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Mostrando postagens de março, 2015

Antes das Dez e dos Dez

Os pés na parede Desenhos e marcas cinzas Cabeça pra baixo Corre, sorri junto às brisas Cavalga costas Escala n'árvores Sem respostas Embala amores Céu e inferno em giz E tudo que diz é um tanto incompreensível No palco me pede bis E tudo que quis foi ser aqui, sorriso visível Abraça bem forte a minha perna Mãos cheias de chocolate ou areia Fecha os olhos e sobe a coberta O coração cheio de pureza e veias Só não fecha a porta Deixa um feche de luz salvar o escuro Bem cedo você volta Me fazendo acreditar num bom futuro

(D)Esculpe-me Vida

Tenho fome, tenho sede Tenho uma necessidade de prazer E eu não temo o pecado Mas qual causa-efeito possa trazer Entre autopsias e utopias Me sufoco de teorias Entre a criação e a poesia Me suporto de afasias Antes de dormir Me obriguei a escrever, a reescrever Não era insônia Mas uma mente cheia de “Por Quês?” Acredito num Deus prático Grande e cheio de seus repertórios Todo homem é burocrático Pequeno e quem criou o Purgatório Viver não deveria ser um erro E sim um vício Somos deuses de nós mesmos De livre arbítrio

As Vozes nos Ventos

Mesmo onde a Luz impera Há sombra E onde você menos espera Haverá soma Depende do caminho traçado O que pode dar certo ou errado Depende do percurso trilhado Estar em movimento ou parado Inerte ou dinâmico Benevolente ou satânico Poluente ou botânico Desiludido ou romântico Ouço o cântico dos ventos da madrugada E podem até parecer que não dizem nada Mas eles dizem Todo concelho por ti, liberado Que condizem Em um momento tão inspirado Podem ser para você mesmo...

Quitanda

Deus é bem mais simples que a religião E a composição é mais livre que a canção O nosso amor é mais triste que a paixão E ir ao teatro vidra mais que ver televisão Ler te faz ver outro Universo Paralelo de versos diversos e dispersos Aos espertos, os controversos Honestos submersos e inversos imersos Imenso em uma divisão do multiplicar Senso sem exploração ao compartilhar Os mestres de si mesmo Controlam a felicidade e a solidão Amor e ódio em enredo Não partem de toda ação ou fração Perfumes e fragrâncias da convicção Combustíveis de fé explodem em transição E todos os pedaços em fragmentação Esperando dos traços parados, a transmissão A criação, apesar das consequências, pular A geração, apesar das competências, pulsar Não dosar E qual é o preço da duzia? Não ditar O que era mesmo que dizia?

Uma Oração desta Manhã

A todos os que, ainda morrem jovens Quando acordam para seguir outros ideais Comecem a esperar menos dos outros Acreditar mais em ti em circuncisões reais Toda doença será tirada E em corte profundo, cicatrizada A sua dor não será nada Em comparação à cura realizada Que seja expelido de teu corpo tudo aquilo que te faz mal Da mente, do peito, das veias, do espírito e da alma Que o corte ainda esteja ali, para que saiba que teve final Onde a respiração acalma, a visão não tenha trauma Os seus sonos serão de sonhos e não mais serão pesadelos Todo humano tem fraquezas e isso não te trará mais o medo

Tenho andado distraído

Na imensidão Pressão, incompreensão Vasta repreensão Em vão de cada cidadão Em faça, há farsa Que vem da voz da massa E não nos diz nada Só amassa e só se arrasta Arrasa-se A empatia mascarada Afasta te A simpatia renunciada Nunca vão saber Vão achar, apenas que sabem algo Nunca vão entender E vão achar que eu apenas me calo E me calo, sim Pois a minha saliva não será o meu fim E me calo, sim Quero pros outros o que quero pra mim Olhar que pacifica E aqui, passa e fica

Na Mente

Uma viagem pra dentro de sua mente A canção, a ideia implantada Sonhos de um final feliz, o pra sempre A reação da platéia encantada Ouço contos de fada, narradas por um grilo E toda a verdade guardada em máximo sigilo Nós procuramos tanto a verdade Quanto a ficção Lembramos e sentimos saudade Grande fixação Toda história sem fim dentro de um livro E todo adeus na espera do que seja infinito Aceite, a Morte está mais perto a cada dia Então acene e sorria Aceite, a Sorte é você quem narra na poesia Então a cena se fazia Na mente...

Entoa, Tectônica

Em cantar Deixa soar Base e peso Em levar Deixe estar Sábio segredo Todo quebra mar E placas tectônicas De meu mundo O cometa que passou E estremeceu tudo Em questão de segundos A estrela caiu em pacto Mas por conta do impacto Não pôde realizar meu desejo Em ato sem teatro E as cortinas em mastros Mãos na cabeça e um imenso bocejo As ondas na concha Das pernas que sentem falta da sereia Enterra-se parte da prancha velha na areia Fica tão inenarrável Meu saudoso olá, tão gago E te rever, me faz ver o quão sou fraco

(De)Mentes

Há momentos em que menos é mais Assim como num vice e versa E podem esconder a loucura na paz Na prisão da liberdade poética Querem ser diferentes, sendo iguais E querem oferecer, dizendo; Jamais

Entre Palpitação e Palpites, Prelúdio

Não dou corda O meu relógio é de pulso Não dou notas Minha canção é impulso Meu sorriso diabólico Fascínio lógico Meu demônio católico O caos retórico Fato categórico Pacifico e simbólico Extinto histórico Aplausos anabólicos Tragédias Fúrias ao melancólico Comédias Teatro dos alcoólicos Sobem as cortinas Onde tudo é caótico Somem as rotinas Onde tudo é mórbido Nem viram as minhas pinturas antigas E já querem novas Nem sabem o que minha mente abriga Fantasmas e covas Só eu sei o que enterrei Mas não sei o que terei Em teu corpo Lua Onde me sinto mais leve O meu ser flutua Peço que não seja breve Sua luz e sua escuridão Em sono, que despertam minha curiosidade Ao te ver na imensidão Desorientado ao horizonte, longe da cidade Ao seu lado o brilho das estrelas E aos seus pés ficam apenas os brilhos de todas as janelas Eu na minha, aonde posso vê-la Joelhos na cama, rosto no antebraço, comerciais de novela Que nessa noite sint

Mística

Sabe seu olhar de Medusa Não tenha medo, usa Com seu perfume me seduza Com seu charme me abduza Me entorpeça desse seu jeito, confusa Diz que aceita, diz que recusa Tira a sua roupa e veste a minha blusa Meu corredor, sua passarela, você, minha musa Ei, me escuta, me induza Me paralisa e me movimenta nua E só nesse momento nos esconderemos da Lua Depois vamos abrir um sorriso de mãos dadas na rua Você inteira, me vicia Me faz perder o rumo das minhas simetrias Complica toda a minha poesia Mas não preciso do passado para fazer qualquer analogia Estar com você desperta um novo sentimento O de que agora, é sempre o meu melhor momento

Alameda

A sina Ensina Fascina Vacina E sem morfina Sai da rotina Vai até a China Sai da neblina Nas nuvens da colina Em disciplina Nas penugens da rapina Em doutrina A sua mente voa menina E tu nem saiu da esquina

Desenlace

O caos momento Pode até evitar que seja agora Mesmo em lamento Há uma força que ainda sobra É a de saber demonstrar Que não há estorvo na demora O peito queima sem apagar Nas cinzas da Fênix que aflora E nesse renascimento Uma nova paixão que desequilibra Movimento, envolvimento Olhar de Libras, a mira e a calibra E lá se vão as cortinas novamente O final feliz contado antes da catástrofe E lá sobem as letras subitamente Em continuação, canção, refrão e estrofe E nós? Nós ficamos esperando pela parte dois...

Bardos de Praça

Deixa soar e então abafa Graves e agudos A pestana com a garrafa Palmas de fundo Harmônicos entoam sobre a corda Nota-se um olhar fechado e risonho Inclinado com sua mão toda torta A poesia dos acordes são um sonho Deixa o violão falar O queremos para dormir Deixa o violão calar Queremos apenas sorrir

Disposição e, ou, Imposição

Entre dom e perseverança A fé e a esperança Entre o adultos e a criança O café, a confiança E pula no colo Fica pendurado no galho A base e o solo A distancia e seus atalhos Os sorrisos em observação Sabemos o que são maquiagens e máscaras Ao que é de fato ou ficção Sabemos que todas as alternativas são raras Ainda assim, sabemos que selecionar É perder ao mesmo tempo que ganhar

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Eu, observo tudo o que continua igual E me pergunto se eu mudei Atravesso toda utopia do que é surreal Respondo o que responsabilizei De certo, em cheio Que eu estou disso tudo Honesto, em receio Te explico, te confundo Eu enrolo pra dormir Me reviro inúmeras vezes pro lado Um travesseiro a cair Puxa de volta, ainda estou acordado Pego um livro Em busca do sonho Leio ele inteiro Sem sono, suponho O meu bloco de notas lotado E já sem espaço Rabisco em qualquer pedaço Chega o cansaço E me afoga em abraço Em mim, joga um laço

Samuel Foi Chamado

Avião de papel O barco e a tripulação Cisne sem céu O sapo da cor do chão E o imaginável nas mãos As nuvens, elas não O tato de mais um artesão Sem lápis, a criação Crianção com os olhos na tela De cores ilustres As imagens do fogo de uma vela Sombras do lustre Sua arte vem A pintura, a poesia e a canção De Marte em Naves de renovação, recriação A recreação sem escola Eu pergunto para a Lua Exclamação sem esmola Sem respostas, perpetua Poesias em papel queimando Cinzas ao vento Vão em destino ao outro lado Adeus e lamento Derradeiro ao terno e ao término Devaneio, pesadelo, talvez eterno

Conflito de Carne e Alma

É preciso de um horizonte Para sonhar Assim como de uma ponte Para atravessar Mas é preciso de uma fonte Para acreditar E não é preciso de um monte Para atrapalhar Um basta Como um só basta, para enfrentar Um hasta La vista, bandeira, em pé, marchar Sorriso quadrado Rangendo os dentes Tangente, árduo Segredos da mente O cronista e o artefato Sarcófago de seus artesanatos O arqueólogo novato Saudades do que foi enterrado Fantasmas no peito Sujeito insatisfeito A criação, seu leito Suspeito imperfeito Em efeito e causa O defeito da pausa