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Quarto Escuro

Calado, mas totalmente focado em nada
O olhar distante e completamente perdido
E eu nem queria sair da cama, da coberta
Virei pro lado algumas vezes já desiludido

Mas foi de bruços que eu encontrei o torcicolo
E minha mente estava tão cheia que não me deixava descansar
Procurei o que fazer e não tinha, era monótono
Mas é claro, às três da madrugada talvez seja a hora de sonhar

Então apaguei as luzes à espera da melatonina
É... mas a busca pela reciprocidade não desaparecia
Os olhos abriam mais no escuro, era melancolia
Talvez eu espere demais de quem nem é companhia

Mas não desisto e quando desistem, eu fico aqui
Remoendo, revendo passos, relendo mensagens e revirando gavetas
Procurando saber onde errei, o que fiz e não fiz
É meio que vazio, uma lacuna insuportável e totalmente turbulenta

Abraço os joelhos e me encolho
Me recolho em preces para que o sono venha
A cama gira como um Universo
Cheio de grades e algemas... Sem almas, apenas um quarto escuro!

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O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias