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Mostrando postagens de dezembro, 2015

Azul

Frio e moletom O bolado bom vem com batom Filme e edredom O seu dom é me domar ao som Poucas luzes Mas nítida em degradê de tons Seu perfume Meu Apocalipse e Armagedom Você me bagunça, me leva Você me arruma, me acerta Perco o rumo e não durmo Em luzes de neon Vício, te fumo, te consumo E me assumo seu garçom Conduzo e não te puxo Pelos, seus braços Mas recuso, todos Os outros laços Você me arruma e me leva Você me bagunça, me acerta Como uma oração, forte você veio Como uma droga, me fez viajar Como afrodisíaco, despertou desejos Como o cigarro, eu quis largar Você é meu ópio 

Erê

O mundo é muito são De muita pouca unção O mundo é muito são E cheio de sem noção De uma sanidade Que muitas vezes entorpece, entope ou veda Nos faz esquecer Que toda criança se levanta depois da queda Pode até chorar, mas quando ela te olhar Finge que nada aconteceu e sorri Pode até sangrar, mas sua mãe vem sarar Finge que nada aconteceu e sorri Corre, pula, sobe Volta a se divertir Move, suja, come Volta a se divertir Feliz o homem que ainda tem esse espírito

Neblina aos Submersos e Submissos

Terra árida e fria Quase sua areia movediça Vento que suspira Vem, múrmura e assovia Em Pântanos de caos Ou sementes de escuridão Ao que se dizia o tal E foi levado pela vastidão O seu grito nem foi ouvido Mais um sumiu Tornou-se menos espírito Ou, talvez fugiu É... que em toda essa imensidão Nunca se sabe pra onde eles vão

O Drama do Dharma

Uma mente aflita Frita Parelha em reflita Grita Bate aquela insônia Sonora e bem desarmônica Sinfonia de sondas Ondas em sitônia e carona Nem chove, nem relampeia Nem gárgulas, nem sereias Fantasmas normais Que até parecem ser reais Em asmas surreais E nossos carmas racionais Consciência em arrepios Em uma pele e dois rios

Tamanduá

Decomposição astral Mares do corpo Reposição de fractal Lares e assolos Entre a critica e sátira social de farpas Ambas com a mesma informação Uma causa o impacto, a outra risadas Ambas alicerces para a alienação Eu perdi minha direção E queimei algumas poesias e canções Fiz parte da falsa nação E da farsa expansão, recobrei paixões Cria de jardins Onde umas desabrocham, outras dão frutos Sei onde nasci Mas ainda não sei qual será o meu sepulcro Fui comprar meu lugar no céu Me disseram - Presta atenção Confuso, fui de confesso à réu Eles não vendiam à prestação Lá no bar de esquina uma dose era mais barata Ontem o tiozinho pedia trocado e hoje, cata lata

(Do)Ar

Um sonho onde nós não estamos Não existimos, não coexistimos, não somos Um canto com horizontes planos Músicas que ouvimos, assíduos, compomos E não compramos, não tomamos, temos Acrescento, ao crer, ao sendo, crescendo Ao acordar, nos assustamos com a realidade Pois ela existe, mas e aquele lugar? Ao acordar, nos reconectamos sem saudades Por um instante, segundos a largar? Quem vai nos alugar De lástimas? Quem vai nos alagar De lágrimas? De onde vem tanta canção? De onde vem a inspiração?

Trucos e Truques

Cartas na mesa Doa-se algum olhar amigável Latas de cerveja E entoa-se de modo razoável Entre a disciplina e a displicência A doutrina e a essência Entre consistência e consequência O carinho e a carência Mesmo em tolas experiências Não me faltam expectativas E mesmo que pareça coerência Eu não desisto de tentativas Às vezes caio em armadilhas E às vezes tenho as manilhas

Quarto Aquário

Chegou o novo aquário Uma decoração sem peixe São imagens, santuários E deixe que o feixe se eixe Entre pelas frestas Florestas do que nos resta Que a fenda seja festa Perspectiva, antes indigesta Onde, com pressa Nunca se acerta Onde há promessa A que atravessa O medo da queda é só o som vindo da cachoeira Ladeira causando vertigem Mas quando se torna adrenalina, não há canseira Tudo vira besteira à origem A coragem causa o efeito da felicidade Você está apenas dentro de sua mente Momentânea, circunstancial à realidade E com os pés no chão, segue em frente

Bagunça

Procuramos quem concerte nosso rumo E só arrumamos quem bagunce nossas gavetas do quarto Fazendo vendaval em poucos segundos E assim nos faz reaver os objetos e os objetivos guardados Quando se vão, é muito difícil se reorganizar Recolocar, se arranjar, preparar seu libertar Quando são vãos, rachaduras a nos destroçar Retocar esses muros destoantes à equalizar É árduo e é penoso Quem vai reabrir as portas desses castelos? De um rei rancoroso Fontes de fortalezas em universos paralelos Às vezes precisamos de anjos Toda criança e todo marmanjo

(Des)Crente

A arrogância intelectual Todo sofredor feliz Dentre o desfoco central Intolerância de raiz Reaver a essência E perder a ciência E o quanto mais você sabe Mais você quer saber Onde a inocência não cabe Entre o ouvir e haver Então o estupidamente viver É fazer ou deixar acontecer?

Vira-Lata nos Dias Cinzas

Um cão não para de pedir carinho O outro late sem parar, que nem louco Às vezes eles revesam esse serviço Pois em concreto, não se caçam ossos Um deles, vira-lata vizinho E o outro finge não ter dono Mas arrumou um cantinho Com seu olhar de abandono A visita parece sorrir tinta Avisa sem rimas, pisca E à cima de qualquer sina Ensina ao imã, o cinza Se isenta de sua preguiça Ao seu conceito de prisma Não tinha clima ou crisma Apenas filma ao que priva De lata, me cataclisma Delata, dilata e rabisca Larga o carisma em esquinas Deixa a chuva levar pras ruas e avenidas O cão e a lágrima que catalisa Sem remédio que cicatriza, deixa a brisa Tomar conta Às vezes paro pra meditar Tomba ponta E às vezes para me editar Usamos as mesmas coisas para suportar e se importar Vai de primeira à terceira pessoa E usamos as mesmas coisas para enfeitar ou infernizar Nossa segunda-feira, ao que soa

(De)Clínicos

Todo o ismo tem seu cinismo É um abismo de ceticismo Todo mecanismo, organismo Tola guerra de fanatismos O batismo ao idealismo O burro machismo ou o feminismo Civismo ou patriotismo Estupido desrespeito se repetindo Querem impor ideias de igualdade Ao mudar o mundo sem que eles mudem a si mesmos Querem impor a sua dura realidade Mas respeito é a lei pra viver em paz, não tem segredo Os verdadeiros cegos Há muito tempo são aqueles que se vedam Escondem atrás do ego Uma triste solidão, a que os mesmos sedam