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Mostrando postagens de 2018

Piegas

Eu vi em seus olhos Os caminhos que me levam Dimensões, universos E sentidos que me carregam Senti vontade de mergulhar Descobrir suas escuridões Senti vontade de te encantar E cantar as belas canções Montar um álbum de novas fotos Para folhear futuramente Juntar a louça, lavar nossos copos Envelhecer eventualmente As tristezas saem Nos levam a ver E as estrelas caem Nos levam a crer Um Sol em Marte E um céu estrelado de interior Uma praia do Norte E algumas viagens ao exterior Te chamei para sair E eu saí de mim Te chamei para sorrir E não queria fim E hoje eu canto algumas canções de um amor piegas Canções que normalmente deixam as pessoas cegas...

Perdição

Ouço som do seu sorriso sem fones ou alto falantes Os seus olhares foram fotografados em minha mente E o abraço é um pedaço de uma saudade ressonante O novo geralmente é inflável, refletido, transparente E eu que sempre contemplei o caos e a intensidade Me vejo prezo a essa tal felicidade estampada na cara Faço parte dos bobos com sorrisos tolos pela cidade Mesmo que metade de mim tenha medo dessas amarras Não custa nada tentar, sonhar ou ter aquilo que vocês chamam de Fé Eu saio da escuridão de uma capela vazia e me dirijo a uma enorme Sé (...) Bom, Faço o sinal da cruz e seja o que Deus quiser

Apartai-vos

Aos dramas de quem queima largada Bate a falta antes do apito De quem comemora antes da chegada E quer ganhar tudo no grito Aos dramas de quem cria ilusões Transforma meros humanos em heróis Depois metamorfosa-os em vilões Dizendo que tudo corrói e tudo destrói Aos dramas dos suspiros Com os olhares, trejeitos e sorrisos O amor maior que o infinito E de repente, nem é mais tão bonito Aos dramas de toda separação Tão difícil de conceber como a um infarto Bem natural como um furacão Deixa tudo o que construímos em pedaços Aos dramas de toda a solidão Os melodramas dos que dizem não ter ninguém Mas não observam a imensidão E tornam-se das oportunidades, os meros reféns Aos dramas mundiais Em sofrimentos, catástrofes e tragédias Todas as lamas sociais Adversidades e calamidades em rédeas Aos dramas espirituais Onde buscamos a mais sincera elevação Ao Dharma e aos Karmas Deixemos os dramas em rumo à evolução

Corvos e Corujas

O som das garças e da lagoa Dos galhos ao vento que ressoa O som das vozes vem e ecoa E do passo, que na grama entoa Sou meus delírios e deixo minha nave seguir Sem gravidade, apenas o vácuo e sua escuridão Sou o meu colírio e me desequilibro ao sorrir Refletido em sombras, concretos e a imensidão Sou pequena parte de quem nem passou por aqui Mas deixou suas palavras serem como rios Fluviais que correm como se não tivessem o fim Mas cortam as pedras de um coração febril Sou um labrador com a cara pra fora da janela Corro atrás de bolas e bicicletas Destruo os seus chinelos, bebo água das vielas E observo as suas saídas secretas Sou todas as vidas por onde andei Sou cada rabisco que desenhei Sou todas as canções que eu cantei E sou os devaneios que sonhei Nessa noite, ao som de corvos e corujas Onde o silencio limpa e desenferruja No espaço vazio, a nossa alma mergulha Onde podemos lavar toda roupa suja Simples assim, com um olhar Simples assim, com um son

Maturando Solidão

O som das máquinas, da chuva e dos carros No ranger das portas, nos galhos e nos pássaros A luz que passa em silêncio e sussurros do vento O pulsar dos sentimentos, seus passos descendo São fantasmas em pensamentos, são passados em devaneios As lágrimas em acolhimento e os sorrisos guardam meus segredos Empurram seus móveis, abafam as suas brigas Expulsam os hóspedes e escondem suas feridas As crianças que correm, sujam os pés e as camisas E os velhos dormem para evitar a fadiga São fantasmas em pensamentos, são passados em devaneios As lágrimas em acolhimento e os sorrisos guardam meus segredos O som baixo da TV, um braço não mais dormente O vazio a crescer, o laço em desapego indiferente Os pés no braço do sofá e o meu pescoço todo torto Abro os olhos devagar, me sinto detido e ao mesmo tempo solto

Textos Egoístas

Tenho textos em gavetas Alguns sem começo Outros sem meio ou fim Tenho textos amassados Que não joguei no lixo E ainda guardo pra mim Tenho textos que não escrevi Que somem com o tempo Em travesseiros e lençóis de cetim Tenho textos só meus Que não divido com ninguém Num quarto escuro, mas enfim... Não me importo!

Redenção

Me faço de pequenas preces Deixo as coisas desligarem automaticamente E me livro de minhas vestes Estou mais leve que as estrelas e o sol poente Sou uma neblina em meus pulmões Sou a vontade de estar em paz comigo mesmo Sou o reencontro de minhas ficções Sou o dono de meus mais profundos segredos Então nos encontramos novamente Em meio a escuridão Fecho os olhos e descanso a mente Em meio a imensidão Nossas mãos se unem na altura de sua cintura E eu posso sentir seu abraço em um olhar Nem deu tempo, fui sugado por minha fissura Uma rachadura em lacuna, me fez chorar Me fez sangrar enquanto eu me cicatrizava Me machucou profundamente a me curar Tirou a angustia que tão interna me matava Em lágrimas mórbidas veio a me medicar Não queria sentir como uma estátua de sal Mas às vezes o fantasma vai e vem Não fazia menor sentido me fazer tão mal Para depois vir e me deixar tão bem

A Varanda e o Silencio da Cidade

Normalmente selecionamos memórias Horizontamos o outrora E autorizamos a vinda do silencio Rabiscamos todas as nossas divisórias Estradas de Por do Sol e trajetórias Desenhamos os belos momentos Mas foi quando a gente se desconheceu E de repente se esqueceu De quem éramos um pro outro Ou foi quando a gente realmente se conheceu E de repente percebeu Que talvez não valesse o esforço Os sonhos partem o que não tínhamos juntos Não tínhamos em comum nos mundos E limpei você de minha estante Os rumos se dividem sem ter mais assunto Não mais se multiplicam em segundos Duram tanto tempo quanto um instante Parei de falar no plural e nem tinha percebido...

Crisálida (parte 2)

Pode parecer estar tudo bem Como um buquê de flores mortas Jogado aos casais que nunca virão Pode aparentar uma passagem Um corredor onde trancam as portas Ou em um túnel por onde vocês nunca sairão Estamos em queda-livre Com apenas duas cordas pra puxar Será que vamos sobreviver depois da liberdade? Em caminhos de que se definem Destinos em meio a decisões do selecionar Nos questionando sempre sobre o que realmente é verdade Escolhi me incomodar Deixei de me acomodar E espero que isso nunca vá mudar A vontade de mudar...

Forca

Clandestinos de corpos Forte como a carne e os ossos Embriagados sem copos Nascidos na impureza, Lótus Aos nós a qual eu me enforco A preocupação com um dos nossos Indo onde não quero, não gosto Um sacrifício de tempo, de esforços Mas ajuda-te por favor Faço meramente o que posso E o que posso é clamor Em meio aos seus destroços Dificudade Nas forças que invoco E saudades Lembranças que evoco Eu ainda não li a sua carta...

Liberdade Abraço

Nossa liberdade é cantada e feliz É o adeus de quem quer ir É o orgulho de dizer - Eu que fiz É respirar pra tudo e sorrir A liberdade é saber que há o bem e o mal Que todo formato diferenciado é mais que igual Que a realidade do próximo é teu surreal Que é tudo tão assimétrico, mas nada é acidental A liberdade é aquilo que você acredita ser o melhor Mas também pode ser abrir os olhos e ver o que há de pior A liberdade é entender toda a beleza que há no suor As curvas que ela faz em sua vastidão ou em seu pormenor Posso falar de tantos sinônimos que chegarão ao que acredito ser liberdade Mas adoro ouvir seus antônimos onde nos abraçamos e matamos a saudade A Liberdade em um Abraço Me faz lembrar o quão forte é esse laço Mesmo longe em cada passo O quão forte me desmorono, me desfaço Em total recuperação...

O que buscamos é realmente a cura ou são as loucuras?

Suas ilusões e solidão são apenas suas Assim como suas fúrias, mágoas e loucuras Suas transformações são mais que suas São do ambiente, ciclos, sua lua e suas ruas A bondade e a maldade são naturais Do mesmo modo que a luz ou o escuro, do que é feio ou o que é belo Mas depende dos olhos de quem vê Assim como podemos lotar um barraco, podemos esvaziar um castelo Me calei quando deveria ter falado Expulsei aquilo que não mais me tem pulsado E me encantei com um mero fardo O que deveria ter explanado, mas foi espanado Tudo o que se desfez em nitidez, me fez crescer De tudo aquilo que eu dividi, fez-se no milagre da multiplicação As nossas cicatrizes nos presenteiam do aprender Onde o professor é um destino escolhido e as quedas são a lição O tempo cura - é um clichê de um discurso perdido Que antes até parecia bonito O tempo cura - é mera frase de um palestrante falido Que antes parecia fazer sentido O que buscamos é realmente a cura ou são as loucuras?

Turbilhão

Estou novamente em busca de salvações Pois as anteriores me levaram a novas quedas É que talvez sejam fracas minhas orações De tempestades fortes, onde apagam-se velas Deixo as janelas abertas e o meu quarto fica úmido Entra Luz com a mesma proporção que entra destruição De forma natural como um momento de paz e ruídos De forma atemporal como um sonho, pesadelo ou apagão Estou novamente com a esperança abatida Desanimado e desiludido com os muros que eu mesmo levantei E caminho sem deixar uma carta de partida Algumas coisas na estante e sem mais instantes, ao menos tentei Deixo as janelas e as cortinas fechadas Entra Luz com a mesma proporção que entra destruição Aos poucos, poeiras e bolor em pousada Entra realidade com a mesma proporção que entra ficção De vórtices, não apenas se derrote Antes que suas palavras voltem Sem bussolas encontre o seu Norte Antes que suas palavras cortem Sinto que o tempo está inerte Num espaço sem brilho onde o espelho não reflet

Um Terceiro Inferno

De toda imagem mostrada Ainda que escondido de baixo de suas asas E de toda espada levantada Sem que saiba se defender ou saiba atacar Talvez com perseverança e certa veemência Não percebe sua arrogância, sua deficiência Na esperança de alguma fé falida Fala mais do que o que te foi dito, apenas compreendido Interpretado por quem gasta saliva Fala à nuca de quem tem ido e a quem nunca fará sentido Talvez com perseverança e certa veemência Um céu aos que estão em paz ou decadência O que vou deixar, são os passos que trilhei Pegadas na areia que com o tempo vão se apagar Questões que estão na missão que eu criei Ir onde há guerra ou onde eu sinta que é o meu lar Talvez com perseverança e certa veemência Dois céus a quem dorme em paz, em ciência Há lotação, não há mais lugares aos novos réus Jogados às traças, roupas velhas e ternos Ultimamente as almas não têm subido aos céus Então assim, foi criado um terceiro inferno

Vias e Viés

Estamos entre quem escolhemos de aliados E quem realmente é Estamos entre as verdades, mentiras e fardos Entre foco, força e fé Estamos sempre andando em direção a um abismo Entre atravessar ou cair Estamos cheios de marcas, mágoas e ainda sorrimos Pra cicatrizar, há de ferir Mas o que realmente nos fere? Quem verdadeiramente tem esse poder? Quem nos causa ânsia ou febre? Quem te traz náuseas, os outros ou você? Quem te trouxe até aqui? Se não foi você, é sua culpa de ter sido guiado Quem te trouxe até aqui? Se tu veio sozinho ou junto ao rebanho, ao gado Se arrepende ou ama quem se tornou?

A Base

A base me faz pensar Sem mensagens horizontais ou letras a expressar Um passageiro a viajar Em estradas, frases chegam como se já fossem lar Sou um terço do que não rezei Em partes despedaçado e em outras, descolado Mas algumas bagagens eu deixei Eram muito peso e eu achei melhor não ter levado A base vem bem antes do pilar São meus pés no chão enquanto estou a voar Onde as loucuras vão se relocar Solos e duetos a se transportar, se transformar Os cotovelos sobre a mesa e as mãos juntas Abaixo a cabeça em forma de oração, mas é uma luta Tão externa, que internam minhas disputas Entre humanos e demônios, a suplica que não se escuta A base é esse retorno aos anjos Que me religa em seus arranjos

Fobias

As energias são intensas E as colisões, imensas As estradas são extensas De quedas e sentenças Não importa a quem pertença Os olhares são a diferença Podem ser a cura ou a doença Entre ceticismos e crenças Apenas vemos aquilo que queremos enxergar Só vamos para onde nós queremos chegar Só voltamos para onde nós queremos regressar Somos zonas de conforto, a se acostumar Sem confrontos quando queremos paz E talvez a paz seja esse cegar Onde há medo, você nunca vai lá e faz Inerte e não inerente, vai alugar Vai gastar, não gostar, se degastar... E assim, não chegar a nenhum lugar

Mirai

Temos tudo para ganhar Na mesma proporção que temos para perder E queremos nos libertar Mas confundimos Liberdade com se prender Temos todas as informações nas mãos Mas tanta notícia gera interpretação Temos o passo a passo da comunicação Mas só os nossos passos dão a lição No mesmo dia que temos a vontade de viver Nos vem uma imensa vontade de morrer No mesmo dia que aprendemos o que é sofrer Nos vem a vontade de reerguer, fortalecer Não perdi as minhas manias e ainda assim mudei Não perdi o medo de altura e mesmo assim pulei...

Concavos

Tem coisas que só enxergamos de olhos fechados Tem coisas que só podemos ouvir ficando calados É bem mais fácil peitar e afrontar Do que pedir perdão e se enfrentar É mais fácil fingir e talvez sonhar Do que dormir e tentar se levantar São as faces desta insônia, olheiras e um mau humor Não se disfarça em colônia, nada que possa sobrepor Hoje em dia a realidade se tornou algo superficial A verdade baseada em um fato virtual Uma conexão que não mais conecta, só faz o mal E se torna habitual, um ritual irracional Momentos que o Universo fornece Depende se é paz ou experiência, caos ou tormentas Mas é sempre assim que acontece Depende de como as usa, são armas ou ferramentas Um pesadelo dessa mente acordada, totalmente cansada Não espero por anjos ou fadas, não espero por mais nada Toca o despertador de manhã E dá vontade de acordar só depois do almoço Uma mordida rápida na maçã Corre atrasado e muito desesperado ao ponto Sentimos muito que por doer, nós devem

Inativismo

Vai levar ou está só olhando? Realizar ou ficar sonhando? Desenhar ou não sair do rabiscando? Enquanto algum céu desabava E por dentro alguém sangrava Nos deram desculpas de que o tempo curava Senti que o vazio preenchia e levava minha alma Que a escuridão me tomava E eu não sabia no que me tornara Aprendi a cortar as frequências Me desligar das interferências Mas sou de explosão e impaciência Aprendi a modular meus ambientes A deixar o silencio mais presente Mas sou de ranger os dentes, socar paredes Teoricamente tudo é bem simples Retóricamente aos que fingem Mascarando sorrisos e pedindo um brinde E eu, eu sou transparente Quando é amor você sente Mas quando é ódio, sai da frente Estou cansado de gente com muita estória e pouca realidade Que pra si mesmos, são a mera falsidade Mas pra sair disso eu teria que sumir dessa cidade... E quem sai da sociedade?

(In)Quietude Inebria

Não sei se eu sinto a sua falta Ou se essa falta, qualquer outro corpo me faria A lacuna de alguém que inspira E não simplesmente a de uma consciência fria Coloquei meus ressentimentos no papel, queimei E as cinzas subiram como se fossem almas Um cemitério repleto de todos os adeus que já dei O sentimento livre de uma concepção salva O sorriso sádico, de quem meramente finge demência O canto sólido de alguém que está cheio de ausências O passo para trás não serve apenas de impulso Mas para te lembrar do caminho percorrido Uma frase mal intencionada e o insulto intruso O semblante de um universo deserto, vazio E eu tive mais pena de quem sorria, do que de quem sofria Tive mais pena de quem não sentia, do que de quem fingia Confuso não? É o Céu de inverno, de tons vermelhos entre o Nascer e o Pôr do Sol É o Reflexo da Lua e das estrelas à margem de um abandonado farol Sinto falta, são náuseas da ressaca Em temperatura baixa, quase deitado na vala Sinto asma, s

Distopia Real

De onde a gente arruma força pra acordar tão cedo De onde a gente arruma força depois de tantas quedas De onde a gente arruma força pra superar os erros De onde a gente arruma força pra conseguir sair da merda O sonho que não mais existe a caminho da Avenida da Saudade O jovem que segue andando sozinho na Avenida da Amizade Deixando seu arbítrio pregado, pegando um trem pra Liberdade Dizem que está ganhando, mas está deixando mais da metade Se pintar qualquer coisa, qualquer bico aos seus pilares Se sobrar só o osso e madeirite aos lares Se sobrar assunto, sorriso, momento, filosofias de bares Se chamar de minoria, são seus milhares É tradição roubar a honestidade, a dignidade e a honra Fazer fronteiras para toda ciência, toda sapiência Transtornar, transformar tudo em uma grande gangorra Rir na cara da sociedade, ostentando a tendência E sempre foi assim entre o céu e o inferno Os acomodados continuam cegos com o que é eterno Os incomodados explodindo o que é int

Soropositivo

Não finja ser feliz, apenas seja Liberte-se do que lhe causa tristeza Aquele que diz vence, te convence de que é tudo um jogo Então mentalmente, pegue as coisas dele e taque fogo Não finja nada que não seja teatral A arte de purificar e elevar o astral Por doer, que você possa perdoar, mas nunca vá se redoar Use o tempo vago para preencher lacunas e se redobrar, transbordar Essa de amor próprio até que parece difícil Mas é mais simples do que observar o precipício Ver que é só uma queda para desistir de tudo, é não saber o que é tudo Há milhares de novas chances, novos sonhos e horizontes nesse mundo E... Quantas vítimas se tornaram heróis? Nunca saberá, se não tentar ver E... Quantas chances terá para ser mais? Nunca saberá, se não tentar ser

Cascata

Foi se naquele momento de decepção Agora é tristeza, vazio e desilusão A foice e o ódio de um soco no portão E quem paga o preço é a sua mão Um inferno astral apaga seu sorriso Abre os braços e se deita no piso É um corpo quente em um chão frio Alma e mente na corrente do rio A colisão é uma Cachoeira A queda derradeira Que começa na bebedeira E termina na sarjeta Não adianta culpar as pedras pelos seus tropeços Prestamos atenção nos detalhes do caminho quando estamos passageiros As pontes, árvores, todo pormenor desde o começo Enquanto o motorista foca na pista podemos abraçar nuvens e travesseiros

(De) Vagar

Você sabe aquele sentimento que ninguém deseja ressentir Nem ao menos o poeta, porém essa sensação se torna uma bela poesia Mas também é a emoção que pode tornar aquela pessoa mais fria O instinto humano é ser egoísta e eu falo do egoísmo possessivo Não só do material ou o do tal amor, o tal ciúmes agressivo E para mim, às vezes é mais fácil desistir do outro do que de um sonho Mas como a maioria dos instinto, eles se extinguem com o raciocínio Inconscientemente o egoísmo vai perdendo todas as suas forças Quando o indivíduo, tão individual, percebe que pode acabar sozinho E aí você não está errado, mas sempre foi o trouxa da história, o bonzinho Vai se deitar de consciência limpa, mas não dorme tão bem E as pessoas que erram e continuam errando, parecem ter dormido tranquilos Não é tão fácil permanecer confiando nas pessoas, nem tão pouco ficar só E por isso talvez eu entenda que algumas Pessoas se Sujeitam à Ciclanos Mas mesmo que ainda nós tenhamos a fé de que vai d

Gravidade Vertical

Essas luzes no escuro não são a esperança São apenas efeitos de minhas escolhas Passageiro de indecisões, papeis e plantas De sensoe incenso que explode bolhas O vazio torna-se sentido no brilho de feixes finos Que desenham um pouco da poeira existente O vácuo e a lacuna passam pela porta sem destino É o que não mais existe, se fazendo presente Deixo a onda levar como se fosse a oferenda Deixo o perfume subir em melodias Deixo o vento me abraçar de uma forma lenta Deixo o que não é meu, em fantasias Poesias que não escrevi Poemas que me esqueci Era o vagar que cambaleava A relatividade, a gravidade em um muro sem relevo Era uma ofensa que trovejava A continuidade na finalidade, na vontade do sedento Um corredor sem fim, o limbo sem apoio Eramos nós Toda margem, toda borda e todo contorno Eramos sós A parede era um apoio àqueles que já estavam caídos E as palavras, eram ataduras vencidas aos mais feridos

Tenho acordado em suaves prestações nesses últimos dias

Um mergulho profundo no escuro, sussurros Silencio que ecoa no poço a qual eu me curo E de todas as vezes em que pensei em sumir O que me levava daqui, era já não estar aqui Percebi que nem todos querem ver além daquilo que os cegam A cada loucura, mil centelhas, fagulhas que nos cercam E normalmente, a minha intenção não é a de ser compreendido Partes saem, partes ficam e em mim, sinto-me dividido O café vencido da tarde, a garoa fina que vem pós tempestade E o cheiro de um incenso que me invade junto à saudade Eu tenho acordado cansado nesse outono com cara de inverno Chorei quando mais precisava ter sono em litígio interno A vontade não é de extinguir, Mas extremamente de existir, me corrigir Em uma vontade de submergir E intimamente me desconstruir, explodir Você já parou hoje para se perguntar qual das coisas que perdeu que mais te fazem falta? Eu tenho acordado em suaves prestações nesses últimos dias, em que nada está em pauta

Conde

Tem gente que prefere um amor para se ferir Do que estar só E tem gente que prefere pensar apenas em si Do que ter um nós E quem somos nós pra dizer o que é bom Se o arbítrio é a maldição dada como dom? Eu demorei muito para poder entender tudo isso Que não preferimos a solidão Mas as vezes ter foco maior e fazer compromisso É a prioridade em suas mãos

Terno (parte 2)

Pude sentir o calafrio E o arrepio Era interno, era externo Era o infinito Toque que se passava glacial Não era apenas até logo, não era Tchau Eramos então, estátuas de sal Cafés, reencontros e o Adeus em ritual Pude ver em prantos Quem eu nunca imaginei chorar Pude ver um espanto De quem eu nunca vi acovardar Vi a força do ser remanso Lembrei do sorriso em descanso Do vento e de seu balanço Das mão nas costas e do encanto A reunião era apenas a celebração De um vazio cheio em recordação

A Verso

Depois da tempestade criativa A bonança vem em um formato de hiato A turbulência, em solidão viva E o silencio, vem explodindo, insensato Todo potencial em qualquer gaveta De cadernos vazios Estojos empoeirados e caneta preta Doente de calafrios Mas qual remédio te acorda? E qual intermédio te ancora?

Heteromorfo

De certo, o caos contínuo E disserto contigo O discursar de quem diz cursar Algo que possa usar Mas somos usados pelo Universo Que uni versos ao ser disperso E interpreto diferente o que está fora da lente Mas inteiramente dentro dela (na mente) O que eu quero dizer Nem sempre é o que vai ouvir Talvez espero descer Ao inferno em vida, Ao sentir Ao sem ti... Mas eu não falo do amor ao ter Ou perder e sim, ao todo, ao Ser A Si!

Tinha outro Nome

O que fazer com meus pedaços E com as correntes Com o frio que sai pelos braços Ou olhar pra frente? O corpo não mais se sustenta Meus pilares se foram Onde a escuridão só aumenta Destroços desmoronam O mesmo barro da argila de um vazo O mesmo homem nas mãos de Deus O mesmo que é bom em ser fracasso O mesmo solitário em meio aos seus Quantas vezes ouvi dizer Acalme-se amigo, tudo vai dar certo Mas não é mesma coisa Quando essa saudade está bem perto Só não queria me esquecer daquela voz que se foi.. Fevereiro passou e eu não te disse nada, me perdoe

Estar vivendo a vida real é a melhor desculpa para um poeta que está sem ideias

Vamos vivendo Em meio à ressurreições Deixando as palavras Poesias e canções Vamos vivendo Sem pensar direito Por caminhos estreitos Sem freio Vamos vivendo Despedaçando desilusões Perdendo o jogo Vencendo os tristes refrões Vamos vivendo Acordando bem cedo Antes do almoço, recreio Sem receio Vamos vivendo Saltando de para-quedas Onde muitos tem medo Sentindo o vento na testa Vamos vivendo Pois é o que nos resta Depois da adrenalina Um susto é festa Vamos vivendo E isso está repetitivo Estamos de saco cheio Mas entretidos Estar vivendo a vida real É a melhor desculpa para um poeta que está sem ideias Torna-te tua estátua de sal Ao olhar pra trás e saudosista, apenas querer coisas velhas Meu filho, a inspiração vem de Deus Disse um velho maluco passando pela outra calçada E completou: E Deus, cada um tem o seu Antes que eu sussurrasse: Esse velho não sabe de nada Ele Me fez pensar...

Vil

Você está perdendo o seu tempo tentando ser alguém Mas quem te olha, enxerga um Zé ninguém Mentiras ditas com a verdade nas mãos e cheio de falso amém Você está perdendo o seu tempo ensaiando sorrisos no espelho Eles não mascaram sua embriagues e olhos vermelhos Todos já estão sem paciência para ouvir os seus tais concelhos Uma pena, que não se equipara com o seu coração São pesos extremamente diferentes em exposição E sua oração não te salva, não tem fé, não tem convicção O que fala, o que sussurra e o que grita, só você acredita E os conselhos para que reflita não estão nas escritas Mas sim em uma visita não acolhida, de onde ainda és parasita Não adianta dizer para você acordar ou crescer e aparecer Já apareceu e com sua imagem, não sabe o que fazer Não sabe quem é ou o que deseja ser... Medíocre!

Imagine se as paredes pudessem revidar os socos

Existe a minha, a sua e a de muitos Existe a absoluta e a que é baseada nos talvezes Existe a que tanto guardei, meu luto O que não existe é o pra sempre e sim, às vezes Que não sejam apenas um hino religioso Que não sejam apenas poemas de alguns versículos Que não sejam apenas um teste rigoroso Que não sejam apenas espalhadas, mas sim veículos A verdade é a nossa inspiração e cópia É o que nos falta e o que nos sobra A verdade não está só em linhas tortas É o que está no horizonte e na obra Licença poética ou gírias de palavras antes, inexistentes Dizem; Não me entenda mal, ou, não me entenda Sentença fonética de línguas dadas à amantes, expoentes Entre melhor que a encomenda e o que recomenda Enfrente seus demônios ou os acolha Onde você mais deseja estar Nessa via de mão dupla e de escolhas Pra onde decide ir ou voltar Então, imagine se as paredes pudessem revidar os socos Paciencia é uma raridade Em um Universo onde confundem os diferentes e loucos Massa