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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Ponto, Vírgula e Paradoxo

Faço questão de não responder, O apetite em aptidão. Tão voraz cidade do estabelecer, E acontece que não... Não sigo seu padrão, Mas também não sou eu que ando na contra-mão. Sei a hora do meu não, A do meu sim, do meu talvez e de minha gratidão. A resistência e a re-existência. A onisciência que uni a ciência. Estamos a surgir e a exigir, Estamos bem aqui, Estamos no porvir e eximir, E estamos bem ali.

Versão Estendida (O que eu Kiss)

Nossa trilha sonora tem sabor Perfume de amor e arrepio de terror Nossos créditos finais tem valor Nomes escupidos de cupidos e temor E o que temos é essa loucura De espadas, cicatrizes e curas Vamos nos deitar pra sorrir Vou falar baixinho só pra tu ouvir Abraçados de lado, dormir E és tudo que eu sempre quis aqui

Preces ao Ócio

Tendência de asmático E nada problemático Tático e nada simpático Esse é o lado prático Meu ser dogmático Podem me chamar de fanático ou lunático Aqui estou, estático Paralisado pra receber o meu ano sabático

Casa das Tintas

Aos vivos, o amor Dor, mas não a flor O calor e o sabor O vapor e o temor E o que temos? Faz-se rumor Na face sem o humor Faz em rigor Se desfazem em licor O autor criou o criador Narrou alguém sempre ao seu lado E ator atuou sem valor Fez ele parecer um mero flagelado E o que sabemos?

És, Ser... Sou

O seu sonho cantou A realidade ressoou O corpo se esforçou E a sua alma dançou O espírito, tranquilizou A sua mente que sempre voou E que tudo, ela realizou Mas a vida ainda não terminou Temos mais sonhos para acordar!

A Noite e o Desajeitado

Em uma noite qualquer Caminhando a pé Entre o céu e minha fé Observo a mulher Que para e observa também Com olhares de criança, pro além Deve estar esperando alguém Ou talvez igual a mim, por ninguém Eu espero pelo vento que vem bater Dizer em silencio algo que venha a me fazer sentido Vejo o que a noite tem pra oferecer Um tropeço desajeitado, desperta seu belo sorriso As mãos de quem você menos espera a te levantar Dessa vez a brisa do vento nem precisou vir sussurar

Mutabilidade

Os sonhos não são atitudes para covardes E não é só aos que tem habilidade Mas sim aos que perseveram na realidade E não reclamam quando já é tarde Não dão alarde quando mero ego invade Usam a surpresa com humildade e simplicidade São cheios de elegância e de legitimidade Aproveitam as oportunidades com naturalidade E assim se mostra a evolução e a capacidade De sua monstruosa e generosa, Mutabilidade

A Canção, o Falaz e a Plebe

Vamos tracejar nas trastes Desenhando em forma de canção poética Imóvel no móvel das frases Resenhando em forma de reação sintética O perfume das flores de plástico Porém tático em seu troco prático Atitude que vem de um coração E de quem parece não tê-lo O ser que finge não sentir reação Como se não pudesse vê-lo Um trocado pra trocar por um momento Ou um minuto feliz sob esse céu cinzento

Reprises e Represas

De tantas paixões Faço delas, histórias Quedas, reflexões Perdas de memórias Me esforço para lembrar E de novo faço um esforço para esquecer Me esforço para sonhar E continuo pisando firme para acontecer Mas há lama em dias de chuva Há a proteção ao frio no meu dia de luva E assim como o brilho da Lua Peço a proteção de Oxalá e vou pras ruas O ego é o vicio dessa geração Estão sempre no centro de uma atenção Sigo o passo de minha canção E um dia, valerá o esforço dessa oração Ou apenas, velarei...

Contrapeso

Eu lavo o meu rosto Pra sempre tentar estar disposto Sempre recomposto E sem sentir o gosto do desgosto Eu me sinto um tanto exposto Ao ego cego que a nós, foi imposto Sol que aquece o decomposto Falta o Lego sempre de contraposto Pai nosso que estais no céu, suponho Seu moço, que horas sai meu almoço?

Et Gratias Agens

Pisei firme em chão solido Como pisei em uma madeira podre Como pisei em armadilhas Pisei e precisei que muito se fosse Precisei perder para ganhar E não sabia que os destinos das lágrimas eram os sorrisos Hoje olho pra frente a sonhar E olho pra trás pra relembrar quem sempre esteve comigo Mesmo de longe, em mente e peito E quando mais longe ainda, em minha alma Mesmo em conflitos, o meu respeito E quando ao berro, silenciava-me em calma Luzes que precisei na escuridão Ao levantar por impulso de suas mãos

Larua

Antes de olhos fechados, sorria Porém algum pesadelo invadia Como se não tivesse fundo, caia Abraçado em esperança vazia Acordava em meio ao suor Não era só garganta em nós

Tês...

Sinto falta de fazer falta O peito é um tanto oco e de lata E como em Oz, busco um coração que bata Perco-me nas datas Na mata em paisagem de cascatas Ouro e prata, o pirata e o salto de um acrobata Silencio em serenata Estrelas no céu da cidade pacata Composição em sonata, tira as calças e rasga a regata Não há mais silencio É um som que se espalha com o vento Não ligamos pro tempo, vivemos intenso esse momento

Bamba

A paixão não é esse ser sublime Indomável ou incondicional É uma parte sua que se reprime Leitos e eleitos ao passional Como uma frase que pode significar muita coisa Assim como uma pessoa, pode ser tantas outras Mas esperamos pelo amor ideal E para todo o sempre se assim precisar Nós queremos ser felizes no final Só não podemos ter o medo de arriscar

Desamor

Passa pela mente Como esquecimento Passa pela frente Como aquecimento Os dias acabam Os meses se vão Os anos passam Mente e explosão Sangue sem transfusão Máscaras em profusão Meu olhar é de loucura Meu punho, de fúria Meu momento é de cura Meu amor, é penúria 

(Fascina)Ação

Dou devido descanso ao violão E também o descanso para minhas mãos Dou asas pra mina imaginação Fecho os meus olhos e abro meu coração Abro alas ao furacão Faço da vontade, grande devastação Trago de mim, canção Faço do lixo, a arte em composição Nunca a deixo em decomposição O que te fascina, é minha fascinação

Andei

Andei e passei por lugares em que eu já tinha passado Observei, de uma forma que não tinha observado Pessoas indo e vindo na contra mão e para todo o lado Trabalhadores, desempregados e homens jogados Sorrisos de seres que não queriam estar ali E como se algo fosse mudar, pisei firme ao sim O fato de ver pessoas em um estado pior que o meu Não me tornará melhor ou algo assim Não é aquele momento de tentar acreditar em Deus Mas, acima de tudo acreditar em mim Observar pessoas nesse Estado É ter a visão de que não sou mais um simples fracassado Que sempre reclamo ao Errado Como se há muito tempo meu passo já tivesse apertado Eu só me sinto mal de verdade Quando vejo esses sorrisos em meio a tanta maldade Senhores sentindo real felicidade E eu aqui, cabisbaixo em qualquer canto dessa cidade Andei pra me desestressar Aos passos que andavam devagar Andei pro peito desabafar O que eu não conseguia observar

Nadares

Procura-se a sombra e água fresca Procura-se por uma Veneza Procura-se uma vida mais burguesa Procura-se fugir da pobreza Brasil de tantas belezas E cheio de rara nobreza É na vontade de mandar tudo para os ares Ou de ir até pra Buenos Aires Saudade que apenas se encontra nos bares Verdade cega de tantos pares

Desabar, Desaguar

De tudo que doou Do valor, recebeu sabor Do amor, recebeu calor E o que sobrou Fez de ti um mero vapor O tempo que é professor Te diz que o que evapora Traz a escuridão e a traz aurora Torna enchente e devora E que tu já podes chover agora

Impérios

Baixo minha guarda Para quem não faz sentido Levanto a espada Mas sem escudo ao sorriso As flechas atingem direto No meio do espirito de um guerreiro As bandeiras, o intelecto E táticas na prática precisam de freio Saia gritando feito o mero otário Então seja o primeiro a morrer E independente de seu adversário Saiba qual hora certa de correr O que pode te derrubar E o que pode te levantar ... São simplesmente iguais!

Faz cina, Fascina e Faxina

O intenso E o tempo O imenso E propenso Nós nem estamos vendo O que está acontecendo Nem vamos percebendo O que está, anoitecendo A escolha pela liberdade Tem o seu preço muitas vezes solitário Há o fator da variedade Mas é breve, arbitrário a seu santuário Até é necessário ser temário Mas é involuntário e contrário Até que enfim a chuva cai A sujeira se vai Sei que vai um pouco mais Limpeza e paz

Grafite

Sem limite Muito apetite A dinamite Sai do grafite Sem a elite Não haverá convite Sem palpite Ao não se precípite Embelezando paredes com miragens E papéis brancos imitando a paisagem

Lençóis

A paciência se esgota O tédio se anota Rachadura vira trova E a chuva, prosa Vai som Vai violão Vai mais Vai paixão Desligo tudo Mas a mente, ela continua Eu fico mudo Então consigo ouvir a rua Contraditório Ouvir o som do silencio Até inspiratório Tirando melodia do vento

Porto (Meia Noite e Quinze)

Um trago dos seus olhos Ao meu coração E nosso trago pra mente Limpando pulmão O que trago e o que tu traz O que apago vago ao que refaz O que largo no lago da paz O que pago ao mago, luz e cais Não é mais, é mas... Me embriago de sua elegância Viajo em sua fragrância Sorriso que enche de esperança Tu és minha substância E fico maluco de ti... Maré que me guia Vento turvo e de vários destinos Mas és sempre guria A que terá em mim, o seu abrigo Lua e monologo Triste diálogo Folheio catálogos Chegue logo

Diagonal, Obliqua

Há diversos Sorrisos E de versos Perdidos Adversos Caminhos Em versos Invertidos O inverso e o perverso O controverso e o universo Há o que conservo E quem eu converso Há o que atravesso E o que é transverso Inclinadas faces andando Propensas fases passando

Filhos da Imensidão

Algumas meditações Não pertencem a este corpo Assim como o vento Não pertence a este sopro E talvez seja por isso Que eu sinto que não sou daqui É fúria aos meus vícios Observando um interior sem fim Venerar o céu A escuridão, a luz e a imensidão Devorar o mel Seu lábio, sua pele e suas mãos Da lama, os diamantes E da cama, os amantes Não somos daqui, eu sinto Somos daquilo que esperamos encontrar Nós pertencemos ao infinito Somos eternos piratas a caçar e procurar Átomos em reprodução Porém raros em evolução

Índia

É só cara, maquiagem, Um penteado e um sorriso de mulher. É só abraço apertado, Me segura bem insegura do que quer. É andar e olhar pra trás, Secretária ao anotar seus desenhos. Resenha que não traz paz, Que me refaz nem mais, nem menos. Pinta a face índia, Que ainda és linda.

Faber

De brilhar os olhos Fazer sorrir A sua arte de criar O que sentir A mente te apaixona O pensador não O sonho te flexiona O pesadelo não A pintura e a poesia Musica e dança No papel e na teoria Prática e lança Quem criou o criador?

Ela e o Elo

Narcisamente confuso Mas oculto e escuso Com seu olhar intruso Lágrimas em difuso Cabe ela E seu cabelo Amar ela E seu amarelo Senti nela De sentinela E martela Marte e ela Faz-me esquecer o ego Faz-me amortecer cego

Tocar e Ressoar

A musa E sua musica O bumbo E a filarmônica O amor E a harmonia O passo E a passista O canto E a encantada O todo E sua entoada Ouvi distante A vi cintilante Mesmo que tenha sido apenas o sexo bom Que aconteceu e passou Na mente há estrelas, Lua e o mesmo som Que em minh'alma ficou Tocados, ressoar Retocados, suar Trocados, sou ar Retomados solar Ao acordar e nem dizer adeus E sem saber se reverei os olhos teus Revirei em pensamentos meus Sem sabor esperando os beijos seus Essa saudade estranha É de uma dor tamanha...

Rima Rotina, Tema: Tédio

É a rotina É o tédio Vento na cortina Sombra do prédio Escurece Sem sono Desaparece Sem dona ou dono Pensamentos lá na Rua E argumentos lá pra Lua É a retina A pálpebra O som na esquina Torção da vértebra Amanhece Vem sono Resplandece O estéreo e o mono Pensamentos em Lá bemol E argumentos sustenidos em Sol

Inquietude Horizontal

O coração está sempre pronto pra partir Arbitrário e um tanto desnecessário Com os olhos a chover e lábios a refletir Sofrer antes da hora não é tão sábio A proteção ao contato Torna o sentimento compacto A pró ação com o tato E o silencio como um impacto O comum infarto O coma e o farto A mente me acorda como uma queda No meio da noite ao virar insonia É calor, é desconforto e é descoberta Lugares onde a alma vai e sonda Me derruba como um pesadelo Como se eu estivesse lá e pudesse vê-lo Ou tivesse acionado o morteiro Nas armadilhas em formato de conselho O comum infarto O coma e o farto

Verdade em Metáfora

A verdade é o que vos libertará Uma das mais antigas metáforas Como a mão que te faz cocegas Ou a mão que segura sua cólera A verdade pode liberar a sua fúria Assim como o sorriso ou a angústia Somos uma bomba sobretudo Somos sombras dos mais lúcidos Nem todos temos pavio curto Mas todos temos pavio em vulto Somos um mar De ventos, de ondas e maré Somos um lugar Sol, chuva, tempestade e fé A verdade é que nós estamos sempre prestes Vamos explodir ou fazer o temporal Podemos nos desnortear ao sul, leste ou oeste Detonarmos ou virarmos a catedral Somos a face do ódio ou da esperança Somos a face do medo ou da confiança

Roda Gigante

Já chorei sozinho Vendo filme ou lendo livros Redesenhado rabiscos Refazendo e tecendo amigos Eu já fui irrelevante Quando liguei para os mais distantes Foi processo grande Foi o meu progresso mais fascinante Pr'algumas pessoas a ligação direta É apenas em pensamento Um mundo que ao Universo infecta É apenas meu firmamento

Desinfeta

Sem ti Senti Em mim Em mi Só em Sol Sustenido bemol Lá em prol A proa e o farol Jogo o anzol Cantando em Portunhol Sabiá e rouxinol A sábia forma de formol Pichei o vento com inseticida E coloquei as músicas mais suícidas

Na Rede

A estagnação é uma ilha Paradisíaca e cheia de armadilhas Onde estabilidade é isca São pássaros com suas asas retidas Há árvores que viram canoa Mas só quem tem mente voa Aqui na rede Onde tudo parece ser tão longe Aqui na sede Esperando por teorias de monge Perguntaram como estou E não vieram me ver Perguntei-me quem eu sou E eles, quem vou ser Então fui dormir Pra sonhar e sorrir

Nova Horizonte

É difícil ser ou ter De contar e recontar Números e pedaços A montar e a mostrar Não faço parte dessas suas cartas Nem sou a mesa a se bater Eu grito pronome e abraço aspas Em tapa, etapas a esconder Talvez eu seja dado viciado A sortear o que já é esperado É difícil amor tecer De contar e descontar Peito em pedaços Ao cultuar e ao ocultar

Não há Samba sem Pandeiro

A percussão não me acompanha Sou eu quem acompanho a percussão Sigo as batidas de meu coração Mesmo em caminhos de preocupação Não há Samba sem Pandeiro E não há Obra sem Pedreiro Tudo é importante E nem todos são elegantes Posso ser errante E o percurso que é sonante

Seis, Sete (Vinte e...)

De Lua cheia E a meia lua e soco Onde de louco Todos tem um pouco É pés descalços Calçada e asfalto Faltas em fatos O passe e passo Passa a bola Gol não se faz só Faz-se história Entre laços e nós Às eu vezes jogo Mas só aos domingos Churrasco, samba E mais alguns amigos

Bandeiras Vermelhas (Eu Cantei Minha Fúria)

A raiz está morta Em uma venda de produtores E até há revolta Mas são simples agricultores A cultura foi reduzida a nome E é interpretada por péssimos atores É uma escultura sobre a fome Esboçada por alguns restos de cores As hastes erguidas em parelho E a bandeira original coberta por flores No alto resplandece o vermelho Os originais levam apenas seus valores Mesmo estando no meio dessa multidão Há uma introspecção Vejo as canções que não vem do coração Sem qualquer razão Tudo aqui gira em torno de uma Capital Estado de ser um mero banal Como num filme, cai chuva em temporal Como se nada disso fosse real Aqui jaz A sociedade e minha simples dó Sem paz Ver o triste magno reduzido a pó

Post Haec

Há vitória Há conquista Há história E há revistas Livros, filmes e vizinhos Amigos e amigos de amigos Longe do mundo Onde flores nascem em concretos Ponte ao mútuo Fonte de tumultuo e sem aspectos Mas me passe o endereço de sua nova galáxia E diga que em frente poderei ouvir pássaros na praça

Orbis (Lacuna)

Já me vi em torturas Menores que essa insonia. Já me vi sem as curas, Loucuras e minhas ânsias. Já deixei de lutar, Pra ficar de luto. Já deixei me furtar, Pra colher frutos. O verbo e a verba, O mero e a merda...

Canal 3

Resto de troco e sua sobra Gesto louco que se desdobra Protesto, sopro e manobra Honesto o soco que se troca Modesto e simples é ser direto Infesto ao resumo que me infecto Extremidade e imensidade Brutalidade e intensidade Adversidade e imobilidade Sublimidade e inutilidade As perguntas sem repostas As promessas sem propostas

Hora Para, Olha Para

Desamado Desarmado Desalmado Desanimado Cruz e lápide Sinal de mártir Ser a síntese Sentir-se parte De joelhos ao céu Os momentos ao léu Julgamento ao réu A mente e o chapéu Mais uma dose de café sem gelo Ou aquele Whisky forte de coador Tira a pizza pra fora do cotovelo E pare de sentir dor de congelador Os conselhos parecem com fusos E meus espelhos parecem confusos

Somos Página Virada

Um dia foi amizade Um dia eu senti saudade Um dia foi verdade Um dia teve credibilidade Aquilo que você perdeu Nunca terá de volta E sei que nada aprendeu Com minha revolta Os olhares, sorrisos e abraços Estão no passado Os lugares, destinos em acasos Estão nos retratos Novo capítulo Título e versículo

Paixão é o que Decide Ter ou Ser

Sonhar acordado É realizar-se dormindo Sentenciar passado É vir a chorar sorrindo A todo vapor Cansamos e descansamos os corações A todo louvor Cantamos e encantamos nossas orações É um ou mais deuses interiores De competência e conveniência, opressores É um ou mais erros anteriores De consciência e consequência, professores Há dias em que o Sol aflora E nos trancamos no quarto Há dias em que chove lá fora E impulsionamos os passos Encontramos a simplicidade n'uma cura Abraçamos com veemência nossa fúria Cavamos as nossas próprias sepulturas Vedamos com demência nossa loucura Vinde a nós os pastores Simples valores que estão repletos de amores Brindem a nós narradores Convidem o cinza e completem as suas cores Um violão e suas notas Um cidadão e suas rotas

Cerrado (Tanatofobia)

Dilatado e enfartado Diminuído e enfrentado Expandido e alugado Desprovido e alucinado Rarefeito de virtudes Conceito de atitudes Satisfeito de latitudes Defeito que confunde Efeitos de valor Despeito ao calor Aceito em favor Eleito o meu pavor Afogando ao respirar Asfixiando ao mergulhar

Az

A saga e o sagaz A fuga e o fugaz A capa e o capaz A rapa e o rapaz A carta e o cartaz O fica e o eficaz O Inca e o incapaz O alto e o audaz O auto controle e a paz Salto do golpe que se faz

Saudosista (Apaixonado)

De tempos em tempo desejo a eternidade E em outros, a morte De tempos em tempos eu busco felicidade E em outros, suporte Tento ser forte Encontrar o meu norte Busco ter sorte Alguém que se importe Venceu o meu passaporte Há pouco transporte Em nada que me conforte Tem quem descorde Já pedi por um amor que eu nunca soube dar Em tempos desesperançosos não deixei de procurar Calo-me aos livros velhos Acabo-me a mitos belos Encontro-me a meu ego Conformo-me a ser cego Mas oro por mudanças que só dependem de mim E também choro por sorrisos que só eu posso prefulgir Infelizmente sou apaixonado Por tudo que carrego de meu passado Saudosamente e acostumado A ter no peito o que eu deixei de lado

Quebra-Luz

Sua fotografia paralisa a paisagem Em nossa poesia que valoriza a viagem Os olhares te fazem ser selvagem Recupera e coopera com sua coragem O sorriso e o abraço Um beijo na testa e amarra meu cardaço Eu preciso de espaço Mas deixa luz entrar pela fresta do quarto Não consigo dormir Posso me deitar aqui?

Vereda

Normalmente amigos brincam de te derrubar Para que eles possam vir a te levantar Formalmente os  inimigos são para nos testar A criança a sonhar e o forte a enfrentar

Sandman

O poder de uma palavra A mente e suas asas Mas o pé que se agrava Em gravidades rasas Caminho com o meu olhar fixo no Horizonte Imaginando o que meu destino planeja ou esconde Pés leves e voz que não engana João Pestana que leva a insônia Um folclore ao menino na cama Ninar que com a calma se canta A criança sonha e pode sonhar a vida toda Mas às vezes precisa acordar de um leve Coma

Ninho

A alma e o corpo Há água em um copo O ar e um sopro A escalada e o topo Há uma saudade em sopro d'água Há uma tempestade em copo d'alma Corrente e pingente Em mãos e luvas Correndo ao vento Nuvens e chuvas Destinos escolhidos ou trilhados Caminhos percorridos ou enfrentados A pele esquenta O adeus lamente A mente enfrenta O olhar aumenta A visão ampla do predador Voou em direção à caça e pegou

Transire

Não é porque cansei dessa vida Que vou me sufocar Não é porque encontrei a bebida Que vou me afogar A escalada é alta A caminhada e a estrada são longas E se a peça falta Um quebra-cabeça que se desmonta

Metrópole

Foi a queda O sapato e a pedra Foi a moeda Dívida que se herda Foram seus rostos Olhares indispostos Foram compostos E controles remotos O que te fez parar? O que te fez continuar? Os pais e a paz O farol e seu cais O leva e o traz O menos e o mais Transito e metrô Nem dá mais vontade de te abraçar Edredom e calor Vou te ventilar ou te ar-condicionar É a inocência idiota? Ou é a cética devota? A Pichação de muro Coração puro Pensamentos escuros Ação e apuro Eu juro, me seguro e me penduro Penso no futuro, mais maduro e seguro É tudo tão confuso Tão maluco E são todos vultos De meu luto

Sertão

O peito sonha Em nossa mente que cria A voz manda Mas só nosso o ato aplica O mundo roda Se estamos no calor, esfria As folhas caem Na semente que traz a vida E assim há pássaros que cantam, que encantam E fazem os seus ninhos Na árvore existem traços daqueles que se amam E seguem seus destinos Há a Primavera, Verão E há o Outono, Inverno Tendo seus pés no chão Ou se vestindo de terno A criança ainda se maravilha com a lua Corre para rua e abre seus braços pra chuva

Ondas Verbais

A bateria fica fraca Para você recarregar-se O inimigo ameaça Para você encarregar-se Tomadas e tomaras Domadas e demarcadas Somadas e soradas Formadas e formuladas Verão na Primavera Quedas na atmosfera

Chá Mate

Cansado de gritar Cantei Cansado de pintar Posei Poesifiquei momentos Que não valeram os argumentos Exotifiquei pensamentos Que não avaliaram o sentimento Então deitei-me E abracei minh'insonia Então lavei-me E decolei em sinfônica Simplória Desnotória  Mas meu silencio Meu sonho extenso Mas meu intenso Meu louco consenso Não queria a mesma opinião Mas concordei com o seu não

Gramas, Toneladas, Grãos e Tons

A penitência e a sentença Que respondem ao perdão Na insistência e na crença Que correspondem ao não Há colisão do ego cego Há paixão ao clero e ao prego Há ilusão, tetos e céticos Há satisfação que me entrego Dói na mente incurável Satisfatoriamente rasurável Precocemente razoável E obrigatoriamente mutável A criança rebelde chorou E de teimosia, ela cismou Pega o doce Abaixa o preço Faz sua pose Ao auto-apreço Paz, Ciência A paciência Em diferença Indiferença Faz silêncio e vai dormir Trague o senso ao sorrir

Claque

Algumas batidas por segundo Se solta, mas volta Algumas esquinas pelo mundo Se revolta sem rota Mas ninguém nota Sua derrota A caminhada torta Sendo idiota Não pagou sua cota Ao seu agiota Procura por sua frota Sem resposta Observa as gaiolas Na maciota Procura por aposta Em composta Fazendo sua emposta Entre a escolta O litoral e a encosta Vinda reviravolta Bem vinda...

Cabala

Como se não fosse acordar, eu dormi Como se eu fosse gritar, me calei Como se não fosse machucar, eu senti Como se eu fosse andar, fui e voei Decolei sem para-quedas Sem hélices ou asa deltas Como se fosse interpretar, virei história Como se fosse me derrotar, me tornei vitória Como se fosse o destino, virei trajetória Como se fosse um Deus, eu caí em rogatória Não fui refém Talvez fui ninguém Não tive amém Talvez tive alguém Mas quem?

A Tredice e a Interprete

Evitar, torna-se vital Indiferente a um fato fatal O banal, casal casual Afinal, um final sem moral Foi um sinal ideal Diferente de muitos, mas igual Saudações mortal Um amor carnal, brutal e letal Meu boreal mental Meu visual formal Meu surreal portal Meu social jornal A novidade, que é um punhal E nem chegar a me fazer mal

Vinte e Sete ou Setenta e Dois

Se fossemos morrer bem regados e belos Ainda assim teríamos muitos momentos para ser contados Se fossemos morrer enrugados e velhos Ainda assim teríamos pouco tempo para viver amparados Somos uma foto emoldurada que será eterna Somos um filme na mente de quem a nós é terna

E Nós...

Vemos dragões nas nuvens Fazemos coelhos com as sombras Somos espaço-naves e luzes Algum brinquedo que se desmonta Nos papéis, os desenhos viraram poesia Na vida, a realidade se mistura à fantasia Vemos um céu cheio de nuvens Fazemos nossa própria sombra Somos o vai e vem dessas luzes Vivemos de cálculos e de soma Nos papéis, o que venho estudando à dias Na vida, as práticas, as táticas e as teorias Era cueca por cima da calça Escalar os muros da vovó Agora é essa felicidade falsa Onde laços se tornam nós E nós, quem somos?

Costas

Há explosão e colisão de escuridão Nada é perspectiva à mente Detonação e denotação em equação Nada enfatiza ao frequente Ao agir com raiva Não pensava enquanto falava O tempo passava Sua hora voava e não voltava As lanças foram jogadas E as indecisões, tomadas

O Tempo é um Vampiro

Em medo, Emendo. Em vento, Invento. Até te entendo, Mesmo não te tendo. Temos o enredo, Ao redor, logo cedo. Até me entendo, São os sonhos que vendo. Temo o remendo, Não estar te vendo, sendo. Em segredo, Canções ao vento. Em degredo, Não volta o tempo. O dia me suga, Independente de minha fuga. Me traz as rugas, Enxuga na lágrima que julga. O que nos molda, nos muda. O que não nos vende, nos aluga.

Canção de um Sábado Solitário (Os poemas se conectam em dias enfermos e saudáveis)

É claridão Luz que cega, mas que me guia até o cais É solidão Cruz que me prega, quem traga minha paz Quando a vela se deixava ir pelo vento Quando procurar se tornava meu sofrimento Ouro de tolo entre lástimas e lamentos Sopro de todos em lágrimas e pensamentos Relembrar é deixar o fantasma reviver E esquecer é deixá-lo em paz, morrer Aqui jaz uma felicidade vivida Quebrada, despedaçada, destroçada e repartida Herança indesejada e dividida Que não abona, não soma e nem paga as dividas Como se tudo fosse evaporar e virar chuva Como observar e sempre se maravilhar com a Lua Como acelerar numa pista cheia de curvas Como caminhar a pé e prestar mais atenção à rua A noite que não salva meu dia E um vinho na sala se despedia

Luz Escura

A arte de vir e me paralisar Com um só olhar Faz-me observar sem parar Ao estar, dançar O que falar? O que calar? A minha vontade de ir até lá O reflexo da gravidade entre ir ou aqui ficar Loucura entre andar ou pular Ao impulsionar, descontrolar e desconcertar

Dropada em Dó

Musicas de um amanhã Depois da segunda, vem o acelerador Janelas e o Sol da manhã De segunda em diante, em despertador Poetas deitados no divã Depois da sexta, esperando o descanso Não adianta um talismã De segunda a segunda, ao que me canso O sonho tem o tamanho da sua mente Já que suas conquistas estão bem na sua frente, enfrente Somos os frutos de um Outono quente Em que sementes caíram quando a Primavera era ausente Mas o destino era presente E continua, ao ser persistente

Equus, Et Pegasi

Os números não são supersticiosos Os tropeços não são tão rigorosos Os primeiros não são mais vitoriosos Os olhares não são os pretensiosos Os pássaros não são livres Os sapos não são principies Os sorrisos não são felizes E as lágrimas não são tristes São oito segundos em cima do animal selvagem Depois corre igual menina em direção à grade Os nossos juízes são humanos falhos Nem toda a lamina tem o poder de retalho Todos os caminhos tem seus atalhos Há cartas no baralho e punhos ao trabalho Anjos e fadas com suas asas Famílias que tem suas casas Me chamas com suas brasas As águas nos pés, são rasas É o oito de bola negra sete vezes sete em paisagem Na viagem de trinta e três nas somas de um padre (Vinte e Três)

Notas Equivocadas, Rotas Dissonantes

A mãe e sua prece O filho e sua pressa A criança obedece O homem desperta O que permanece no passado É museu, retrato e pensamento E o que acontece ao seu lado É seu, é presente e é momento Nosso ser perece Ao que expressa a promessa Nosso ler aparece Ao que atravessa e interessa Não durmo Tem pegadas com som de sussurros Não assumo São medos em que sumo aos sustos Está ficando escuro Há várias vozes na mente Falam sobre o futuro Entre o adeus e o a gente O que vai acontecer?

Poker

Sortear, tirar a sua carta E fazer do destino, um Poker Azarar na falta e na farta E fazer do sorriso, o Porque Se eu não faço nada Estou esperando tua jogada Não sei sairei vitorioso Mas as cartas, estão bem aí O olhar, é pretensioso Entre estar aqui e o estar ali Na mesa, sobre a mesa Sub mesa em sobremesa Eu jogo com o muito E com o pouco Não é apenas punho É susto ou soco Há tática e gramática Há prática e matemática

Estrada

A estrada é a nossa longa caminhada Cheio de paisagens e de distancias No escuro ou na luz, sempre trilhada Sol, chuva, Lua, vento e esperança Um destino acolhido Um sonho escolhido A estrada é aquilo que observamos Sabemos que vai demorar, mas já queríamos estar lá É onde nos perdemos e atrasamos E que preferíamos uma magia de nossos dedos estalar É a nossa etapa de quilômetros e de pedágios Subidas e descidas, retas e curvas Terra, asfalto, placas, árvores e de presságios As horas e meias, lágrimas e rugas Nossa cura, é simplesmente chegar...