Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2019

E eu (Libriano nato)

Obrigado vida Por toda loucura imposta Obrigado vida Por todos jogos e apostas Pode ser que quem impõe toda sua verdade Esteja de certo modo, vivendo alguma mentira Pode ser que todo esse medo da intensidade Venha de derrotas, de quedas, mas o jogo vira E eu estou de volta à ativa, de volta à pista Bem melhor do que ficar remoendo paixões antigas Transformando em cicatriz todas as feridas No recomeço da partida, onde acontecer foi a saída E eu que nunca voltei atrás na palavra tive a minha primeira vez Assumi que preciso de você E eu que de tanto orgulho em minha lua, libriano nato do talvez Entendi que preciso de você

Abalo sísmico

O nós na garganta agora transita entre o meu peito e meus pensamentos É que de tempos em tempos eu desabo em meus desabafos mentais E o pior é que eu nem sei se sou uma boa pessoa para me dar conselhos Me disfarço em passos dados e a respiração aparentemente em paz Mas eu me deito junto a demência emocional, como se fosse a primeira vez Como se nunca tivesse aprendido e tudo fosse um imenso ciclo obrigatório a ser repetido Percebo que a inteligência fica para uma visão mais externa, cheia de solidez Só que na real é a mais pura palidez, no claro, sentada de frente a uma janela, sem sentido Passam os dias e eu apenas busco a salvação desta angustia calada O olhar avoado, as mãos soltas como se tivesse recebendo soro em um consultório Passam nuvens e passam estrelas no reflexo de uma tela desligada O coração apertado, a coluna levemente torta de sentimento apático, pouco notório É essa confusão de saber que preciso de ajuda, mas espero que ninguém me note É como se fosse

Quarto Escuro

Calado, mas totalmente focado em nada O olhar distante e completamente perdido E eu nem queria sair da cama, da coberta Virei pro lado algumas vezes já desiludido Mas foi de bruços que eu encontrei o torcicolo E minha mente estava tão cheia que não me deixava descansar Procurei o que fazer e não tinha, era monótono Mas é claro, às três da madrugada talvez seja a hora de sonhar Então apaguei as luzes à espera da melatonina É... mas a busca pela reciprocidade não desaparecia Os olhos abriam mais no escuro, era melancolia Talvez eu espere demais de quem nem é companhia Mas não desisto e quando desistem, eu fico aqui Remoendo, revendo passos, relendo mensagens e revirando gavetas Procurando saber onde errei, o que fiz e não fiz É meio que vazio, uma lacuna insuportável e totalmente turbulenta Abraço os joelhos e me encolho Me recolho em preces para que o sono venha A cama gira como um Universo Cheio de grades e algemas... Sem almas, apenas um quarto escuro!

Simples aconchego

Era tão simples andar Era tão simples sorrir Era tão simples lutar Era tão simples seguir Em meio a tanta simplicidade Eu encontrei a turbulência Chuvas, cortes, dificuldades E a mais forte seca Em meio a tanta intensidade Eu procurei minha resistência Ao longe, as luzes da cidade Num quadro sem estrelas Em meio a tanta felicidade Eu resetei minha carência Somei defeitos e qualidades Perdi a paciência E em meio a tanto nada Era tão simples tudo Em meio a tantas palavras Eu me fiz de surdo E quanto mais o tempo passa, eu acolho a certeza E quanto mais a carne falha, eu hospedo a profundeza E quanto mais o ar me falta, fica claro a correnteza Enquanto a melancolia cala, eu superestimo toda frieza (...) Eu sou a simples saída de quem não quer mais estar aqui De quem não quer mais sofrer, não quer mais sentir (...) Não quer mais sentir!