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Mostrando postagens de novembro, 2020

Desbossa

Quantas vezes eu já sofri em dias lindos E quantas vezes já sorri em um dia cinza e frio? Quando foi que eu deixei tudo sombrio E era mais fácil acreditar que eu fosse o vazio? Foram noites em claros e tardes cansativas A insônia vinda em fantasmas de lembranças vivas Os sonhos se tornaram pesadelos e eu fugia As forças se tornaram medo e eu não me reconhecia Quantas vezes já passei por tudo isso e eu ainda estou de pé? Quantas vezes falaram para eu seguir um outro caminho? Quantas vezes depreciaram e colocaram em dúvida minha fé? Quantas vezes eu me agarrei em rosas cheias de espinhos? Foram noites em claros e tardes cansativas Mas eu me reergui, superei e superarei outras tentativas Os sonhos não são mais pesadelos hoje em dia As forças se tornaram enredo e o passado mera nostalgia Eu era apenas o caos antes de procurar me encontrar...

A última estação

Todo o sorriso da vitória e a fervorosa empolgação não estão na medalha Não estão em um champanhe espalhado por todo o canto  Estão nas lembranças de quem se fez muralha e um guerreiro pra batalha E vai além do grito de quem torceu junto, está no pranto Nas vezes em que se ajoelhou e se questionou mil vezes se era capaz Nas vezes em que se levantou e caminhou contra as expectativas Nas vezes em que se enfureceu, se machucou enquanto pedia por paz Nas vezes em que se acalmou, respirou e percebeu estar a deriva Pois no horizonte ainda tinha uma visão contemplativa que talvez fosse uma utopia Dentro de uma meritocracia aristocrática aos donos da verdade E ao perceber que a visão era apenas isso mesmo, um quadro escondendo a distopia  Desistiu de ser mais um dos donos da razão e sumiu da cidade Até hoje ninguém sabe onde aquele vencedor está Deixou reflexões, frases bonitas e não disse se um dia iria voltar Até hoje ninguém sabe onde aquele sonhador está Deixou aprendizados e alunos que ho

De mim...

Estou sozinho de novo, sentindo o aperto no coração Mas agora em boa companhia, comigo mesmo Não vou me desfazer de toda intensidade e dedicação Apenas trouxe de volta a atenção que eu mereço Eu peço por paz em meio a uma intensa guerra interna E sei que sou bom, que fui e só te fiz o bem Tudo o que estava ao meu alcance eu fazia de lanterna Pra te fazer seguir, mas eu fui feito de refém Eu sei que já passou da hora dessa fase do luto E agora é hora de lutar por mim Sei que é hora de abrir os olhos e sair do escuro Apenas recomeçar e aceitar o fim E olha, é difícil demais porque essa decisão não foi minha Mas eu preciso muito de mim nessa hora Esse canto é vazio e cada lembrança é um frio na espinha Mas eu preciso muito de mim nessa hora

Mar e Sal

Minha mente abre e se expande  A alma recebe as energias  E antes, eu pensava no instante Agora, pulo em águas frias Os meus braços estão abertos como se eu fosse abraçar o mundo As ondas revitalizam minhas pedras e meus xacras É a massagem de Gaia e a mensagem da Rainha no mesmo segundo O mar puxa e me leva a pensar no que se consagra Minha mente abre e se expande  A alma recebe as energias  E antes, eu pensava no instante Agora, pulo em águas frias Sem o medo de me machucar ou de ser livre em um mundo de aprisionados Sem o medo do escuro e do breu, pois acendi a minha vela interior Sem o medo de proclamar minha fé e buscar conhecimento dos antepassados Sem o medo de seguir em frente e saber que sou um eterno amador Minha mente abre e se expande...