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(In)Quietude Inebria

Não sei se eu sinto a sua falta
Ou se essa falta, qualquer outro corpo me faria
A lacuna de alguém que inspira
E não simplesmente a de uma consciência fria

Coloquei meus ressentimentos no papel, queimei
E as cinzas subiram como se fossem almas
Um cemitério repleto de todos os adeus que já dei
O sentimento livre de uma concepção salva

O sorriso sádico, de quem meramente finge demência
O canto sólido de alguém que está cheio de ausências

O passo para trás não serve apenas de impulso
Mas para te lembrar do caminho percorrido
Uma frase mal intencionada e o insulto intruso
O semblante de um universo deserto, vazio

E eu tive mais pena de quem sorria, do que de quem sofria
Tive mais pena de quem não sentia, do que de quem fingia

Confuso não?

É o Céu de inverno, de tons vermelhos entre o Nascer e o Pôr do Sol
É o Reflexo da Lua e das estrelas à margem de um abandonado farol

Sinto falta, são náuseas da ressaca
Em temperatura baixa, quase deitado na vala
Sinto asma, soluço que me engasga
Não há vagas, apenas um travesseiro de latas

Nesse Inverno eu me sinto o Vento empurrando o frio pelas frestas
Preciso estacionar para que internamente eu possa aparar as arestas

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias