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Mostrando postagens de fevereiro, 2016

Parvo

Rocha pesada Em corrente que não se quebra Frustra o tolo No fio da meada Há um fim que não se celebra Deturpado ouro Lagos e enseadas A maré sem forças, não leva Malicioso e sonso A arte invejada Não cria, copia e se enterra Sem cão, sem osso Quantas crianças vão sorrir pela manhã? Quantos sonhos vão se despedaçar? Quantas vezes você vai sorrir pela manhã? Quais sonhos vai colocar no lugar?

Pequenos Nós

O pequeno samba no violão Sem cavaco e muito choro Mas de repente, uma canção Junto aos amigos em coro Mas ei que chega mais um vacilão Tentando dar outra lição Falando soberanamente de religião Diz ser espelho de cidadão Mas se você dá alguns conselhos Por que é que tu não segue? Entre suas escolhas, seus desejos Qualquer fardo que carregue A palavra pode até ser de prata Mas o silencio é de ouro E se tu continuar sendo de lata Saia do meio desse bolo Os seus sonhos estão aí E à eles se entregue Pois sementes irão cair Ao solo que se regue É nesse Sol que tudo rege Ao Universo que não se mede Um Deus que tudo se pede Somos pequenos, somos leves Então me leve som Então me leve dom Eu não critico religiões Cristo, Buda, Jah, Iemanjá Peço união nos corações Mas só a sua fé te salvará

Crisálida

Trânsitos inerentes Mas não inertes Em fatores regentes Um ato se repete É entre o que se escolhe e o que se deixa E por quanto tempo vai querer a luz acesa O que se mede E o que se cede O que se perde E o que sucede É entre o que se escolhe e o que se deixa E por quanto tempo vai correr na esteira Temos as alternativas e os ajustes Evolua ou mude O que você deseja e o que te supre Separe ou junte É entre o que se escolhe e o que se deixa E por quanto tempo vai enrolar sua seda

Prostrado

Aos relâmpagos sem chuva Estrelas sem Lua Tremendo no frio sem blusa E carros sem rua O efeito das luzes nos postes Se apagam quando tu passa por baixo Os defeitos cegos do holofote Vão pr'aquele que olhou direto, no ato Murmura o ódio Sussurra sódio Luxúria ao pódio Insulta seu ócio Mas foi você quem preferiu olhar pro nada

Catador

Centavos de lata Chapéu de palha Cata as migalhas Casa de madeirite Invisível para a elite E ele, ainda sobrevive Vindo de algum sertão E não ser tão cidadão? Sua hora extra é de papelão Uma desigualdade vista pela janela Do carro, da casa, da favela Quem reza, quem ascende a vela (...) Quem vê?