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Mostrando postagens de agosto, 2018

O que buscamos é realmente a cura ou são as loucuras?

Suas ilusões e solidão são apenas suas Assim como suas fúrias, mágoas e loucuras Suas transformações são mais que suas São do ambiente, ciclos, sua lua e suas ruas A bondade e a maldade são naturais Do mesmo modo que a luz ou o escuro, do que é feio ou o que é belo Mas depende dos olhos de quem vê Assim como podemos lotar um barraco, podemos esvaziar um castelo Me calei quando deveria ter falado Expulsei aquilo que não mais me tem pulsado E me encantei com um mero fardo O que deveria ter explanado, mas foi espanado Tudo o que se desfez em nitidez, me fez crescer De tudo aquilo que eu dividi, fez-se no milagre da multiplicação As nossas cicatrizes nos presenteiam do aprender Onde o professor é um destino escolhido e as quedas são a lição O tempo cura - é um clichê de um discurso perdido Que antes até parecia bonito O tempo cura - é mera frase de um palestrante falido Que antes parecia fazer sentido O que buscamos é realmente a cura ou são as loucuras?

Turbilhão

Estou novamente em busca de salvações Pois as anteriores me levaram a novas quedas É que talvez sejam fracas minhas orações De tempestades fortes, onde apagam-se velas Deixo as janelas abertas e o meu quarto fica úmido Entra Luz com a mesma proporção que entra destruição De forma natural como um momento de paz e ruídos De forma atemporal como um sonho, pesadelo ou apagão Estou novamente com a esperança abatida Desanimado e desiludido com os muros que eu mesmo levantei E caminho sem deixar uma carta de partida Algumas coisas na estante e sem mais instantes, ao menos tentei Deixo as janelas e as cortinas fechadas Entra Luz com a mesma proporção que entra destruição Aos poucos, poeiras e bolor em pousada Entra realidade com a mesma proporção que entra ficção De vórtices, não apenas se derrote Antes que suas palavras voltem Sem bussolas encontre o seu Norte Antes que suas palavras cortem Sinto que o tempo está inerte Num espaço sem brilho onde o espelho não reflet

Um Terceiro Inferno

De toda imagem mostrada Ainda que escondido de baixo de suas asas E de toda espada levantada Sem que saiba se defender ou saiba atacar Talvez com perseverança e certa veemência Não percebe sua arrogância, sua deficiência Na esperança de alguma fé falida Fala mais do que o que te foi dito, apenas compreendido Interpretado por quem gasta saliva Fala à nuca de quem tem ido e a quem nunca fará sentido Talvez com perseverança e certa veemência Um céu aos que estão em paz ou decadência O que vou deixar, são os passos que trilhei Pegadas na areia que com o tempo vão se apagar Questões que estão na missão que eu criei Ir onde há guerra ou onde eu sinta que é o meu lar Talvez com perseverança e certa veemência Dois céus a quem dorme em paz, em ciência Há lotação, não há mais lugares aos novos réus Jogados às traças, roupas velhas e ternos Ultimamente as almas não têm subido aos céus Então assim, foi criado um terceiro inferno

Vias e Viés

Estamos entre quem escolhemos de aliados E quem realmente é Estamos entre as verdades, mentiras e fardos Entre foco, força e fé Estamos sempre andando em direção a um abismo Entre atravessar ou cair Estamos cheios de marcas, mágoas e ainda sorrimos Pra cicatrizar, há de ferir Mas o que realmente nos fere? Quem verdadeiramente tem esse poder? Quem nos causa ânsia ou febre? Quem te traz náuseas, os outros ou você? Quem te trouxe até aqui? Se não foi você, é sua culpa de ter sido guiado Quem te trouxe até aqui? Se tu veio sozinho ou junto ao rebanho, ao gado Se arrepende ou ama quem se tornou?

A Base

A base me faz pensar Sem mensagens horizontais ou letras a expressar Um passageiro a viajar Em estradas, frases chegam como se já fossem lar Sou um terço do que não rezei Em partes despedaçado e em outras, descolado Mas algumas bagagens eu deixei Eram muito peso e eu achei melhor não ter levado A base vem bem antes do pilar São meus pés no chão enquanto estou a voar Onde as loucuras vão se relocar Solos e duetos a se transportar, se transformar Os cotovelos sobre a mesa e as mãos juntas Abaixo a cabeça em forma de oração, mas é uma luta Tão externa, que internam minhas disputas Entre humanos e demônios, a suplica que não se escuta A base é esse retorno aos anjos Que me religa em seus arranjos

Fobias

As energias são intensas E as colisões, imensas As estradas são extensas De quedas e sentenças Não importa a quem pertença Os olhares são a diferença Podem ser a cura ou a doença Entre ceticismos e crenças Apenas vemos aquilo que queremos enxergar Só vamos para onde nós queremos chegar Só voltamos para onde nós queremos regressar Somos zonas de conforto, a se acostumar Sem confrontos quando queremos paz E talvez a paz seja esse cegar Onde há medo, você nunca vai lá e faz Inerte e não inerente, vai alugar Vai gastar, não gostar, se degastar... E assim, não chegar a nenhum lugar

Mirai

Temos tudo para ganhar Na mesma proporção que temos para perder E queremos nos libertar Mas confundimos Liberdade com se prender Temos todas as informações nas mãos Mas tanta notícia gera interpretação Temos o passo a passo da comunicação Mas só os nossos passos dão a lição No mesmo dia que temos a vontade de viver Nos vem uma imensa vontade de morrer No mesmo dia que aprendemos o que é sofrer Nos vem a vontade de reerguer, fortalecer Não perdi as minhas manias e ainda assim mudei Não perdi o medo de altura e mesmo assim pulei...