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Mostrando postagens de julho, 2019

Dezenove

Não temos um GPS aos nossos sonhos Não sabemos o melhor caminho pra chegar lá Não nascemos predestinados ou prontos Não seguimos um padrão social nem familiar Somos todos inconstantes e sem regras Somos uma nova sociedade de ovelhas negras Somos religiosos sem precisar de capelas Somos livres de apegos, mas presos à entregas Quando o silencio chega Percebemos que não temos controle das coisas Quando um de nós tenta Percebemos que dependemos de todas as outras O imperfeito cotidiano de tudo isso O vazio é algo que cresce e não pode ser preenchido O segredo é apenas usar o raciocínio O manifesto é a frustração e o fascínio pelo domínio Mas somos partes de um dominó Prestes a cair e derrubar a próxima peça Mas somos um silencio sem voz Cheios de verdades, anseios e promessas Quem se interessa? Quem se estressa? Quem se interpreta? Quem se expressa? Envolto de questionamentos, às vezes eu demoro pra dormir Desenvolvo meus pensamento e normalmente chego a sumi

Inóspitos Morais

O atual mundo dos editados Tão perfeitos socialmente Choram em seus quadrados E nas bolhas, sorridentes O que realmente é o bom senso? Quem criou o criador? Ou quem liga para o que penso? Se importa se eu supor? Sinceridade, não vou me impor Pois odeio as verdades E sou de essência questionador Sou por inteiro, metade Precisamos ouvir as opiniões E citar as nossas Precisamos declamar sermões Ou recitar prosas Ajoelhar no grão de milho E disciplinar os cachorros Bater para educar um filho Quem é que pede socorro? A verdade do certo ou errado Vem de toda sua vivencia A fúria na moral do revoltado Faz parte das experiências Em dias que a mentira chega baseada em fatos reais Com a velocidade em que notícia voa Às vezes peço para que os astros me mandem sinais Pois está difícil acreditar nas pessoas E nós ainda julgamos, mas também somos julgados Os laços são amarrados e raramente são conjugados

Entre a Insônia e o Insano

Esquece tudo o que pensou Esquece tudo o que passou Esquece o que aconteceu Esquece e finge que nada sou Não, não dá pra esquecer Posso até continuar Vou seguir e me reerguer Mesmo a sangrar Tudo bem eu te entendo Respeito esse sentimento Espero apertar a sua mão E continuar minha oração Eu fico com minha trindade Eu, meu anjo e meu demônio De frente pra minha saudade Superando esse desconforto Jogamos os dados e andamos algumas casas Voltamos outras e qual é a linha de chegada Será que é morrer e deixar os prêmios Será que é viver cada um desses momentos? Às vezes converso a sós Como se tivesse um nós Só para deixar minha voz Entre o calmo e o feroz Eu fico com minha trindade Eu, meu anjo e meu demônio De frente pra minha saudade Superando esse desconforto

Sobre Sons

Ouço o canto do pássaro Enjaulado e sem ambição E se eu quiser libertá-lo Estarei fazendo em vão Outros pássaros pousam Ao lado de sua gaiola Observam sem entender Depois vão-se embora Ouço o som dos carros Em buzinas a transitar Mais alguns enjaulados Com medo de se atrasar Outros passam por suas janelas E também não estão livres Caminho entre prédios e favelas Coragem do cinza ao grafite E a minha esperança É de sermos abduzidos Levados como crianças Ao mundo dos sorrisos Ouço o canto dos pássaros De alguma cidade distante De um céu bem estrelado Imune ao que é incessante Independente do que aconteceu ontem Eu sou o que enfrento, sou o meu agora Sou também indiferente ao que contem Do que não vem de dentro, vem de fora O Presente acaba tendo dois significados Um é o agora e o outro a lembrança Assim como cada acorde e seu enunciado Entre um sonho e uma desesperança O som pode te cegar ou te fazer pensar Depende muito do que estás a procurar