assim... distante Fecho o corpo Peço a proteção e vou A cara de louco Não demonstra quem sou