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Mostrando postagens de 2015

Azul

Frio e moletom O bolado bom vem com batom Filme e edredom O seu dom é me domar ao som Poucas luzes Mas nítida em degradê de tons Seu perfume Meu Apocalipse e Armagedom Você me bagunça, me leva Você me arruma, me acerta Perco o rumo e não durmo Em luzes de neon Vício, te fumo, te consumo E me assumo seu garçom Conduzo e não te puxo Pelos, seus braços Mas recuso, todos Os outros laços Você me arruma e me leva Você me bagunça, me acerta Como uma oração, forte você veio Como uma droga, me fez viajar Como afrodisíaco, despertou desejos Como o cigarro, eu quis largar Você é meu ópio 

Erê

O mundo é muito são De muita pouca unção O mundo é muito são E cheio de sem noção De uma sanidade Que muitas vezes entorpece, entope ou veda Nos faz esquecer Que toda criança se levanta depois da queda Pode até chorar, mas quando ela te olhar Finge que nada aconteceu e sorri Pode até sangrar, mas sua mãe vem sarar Finge que nada aconteceu e sorri Corre, pula, sobe Volta a se divertir Move, suja, come Volta a se divertir Feliz o homem que ainda tem esse espírito

Neblina aos Submersos e Submissos

Terra árida e fria Quase sua areia movediça Vento que suspira Vem, múrmura e assovia Em Pântanos de caos Ou sementes de escuridão Ao que se dizia o tal E foi levado pela vastidão O seu grito nem foi ouvido Mais um sumiu Tornou-se menos espírito Ou, talvez fugiu É... que em toda essa imensidão Nunca se sabe pra onde eles vão

O Drama do Dharma

Uma mente aflita Frita Parelha em reflita Grita Bate aquela insônia Sonora e bem desarmônica Sinfonia de sondas Ondas em sitônia e carona Nem chove, nem relampeia Nem gárgulas, nem sereias Fantasmas normais Que até parecem ser reais Em asmas surreais E nossos carmas racionais Consciência em arrepios Em uma pele e dois rios

Tamanduá

Decomposição astral Mares do corpo Reposição de fractal Lares e assolos Entre a critica e sátira social de farpas Ambas com a mesma informação Uma causa o impacto, a outra risadas Ambas alicerces para a alienação Eu perdi minha direção E queimei algumas poesias e canções Fiz parte da falsa nação E da farsa expansão, recobrei paixões Cria de jardins Onde umas desabrocham, outras dão frutos Sei onde nasci Mas ainda não sei qual será o meu sepulcro Fui comprar meu lugar no céu Me disseram - Presta atenção Confuso, fui de confesso à réu Eles não vendiam à prestação Lá no bar de esquina uma dose era mais barata Ontem o tiozinho pedia trocado e hoje, cata lata

(Do)Ar

Um sonho onde nós não estamos Não existimos, não coexistimos, não somos Um canto com horizontes planos Músicas que ouvimos, assíduos, compomos E não compramos, não tomamos, temos Acrescento, ao crer, ao sendo, crescendo Ao acordar, nos assustamos com a realidade Pois ela existe, mas e aquele lugar? Ao acordar, nos reconectamos sem saudades Por um instante, segundos a largar? Quem vai nos alugar De lástimas? Quem vai nos alagar De lágrimas? De onde vem tanta canção? De onde vem a inspiração?

Trucos e Truques

Cartas na mesa Doa-se algum olhar amigável Latas de cerveja E entoa-se de modo razoável Entre a disciplina e a displicência A doutrina e a essência Entre consistência e consequência O carinho e a carência Mesmo em tolas experiências Não me faltam expectativas E mesmo que pareça coerência Eu não desisto de tentativas Às vezes caio em armadilhas E às vezes tenho as manilhas

Quarto Aquário

Chegou o novo aquário Uma decoração sem peixe São imagens, santuários E deixe que o feixe se eixe Entre pelas frestas Florestas do que nos resta Que a fenda seja festa Perspectiva, antes indigesta Onde, com pressa Nunca se acerta Onde há promessa A que atravessa O medo da queda é só o som vindo da cachoeira Ladeira causando vertigem Mas quando se torna adrenalina, não há canseira Tudo vira besteira à origem A coragem causa o efeito da felicidade Você está apenas dentro de sua mente Momentânea, circunstancial à realidade E com os pés no chão, segue em frente

Bagunça

Procuramos quem concerte nosso rumo E só arrumamos quem bagunce nossas gavetas do quarto Fazendo vendaval em poucos segundos E assim nos faz reaver os objetos e os objetivos guardados Quando se vão, é muito difícil se reorganizar Recolocar, se arranjar, preparar seu libertar Quando são vãos, rachaduras a nos destroçar Retocar esses muros destoantes à equalizar É árduo e é penoso Quem vai reabrir as portas desses castelos? De um rei rancoroso Fontes de fortalezas em universos paralelos Às vezes precisamos de anjos Toda criança e todo marmanjo

(Des)Crente

A arrogância intelectual Todo sofredor feliz Dentre o desfoco central Intolerância de raiz Reaver a essência E perder a ciência E o quanto mais você sabe Mais você quer saber Onde a inocência não cabe Entre o ouvir e haver Então o estupidamente viver É fazer ou deixar acontecer?

Vira-Lata nos Dias Cinzas

Um cão não para de pedir carinho O outro late sem parar, que nem louco Às vezes eles revesam esse serviço Pois em concreto, não se caçam ossos Um deles, vira-lata vizinho E o outro finge não ter dono Mas arrumou um cantinho Com seu olhar de abandono A visita parece sorrir tinta Avisa sem rimas, pisca E à cima de qualquer sina Ensina ao imã, o cinza Se isenta de sua preguiça Ao seu conceito de prisma Não tinha clima ou crisma Apenas filma ao que priva De lata, me cataclisma Delata, dilata e rabisca Larga o carisma em esquinas Deixa a chuva levar pras ruas e avenidas O cão e a lágrima que catalisa Sem remédio que cicatriza, deixa a brisa Tomar conta Às vezes paro pra meditar Tomba ponta E às vezes para me editar Usamos as mesmas coisas para suportar e se importar Vai de primeira à terceira pessoa E usamos as mesmas coisas para enfeitar ou infernizar Nossa segunda-feira, ao que soa

(De)Clínicos

Todo o ismo tem seu cinismo É um abismo de ceticismo Todo mecanismo, organismo Tola guerra de fanatismos O batismo ao idealismo O burro machismo ou o feminismo Civismo ou patriotismo Estupido desrespeito se repetindo Querem impor ideias de igualdade Ao mudar o mundo sem que eles mudem a si mesmos Querem impor a sua dura realidade Mas respeito é a lei pra viver em paz, não tem segredo Os verdadeiros cegos Há muito tempo são aqueles que se vedam Escondem atrás do ego Uma triste solidão, a que os mesmos sedam

Adios Mizinnha

Faço aquela cara com o estralo Misturo o decepcionado com o espantado Lá se vão meus solos arranjados E ficam pestanas de improvisos manjados Mas quem disse que eu vou parar? Toco Raul pra quem quiser cantar!

O Alpinista

Há uma essência Onde alguns mudam Outros evoluem E poucos, moldam Mas há uma experiência Cada um com a sua Sintonias em frequências Norte, Marte e Lua E não falo de voar Falo sobre escalar Alguns destinos que se cruzam Outros, meramente desparecem, se ofuscam O topo, é o que todos buscam Mas só os que têm força pra encarar, lucram E a queda lá de cima pode até ser longa É uma montanha cheia de riscos, armadilhas e perigos Mas não desanima àqueles que sonham Por isso não olhar para baixo, é ter bom senso e juízo E me diziam que ter juízo, era não tentar vir a subir Pode falar o que for, é o meu coração que vou ouvir

Chega logo Sexta-feira

Em sono é o sonho que vem e me guia Mas acordado ele se faz de companhia Apesar de eu controlar tão bem o pensamento Sou réu da realidade que crio Sentenciado e sem ter qualquer um argumento Culpado por meu calor ou frio E os calafrios, são as mensagens do instinto Apesar do medo, eu vou me jogar ao destino O peso nas costas, eu que impus O que alguns chamam de cruz Creio que seja mais que uma luz Pois não me cega, me conduz O farol só mostra o ponto de encontro no escuro Mas sou eu quem ilumino de verdade meu rumo Não ligo se for uma reprise Um novo final igual de novela Não me importo com crises Dessa mente indagante de cela E eu nem disse a ela enquanto estava cantando Mas e se for ela, por eu que estou perdendo tempo pensando? Pois pode ser ela, a parcela do que está faltando Quero agir pra poder em minha realidade continuar sonhando Só fico meio ansioso de esperar uma semana inteira Chega logo Sexta-feira Pode parecer besteira, parece que corro numa

Quem esculpiu as Nuvens?

Nossos sonhos são como nuvens Em que os ventos podem levar Ou podem cair agora como chuva Com algumas almas para lavar Mas também podem vir a ser uma forte tempestade Um tanto covarde Mas mostrar na bonança que foi preciso ter coragem Aquela que invade Que nos faz, a esse presente, fieis ao nosso futuro Mas enfim, só não deixem que os ventos levem tudo

Enredar

Ela tem um Arco-Ires de peles Tocadas pelo sol sem protetor Seus pés simbolizam sua plebe Seu olhar de diamante, o valor Como se fossem vindos da lama Superando os toques da grama E até o nosso aconchego de cama Os lugarem que levam a fama Ela sorri de olhos fechados E eu apenas respiro calado Seus femorais ficam laçados A mão se apoia, eu sentado Entorta pro lado, emaranhado Encosta a cabeça no meu peito, depois meu ombro E eu apenas sou dado, jogado Ao ver nosso horizonte de alicerces em escombros Não é o lugar, nem o céu ou o assunto É uma companhia Que eu escolhi pra viver nesse mundo De minha calmaria As ondas do mar que eu esperei sessarem Folhas que não deixarei os ventos levarem

Rudimentar

Não sou tão de ferro quanto pensei Mas continuo a forjar-me em brasas todo dia Enquanto o corpo está a fortalecer Ganho o equilíbrio para a lâmina que se afia Não sou tão de rocha quanto pensei Tenho que me unir do alicerce ao topo Ser muro seguro pra poder proteger Os que abrigo e fazer parte de um todo Não sou tão correnteza quanto pensei As águas que tenho precisam de uma direção Um norte para ser forte e poder vencer Com o brilho e a clareza como a fé e a oração Não sou tão incêndio quanto pensei A chama que queima em mim devasta pouco Precisa do vento que ainda busco ter Terra, raiz, luz, elementos para entrar no jogo Sou de pele, sangue, alma e espírito Mas sou de guerra, apesar de buscar pela paz Sou de crenças em espera pelo rito Da confiança que a passagem seja algo a mais Sonho e por isso batalho por conquistas Em prólogos de quedas e esperanças Sofro e suporto, mas eu continuo otimista Capítulos de tempestades e bonanças E se vitória vier só no

Abnegar e Dessaber em Empatia, sem Simpatia

Pedem calma E eles têm uma certa pressa com isso Quebram asas E destroem a própria casa em prejuízo Uma cara à tapa Seus muros são lixos, uma farsa, eu os picho Acabam na vala Ou em confortáveis poltronas de sala, bichos Já vai dar a hora de dormir A novela está chegando no fim E amanhã vem fingir sorrir Acredita que ainda estarei aqui Mas nem eu sei nada sobre mim Ou sobre o dia que estará porvir

Ases

Muita coisa aconteceu depois do primeiro beijo Depois da primeira transa Muita coisa rolou depois dos primeiros segredos Depois da primeira aliança Gente que até passou rápido, mas ensinou devagar E pessoas de mais de um ano que não chegaram valer um mês Banco de trás, aquelas no horizonte do quase falar Não volto atrás nas palavras, mas teve quem mereceu outra vez E apesar do desapego, eu tenho fotos na memória Há vozes em gravações sonoras e muitas histórias Essas poesias saudosistas Eu escrevo ouvindo Amy Não preciso ser detalhista Desenhistas, talvez semi Realista... Surrealista!

Cecíliano

Fitos em conflito Entre os ritos e os gritos Restritos, infinitos Reativos, porém relativos E estamos vivos Na sobrevivência dos primitivos Contra opressivos Sensitivos e nada compreensivos Mas quem realmente está do nosso lado? Ou quem realmente está à nossa frente? E quem realmente nos trata como gado? Quem realmente nos trata como gente? Se quer menos preso Primeiro pare de menosprezar, aí sim, menos irá prender Pare com o desdenho Ao seu filho, mulher, família enquanto está preso à T.v. Se quer menos preso Primeiro pare de menosprezar, aí sim, mais tu irá se prender Imponha seu empenho À seu filho, um desenho e à sua mulher que espera por você Carregue seu terço, patuá Ou um nome que irá tatuar Santa Cecília dos músicos Vinte e dois do onze Sorrisos d'ouros, rústicos E um olhar de bronze Abençoe os meus passos Meus traços e meus laços Por favor, leve essa oração pro céu Vou de hotel à hotel E até é cruel a caminhada desse réu Mas eu cont

Blecaute

Era o máximo instante E agora, só mais uma foto na estante Diamantes de amantes E os amigos dizem - Avante, levante Lembrança errante, sussurrante Poeiras em cima de poesias penetrantes Quixote, um Dom de Cervantes Prévia, leitura incessante, agora cessante Inerte e irritante Fúria silenciosa com Deus, diante Parece distante Mas tão em peito e mente vibrante Sem sono ao dissonante A mesma vela de antes Crenças sem consoantes A mesma bela de antes Minhas orações por sua alma importante Na carona ou caminhante Tão palpitantes, redundantes e suplicante Flamejante ao praticante Da Saudade triunfante Perante esse figurante

Boa Esperança

Tem coisa que não se compra Assim, como tem coisa que não se vende É o que muitos não entendem Quem não olha pros lado, olha pra frente É por isso que um rico não entra no paraíso Eles não entendem tudo isso O que pra muitos é mais que compromisso E nas ruas, não fica omisso É sarau para sarar os infectados pela escravidão É diversão como lição e poesias como coligação Matando a fome da mente Saciando a miséria que há na alma e no espírito Tornando-se elo da corrente Plantando sementes entre as harmonias e ruídos A batida e o groove Do samba e da bossa, ouça Não ser mais do sub Ao subir toda a nossa força Influenciado na poesia marginal Bonanças ao temporal e ao vendaval Memorial, não mais um serviçal Vencendo o desigual, sendo especial Um material mais que original Colossal na horizontal e vertical Fazendo o integral, o habitual Minha catedral corporal, castiçal Fé muito mais que regional, ao ser nacional E assim, então, enfim É muito mais que seleci

Primeira Parada

Fritando as idéias O som nas panelas da mente Crianças, plateias E pedidos pra estrela cadente Não precisamos ser videntes Apenas persistentes E à veemência, ser reverente Vontade do prudente E pros dentes, sorriso Retornando em brilhos nos olhares É pra isso que eu vivo Fazer de vários lugares, meus lares A primeira parada é só para me alimentar Mesmo assim ela vem e inspira Vira pintura a desenhar, canção a equalizar Ato a se ensaiar sem as mentiras A verdade libertará Assim como a calma, a fúria A verdade libertará Assim como a paz, a loucura Andarilho de minhas perguntas Sapiente de que para obter respostas é preciso ouvir Há quem julga e quem conjuga Ciente de que nós estamos sempre a chegar e a partir Vir e evoluir Pedir e impedir Rir e resumir Dirigir e digerir

Raiares

Involuntária atração gravitacional Enquanto o espírito anseia pelo céu, pelo ar Apesar das razões ao operacional No sonhar encontra-se o seu desejo de voar Quando há uma queda brusca e tu precisa acordar Entre o terminal e a central Os olhos vão para várias direções no escuro do lar Era pesadelo e agora é real O preconceito está no olhar E é horrível ver esse forte ódio pelos que nem te conhecem O respeito está só no falar Não no fazer, pregam o que em suas almas não preenchem Vão nos julgar E assim nos jogar aos leões Mas podem falar E até a inventar mil refrões Eles vão apenas falar de nós Mesmo sem saber porque estamos aqui E se não ouvirem nossa voz Nunca irão entender porque somos assim Idealistas tradicionalistas Escolhem seus artistas e exorcistas Entre a vista e a revista Programam otimistas e pessimistas Suas conquistas são totalmente parasitas Entorpecem a quem não mais acredita Que toda verdade seja dita, não só escrita Eles querem viajar e n

Astre

Sem o tornear inferior das capas Definindo apenas o caráter Sem o rosnar superior das aspas Ancoragem para a coragem Drenando a adrenalina Dá as letras e dá as notas, mas arruma pra cabeça Chama ela de menina E não sabe se há um blefe em suas cartas à mesa Mesmo assim joga o seu jogo E quem está há algumas jogadas na frente, não é visível É uma selva para elfos e ogros Não mostra quem é forte ou quem é bom, só o perecível Os sorrisos se separam por tantas horas num só dia Que esse ciclo de fotografias te fazem minha poesia Não me importo que a hora se arraste Eu sempre te espero Tu és o meu ao contrário de desastre E não me desespero

Dois do Onze

Foi dia de finados E eu, fiz nada Foi um dia todo cinza Chuva até a madrugada Blues, petiscos de geladeira E a cerveja já no fim Tirando um descanso pro corpo, Alma e mente, sim Até o violão teve seu repouso Dia em vão? não!

De Primeira à Terceira, sem a Segunda Pessoa

Nosso descanso é fundamental Enquanto não se afunda em sua mente Enxergar é mais que essencial É saber andar pra frente, ser prudente Escolher o tipo da semente Entender a hora de sua colheita Recolher-se a quem mente Entender a hora de sua suspeita (...) Galhos pra lareira Alimentos, frutas na mesa Sucos da limeira Recomponha a sua defesa Country club, discos e acervos Machado meio encostado na parede Espingarda e cabeças de cervo Deitado de chapéu de palha na rede Na mesma casa vive um caçador e um lenhador A sobreviver Na mesma sala, sem culpa, sem amor ou valor Sobre viver Eles são um só E dizem que o escritor conta muito sobre si Eu até sei disso Mas são mais notas pra se ver do que sentir Senti e mesmo sem ti Acordei... e me reergui

(A)Linear

Até quando dura Segurar a mão Curar o coração Até quando criatura Aventura e ração Cultura de alienação Até quando se figura Haikai, juras de paixão Toda amargura em fração Fractais de sua cintura Ou espessura do colchão Loucuras, até no chão Entre o eterno e a ternura Agricultura da imensidão E toda abertura é expansão Pra almas gêmeas da mesma busca Fuga da fúria e da solidão Injusta, porém sobreposta pela razão Antes só, é só conversa fiada Piada para o ceifador, que... Reconhece aqui, rimas entre amor e dor

Joãozinho

As sabedorias do mundo conectam E sugam um pouco da nossa alma Há teorias que em refluxo, infectam Tirando a nossa posse pela calma (...) De baixo do Sol, com carinho Eu pintei de vazo, um potinho E plantei um feijão no algodão Mas a Dona nunca devolveu Quem roubou foi o tal do João Ou sei lá, será que ela comeu? A professora não me disse Deve estar com todos os ovos de Ouro Ô menino, deixa de chatice Mas ela tinha uma bolsa nova de couro Vou rabiscar toda a parede Cortar braço e cabeça das bonecas Devolve o mini galho verde Se não atrapalho a hora da soneca Eu trouxe os rock do Pai E daqui eu não saio mais

Poesias de Varal

Músicas de Sarau Para sarar o seu tédio Atingindo Oliveiras E até Silvas e Sergios Com muitos temas seguros Sinceros, puros e honestos Sem limites ao significado Entre o que é luto ou credo O Latin do nosso povo brasileiro Em sotaques que chegam até parecer de estrangeiros Bonito do mais correto ao cangaceiro Acolhedor, hospitaleiro, sambas pra bar e travesseiros Undergrounds de praça Mais um Round na raça

Conchas sem o Som do Mar

Nosso corpo pede prazer E nossa alma, divisão Uma soma com você Em resultado de multiplicação Pecado é tentar ser feliz na solidão De tomar sozinho Um gole ou uma dose de decisão Taça barata de vinho Vai se embriagar Mas nunca matar a sua sede Vai se enfeitar Precisando de um sorriso verde Todos os Nós em linhas tênues De sonhos vividos e sonhos sofridos Surreais de pesadelos, às vezes De sonos dormidos, insonoros feridos Dormindo acordado Ou andando de olhos fechados Sonambulo aos dados Perambulo, errante aos jogados Vemos horizontes nos olhos E temos um céu na boca Andamos em caminhos tortos E eu amo sua voz fina, roca (...) Do amanhã, ser E do amanhecer

Recos

Desequalizando só um pouco Pra segurar um pouco da viagem Bits, riffs e cliques em socos Há um norte de maré, de margem Pés no raso, vai empurrando o seu barco Observa o horizonte O quadro e seus traços, a Íris e seu arco Cores de sua ponte Reequalizando só um pouco Pra interferir no ácido do sangue Tiques, linques, mix e sopros Arrepios fortes, do porém infame Mas logo atingindo o vento Soando como um sino, um ensino Mas logo atingindo um tento Sonhando como um menino, Hino Na mesa desse xadrez do crer, ser e crescer Há quantos passos de vencer, quem vem ser

Seus Dois Mundos

O platônico não é só um segredo É mais uma mentira que tu conta a si mesmo Em um turbilhão turvo de enredos Sonhos jogados ao vento, deixados no tempo Sua mente se diverte por alguns segundos Mas a solidão reaparece nos dois mundos Viver são esses sonhos que temos acordados E também pesadelos com o que não foi planejado São essas páginas que sempre temos virado E também são alguns capítulos a serem revisados Sua alma se diverte por alguns segundos Em pinturas abstratas E até poderá sofrer em seus dois mundos Mas a sua fé te salva

Tambaque

Em cada clave que se passa Cada bastidor que foge Em cada base que extravasa Cada nome que escolhe Ruídos, rugidos e crianças Títulos, filhos e esperanças No exterior de seu silêncio Se interna o grito No posterior de seu lamento Se paterna o rito Notas e claves Suas consciências Portas e chaves Suas experiências No peito, um tambor E na alma, um tumor

Soldado da Segunda

Acordando pra batalha Antes do canto da galo Seu uniforme na sala E já conta os centavos Meio pão e dois dedos de café Sambas no fone, testa no vidro Dá o lugar pra senhora Nazaré E ela diz - Obrigado meu filho! Na labuta, lida, sofrida Um Sergio Vaz de bolso Estufa sua vida corrida Respira sua fé no esforço Todo os dias à mercê De algumas Mercedes lotadas Voltando para a casa Depois de um dia na fornalha Dá um beijo em sua senhora Ajoelha e chora Acredita que um dia melhora Agradece e ora Obrigado por mais um dia Senhor De onde vem as minhas forças Obrigado pelo favor e pelo fervor Chegar e ver o sorriso da moça Amém...

Incondicional

Em um rio que cai E vira uma bela cachoeira O olhar de um Pai Sentado à bolsas de areia A conexão e o nexo Universos paralelos e tudo isso, sem sairmos daqui Expansão e aspecto Singelos castelos de versos e diversos, a se divertir Orgulho do Criador Que não só cria e atura, ele ama sua criatura Observa todo valor Vê nos pequenos, a expansão de sua pintura Os detalhes no quadro Brilhos nos poros Nos retalhos do retrato Sangue dos olhos A Atmosfera dos sentimentos Evolução Átomos, feras em crescimento Execução É sobre um amor que nem todos entendem E saber que não são só sorrisos nos dentes

Ao Eu

Os olhares podem ter o poder de jugar o bom e o maldito Mas não de dar algum veredito Sempre paro e reflito naquilo que eu acredito, no infinito Nada restrito à um manuscrito Eu existo e não exito Quero viajar nesse mundo onde habito Nada de rumos resumidos Assim como os mitos em cada distrito Quero o meu rito De silêncios e gritos Dizer o que sinto E ouvir os recintos Atravessar labirintos Conhecer outros destinos Aos cinzas que pinto Com meu sangue retinto Fazer com que quadros abstratos sejam mais que interpretativos Mas não de dar algum veredito Fazer com que pinturas mortas te falem muito mais que os vivos Nada restrito à um manuscrito Eu existo e não exito Ao eu extinto Eu existo e não exito Ao eu instinto

Em Miragens e Desertos, a Reza

Interferência sonora Divergência, vertigem Em ondas na concha Mar dos olhos virgens Mãos na grade, nas cercas Antes que se erga Preces de uma noite cheia Antes que te perca Lua mais que meia Em ventos, sem areia A alma em correia Foi sugada pela sereia A cadeia que me candeia Te ter, mas em tua teia Ser audaz, em sua aldeia Semear ao ser sua ceia Alternar do que me alimenta Almejar do que me aumenta Sua voz É o que me dá forças em silêncios Ter nós É o que apertam os laços sedentos (...) Pela liberdade de ceder Ser de alguém Na verdade do vir e ver Viver o amém

Entre Rumos e Rumores

Uma síndrome de nostalgiar as coisas Dizendo que são boas Em listas saudosistas de livros, filmes Fotos cheias de pessoas Uma síndrome de sonhador solitário Otário, querendo tudo na mão Programação de um projeto autoritário E tem pressa, por sua oração Preces preciosas a si mesmo Dizendo que faz parte de um plano maior E injeta no peito um veneno De acreditar que poderá ser muito melhor Mas há escadas e há quedas E o pior cego é o que se veda

Rasto

Marca de batom Num beijo-trago Um cigarro abandonado Pisado, amassado Indo pelo ralo Perdido aos centavos Destino findável Que encontra o resto do maço Mas todos, apagados...

O Homem dos Pés Secos

Mais um, dos jogados ao silencio Sujeito sem pronome É mais um, julgado sem engenho Substantivo coliforme Deixa morrer Faz parte do ciclo Deixa sofrer Faz parte do circo Aos olhares Números ou armas Tetos solares Sem lar, sem almas Uma fotografia cinza Que esconde o aroma das dores Apaga o som, a brisa Torna-se desconsolo sem cores O homem dos pés secos Cabisbaixo, com os cotovelos sobre os joelhos O homem sem fé no beco Sem berço, soberbo, é só barba, sem espelhos Tem consciência de sua situação Mas já sem forças, sem ter ação... Ou, reação!

Teimosos

Não temos tudo que queremos Nesse exato momento São os termos ao que teremos Cada um à seu tempo O esperar e o se operar São nossas forças ou fraquezas O espreitar, o despertar São todas penúrias ou riquezas Reféns de nossas escolhas Ficamos nos perguntando De onde tiramos essa força Ficamos nos perguntando As repostas não vem com o vento Não estão nos embaralhar dessas cartas As respostas chegam com o tempo Mas elas nos dão o abrir de novas aspas Novo ciclo de questões, perguntas Vamos deixando nossa essência ou vamos nos limpando de impurezas? Livres na paz ou presos em fúrias Vamos deixando nossa essência ou vamos nos limpando de impurezas? Lótus também podem nascer em terras inférteis Assim coma água vira vinho e vinho, vinagre Mesmo assim abrilhantam alguns olhares infiéis Dividir o mar e andar sobre o lago, milagres Se não você não acredita em nada Ao menos que acredite em ti Se não dormir com contos de fada Ao menos acorde para sorrir Não que i

Ceras e Barros

Em uma colisão de prece e pressa De quem ultrapassa e quem atravessa De quem omite e quem confessa Quem faz o passe ou quem arremessa Eu sou refém na fúria e sou livre na paz Solitário na busca e otário por doar Sou refém no menos e sou livre no mais Solitário no medo e otário ao perdoar E em meus vários Universos paralelos Brutalmente e bruscamente singelos Em destroços que chegam a ser belos Na espera da sentença e do martelo Caminho, faço escolhas e me culpo do meu destino Sorrio e desenho em folhas, como um velho menino

Um Teatro da Luz, nos Olhos

Vamos botar nossas mãos na massa Os violões nas praças E limpar dos livros, suas poeiras e traças Vamos invadir de poesias suas casas Fazendo-os sentir asas Depois da caça, brindar a graça nas taças Um sonho se realizando é tão intenso É o feixe de incenso nesse Universo imenso Por extenso penso, suspenso ao denso Colidindo com bom senso, mas em consenso Tão confuso como as linhas O embaralhar das poesias Mas sincero em sabedorias Em teorias, em categorias E de várias ironias, uma prece Que nunca me tire essa inspiração que vem, cresce E como uma chama aparece Nessa tamanha escuridão de quem a alma, oferece Dividindo e multiplicando orações, acrescenta Inventa, representa Onde a gente só se arrepende quando não tenta Inventa, representa

Tarimbeiro

Cortesia das escolhas A felicidade à quem você entregou ou vendeu a sua alma Busca por sabedorias O corpo é sábio e te explica muito através de toda a asma Poderão vir fantasmas Mas o caminho optado e selecionado Trazem fúrias, calmas Quedas ou ascensão, planos ou lados Isolado ao selecionar Você é o grande culpado ou heróis de suas trilhas Reflexões em seu mar Amar ou  odiar, insular dos seus castelos ou ilhas Qual bandeira você levanta guerreiro? Quais sonhos você tira do travesseiro?

Quadros Saudosos

Nostalgia é uma saudade saudável Inevitável e inegável Rumores, amores ao que é mutável É versátil, é variável Um passado que parece tão presente Fotos da infância Embrulhados nas caixinhas da mente Álbuns, alianças Nossa mente prega uma peça na alma E percebe-se no brilho de uma lágrima

Camaleão

Estamos amadurecendo Não só de armadura, sendo De modo lento ao vento Vendo, vivendo, crescendo E estamos em partes, partindo Às vezes só, mas sorrindo Sentindo aroma de vinho tinto Degustar, extasiar labirintos Distintos ao velejar, deixar guiar Destinos ao vento, um desnortear Não sabemos muito sobre as consequências Mas temos uma consciência O que deixamos ou fazemos com frequência O que temos de convivência As escolhas e os caminhos são apenas nossos Em votos com a paz Independente dos conselhos, sei do que posso E do que sou capaz Distintos ao velejar, deixar guiar Destinos ao vento, um desnortear (...) Mas eu sei onde Eu quero chegar!

Angra

O Tempo virou A ampulheta e a bússola O Tempo deixou Algum adeus, algum olá Então veio a chuva, veio o vento Veio veloz e violento E em algum momento ficou lento Limpou o dia cinzento Antes sedento, agora remansoso Antes curioso e agora, cauteloso Cheiro bom de terra molhada Não quer mais nada Som de correnteza e enseada O suspiro da revoada Dá pra dormir muitas horas mais

Último Vagão

As pessoas, não só mudam Elas também se moldam Em seus sonhos se seguram E as folhas, elas podam Seus galhos, elas apresentam Suas raízes, elas fincam E tempestades que enfrentam São bonanças que ficam As cores se vão, mas sempre voltam E a saúde do nosso corpo, é Elemental As dores não são em vão, eles notam É também preciso que seja ela, mental Para que seu foco, força e fé vençam E que seus sonhos e crenças cresçam Das nuvens, fazemos imagens Dos horizontes, paisagens De qualquer destino, viagens E das histórias, bagagens A vida é só um rito de passagem Contos de fadas ou selvagens É onde adrenalinas são coragens E toda abordagem, mensagem No último Vagão entram e saem olhares vazios Raros, são os que te sugam e de repente, partiu

Lado B

Ato contento ao contente Ao vento que vem ao invento Em todo por cento, sente E de todo lamento, não mente Entre aquele que perde e o que achou Sacrifício é o sacro ofício Você só entrega aquilo que embrulhou Em raciocínios e vestígios Benefícios da dor Calos nas mãos por erguer os seus muros Só entende o valor Quando paga o preço de um sonho futuro Torna-se mais maduro Após a alguns apuros Torna-se mais maduro Após sentir-se seguro Suas quedas, poucos são os que veem É, mas quando se levanta, muitos vêm!

Embarque

Quase compreensível como a junção de escalas Quase pintura abstrata de um pôr do sol Quase feito de poesias bonitas pras horas vagas Quase um destino esclarecedor ou farol O silêncio mental ao jogar um anzol Vai de sétima menor à bemol Fala de álcool, formol e até girassol Canta em inglês ou espanhol Mas não sai do quase, não sai de praças ou bares E não para de falar que todos os lugares são lares Faz do amor, clichê Do vinho, gourmet Do bairro, sua turnê Das festas, matinê Os amigos se vão junto ao tempo Nossa vida passa e os caminhos seguem direções opostas Se encontra em dias de lamentos Inerte em acomodações, acredita que Deus trará respostas Acredite, que se ele tiver que te responder já será tarde Então tire seus sonhos do travesseiro e não seja covarde

Douros de Ipê

O nosso renascimento se faz diário E a ressurreição algo que vai além da queda O peito pulsa em sentido operário Em alguns instantes, horário, lados da moeda Os efeitos são destinos, nada concluído Os defeitos são meninos, de asas no umbigo Cada um com seu anjo interior perecível Casas como castelos, sentinelas sem sentido O norte muitas vezes aponta para uma escolha avessa De quem até atravessa, mas se dispersa em conversas Cabeças nas nuvens Os seus pés não tão firmes no chão Meninos ou homens Todos cheios em alguma indecisão E a grande lição de vida nem existe Todo o ponto respirado é uma Todos podem ser anjos ou demônios Mas a escolha só pode ser uma Resplandeça e cresça com essa semente da escolha E que toda folha, alguém colha e não apenas recolha

Bom Dia

Amor pra se armar A adoçar e não a amordaçar Amor pra não cessar Acrescentar e não se sentar Fazer-se morada De um outro lar Fazer-se camada Camas a deitar Deleitar de seu dividir ao multiplicar E acolher-se em colheitas, pluralizar Sambas de bom dia Cavacos de poesia e simpatia Deixa de lado teorias Encontra a sua nova filosofia De vida Que nós só vivemos de teimosos Olhares Bocejos em sorrisos preguiçosos

Baile no Centro-Oeste

Enquanto apaga Não se propaga Entre faces e máscaras Fatos e farsas Um silencio se arrasta Enquanto não há um basta Bipolaridade em casta Seu mundo, sua floresta devasta Suas cidades crescendo Suas cores perecendo Seus grafites se perdendo Suas Luas nascendo Quais sãos as estrelas Que sua população observa e venera?

(Inter)Ruptura

Ações paradas Frações preparadas É uma jornada À algumas jogadas A mente cria O corpo compõe Fazendo de poesias Nossas canções O olhar vigia Todas as audições Teremos várias teorias Sobre as visões Em futuros e passados Apáticos e interessados Impuros e abençoados Sabáticos e estressados O silencio da Lua não diz muito Mas nos faz sentir o que é intuito

Nono Passo

Em contato com a sua limpeza Refrescando os poros Respiração da alma em leveza A pureza de seu lótus Em meio ao infértil Chega e nasce Em meio à mascaras Mostra a face E sobre a verdade que liberta Nós esperamos portas abertas Mas e o contato Quem faz? O tempo-espaço Tem paz? Tem o passe para essa viagem Então vá, pegue suas bagagens

Dos Oito

As mãos vão do pescoço ao ombro Massageando à esquecer do assombro A cabeça se repete em inclinações laterais Os olhares vão dos alicerces aos escombros Se distrai, sem norte, leva um tombo Os invisíveis também são reais Estão lá os piores cegos Fingindo não ver Alimentando seus egos Sem nada a crescer Ou a acrescentar com suas opiniões Universos sem estrelas Vias de mão dupla sem constelações Do bolo, são a cereja E eu tô nem aí... Sempre roubo brigadeiros

Desalento

Solta o sinto Desprende Aprende  Não se reprende Não se arrepende À solta, sucinto De repente É ausente Não exatamente Não diretamente Sem cachos ou riachos Agora a floresta é pântano e lodo É um vazio cabisbaixo Silencio de quem sorriu o dia todo Pra fora...

Sonora

Saindo do foco Observando rostos e várias flor de lótus Nem me choco Não mais, em cada bloco do que reboco As frases, até troco Vejo paredes, que não mais soco, sufoco Meditação em votos Sem ter controle e remoto aos terremotos Na mente Me faço de poesia em semente, broto Me regam Mas só os que me carregam, devotos Então, o verbo se fez carne e habitou entre nós Mas eram só laços de cadarços e ficaram a sós E pode até parecer um pouco confuso Mas abra os seus olhos e veja Entre aquele que é intruso ou excluso Há cervejas, bandejas e igrejas Quem decide o seu rumo e quem é o juiz Ao que colhe ou se recolhe O que deixa o seu dia mais triste ou feliz É apenas você que escolhe Por hora boceja, mas, que assim seja...

Avôs

Não ganhe e nem perca Com antecipação Mas que a tua fé te erga Diante a opressão Virão derrotas e vitórias Apenas na hora certa Verão lendas e histórias De quem se expressa E aos que atravessam fases Deixarei bem poucas frases Algo, tal como Sua fé te salvou Colos e ombros Ou, quem falou? Deixo frases de perguntas e questões Para que tu possa escrever seus refões

(In)Convergência

O sonho vai além do que se imagina Não é só aquele desenho na sua mente Momento de meditação em morfina Que vem surgir num papel, de repente Pois tentar ser reflexivo É ser duas vezes flexível consigo Em lágrimas e sorrisos Lembrança é o estado de espírito Nossos destinos já podem até ter se cruzado E nós nem percebemos E nossas flechas já podem até ter se lançado Àquilo que nem vemos As preces do coração Sabem que o tempo não tem pressa Rogamos em fração Ficamos onde o silencio se expressa Se fosse tudo na mesma hora Que graça teria a nossa vontade e oração Tudo o que é interno, de fora Quando nossa fé é colocada em provação Poderá receber vários concelhos, até do céu Independente de qual, aceitará apenas o seu

Pra muitos

Pra muitos, dissonância Que causa ânsia e perde a importância Pra muitos, assonância A imperfeita exuberância em substância Pra muitos, levanta E na mente se repete em consonância Pra muitos, a planta Um presente de veneno ou fragrância Entre o que ouço e o que me atinge E pra muitos de fora, eu nem dou bola Entre o que é esforço e o que aflige Perdendo o seu minuto ou a sua hora Pra muitos, só poucos são...

Velas e Ventos

Seu impulso se faz fixo Força em sacrifício O pulso se faz presídio Ações em conflito Em reações e relações Sem refrões e orações O intuito se faz omisso A espera é um compromisso O minuto se faz infinito Assisto em rito meu espirito A consciência pesa antes do ato É imponente e bem clara de fato O diminuto é restrito A esfera é um distrito O tributo é submisso A prece, o imprevisto Em velas e ventos Sobem rezas daqueles que têm fé Em velas e ventos Carregadas por uma invisível maré O que te move ou te imove Se comove O que te prove ou promove É conforme

Sara

Os dias passam As horas voam E eu vomito desejos mal digeridos O dias traçam Sem horas soam E os sinos dissonantes mal dirigidos O dias farsam Senhoras façam Em seu fascínio desnarram o redigido Assim, nada foi dito E o olhar até parecia bonito Mas o que foi visto Foram sonhos sem o infinito Suas cabeças baixas em silencio diziam; Adeus...

Adonias

A mente voa E os pés se fixam no chão O ato é atoa Agir em meio a indecisão Quero ter algo concreto De meus cimentos, eu fiz minhas pontes e muros Meus portões inquietos Esperam receber, mas também continuar seguro Meu castelo está em construção E aqui dentro ainda é uma civilização de vozes Meu império está em construção Uma caça pela sobrevivência e animais ferozes E eu que queria apenas paz Me vejo em meio à tantas guerras sangrentas E eu que queria apenas paz Tenho das conquistas, uma parede de cabeças Confesso Senhor Fiz o caminho, mas eu não escolhi esse rumo Confesso Senhor Em resumo, há alguns dias que eu não durmo E como devolver-lhe aquele velho segundo? Como mudar o que eu fiz com esse mundo?

(A)Nulo

Olhar cárcere Penetrante ao me fazer prisioneiro Cela celebre Sua aura que me sugou por inteiro Casual a parte Me conquistou por trazer sua novidade Casal apático Me deixou com pouco e muita saudade Sou escravo dos olhares, sabe disso Você me deu muito em tão pouco E sou um filho dos mares, sabe disso Te ver ainda me parece um soco Minha bussola explode sem Norte... 

Meio Céu em Aquário

Uma comédia literária E até hilária Encontraria, contrária E arbitrária Em breve, abreviaria de sede involuntária Solitária Trágica, mas não és a minha proprietária Otária Aquário para o meu olhar Onde por hora, não tocar E ninguém vai me segurar Pode se assegurar, voltar Pra cá, que é o seu lugar Louca Se localizar e me alugar Louca Que me deixa mais ainda que você...

Menina (Epilogo)

Era fim de tarde E o azul do céu começava a fazer degradê com o roxo Luzes nas casas E lá no horizonte (de)terminava com um laranja sonso Era despedida Mas assim tão forte, quase sem norte, o sentimento crescia Virava poesia Essas de solidão, aperto no peito, coração que enfraquecia Eu disfarçava Mas o castanho claro de seu olhar escurecia pro vermelho E me segurava Na mão, calado ao calor de um sorriso, casa dos espelhos Onde não parei pra refletir Eu apenas deixei... você ir

Disse o Futurista e Anticulturista

Paciência perecível Do irracional e por hora irascível Um fruto acessível É invisível, mas não é invencível A força ainda está ocasional Só que mudando sua aura passional Quer destronar o tradicional Ele tem pelas ruas o amor fraternal E por isso quer salvar seus irmãos Mas como e a quem dar sua lição? Hoje fornece sua anticultura Como antes na ditadura Fornece pintura de brandura Mas bravura em figura Porventura mistura impressionismo Compostura, tritura em surrealismo Abram os olhos para a leitura Não é só quem escreve que faz poesia Abram os olhos para a pintura Não é só aquele que desenha que cria A sua mente interpreta E eles querem tirar seus desenhistas e poetas Colocando falsos profetas Deixando em sua inteligencia regras e dietas Indireta, essa anticultura é contra a farsa O que temos hoje, são piadas sem graça...

Intemperações

E se a chuva fosse vinho Ou o vento tivesse o seu perfume E se o barulho fosse samba Ou tivesse um controle de volume E se o chão fosse cheio de massagem Ou todos os abraços de verdade E se o horizonte não fosse só paisagem E sim passagem de alta velocidade Teletransporte pr'um paraíso Árvores de chocolate Lagos de canções, de sorrisos Grafites pela cidade Não seria preciso sonhar, criar, conquistar Que graça teria tudo isso? Não seria possível sonhar, criar, conquistar Que graça teria tudo isso? Quando der tudo errado Vai se frustrar e chorar ou tentar de novo e se levantar? Quando der tudo errado Vai socar paredes e gritar em travesseiro ou vai pintar? Quem disse que o quadro imita a realidade?

O Milagre da Multiplicação

A fuga não é fugaz E a saga não é sagaz O seu ato pode até ser audaz Mas sem armadura a sua capa será incapaz Diz que ficar é ineficaz Não pedi carta ou cartaz Apenas um sorriso vivaz Mas ainda sou apenas um imaturo rapaz Tentando ter paz Tentando ser mais Só que nas poesias O milagre da multiplicação é dos que dividem E não é só teoria O milagre da multiplicação é dos que dividem

O som de um antigo Oi

Escolhemos caminhos diferentes Nos separamos Mas aí, eles se cruzam de repente Nos encontramos É nostálgico mesmo em direções opostas Talvez outro dia Então falamos das mudanças, das apostas Evolução e teorias Queremos o bem maior que o próprio Mesmo que esse curto tempo pareça ópio Queremos o bem maior que o óbvio Mesmo que amanhã não amanheça sóbrio É sobre muita coisa É sob muitas outras Mas é esse sorriso Que eu espero reencontrar muitas outras vezes Nesse olhar e brilho Que parece uma taça que não mata minha sede Mas me embriaga de felicidade Me faz acreditar e ver a verdade Assim, me salva e dá liberdade Ciclos para uma futura realidade É sobre muita coisa É sob muitas outras

Frenesi Literária

Me controlo ao impulso Enquanto o pulso é bem mais forte Me defendo de insultos Enquanto meu fluxo está sem norte Mas ainda me encontro em palavras Em medos e em turbulências Mas eu ainda procuro as minhas asas Nos enredos de convivência Eu tento fazer das minhas rochas Pontes, mas também muros E tento me refazer para que possa Na liberdade me sentir seguro Não canto em uma gaiola E também não escrevo em papéis Não dobro a minha gola E também não engano alguns fiéis Mas os mostro pelo que luto O que planto e o que irei colher como fruto Para obter um melhor futuro Ao tempo que leva os minutos como tributo Agradeço pela inspiração diária Agradeço pela respiração diária

A Segunda Maria

Não tiraram toda a nossa inocência Mas a crença e a vontade chegam com uma certa frequência Não nos entregaram tanta sapiência Há vezes em que o que é importante nos causa a sonolência E aí, quando enxurra Dizem que se afogou Lágrimas que enxuga Mas sua fé te salvou A sua alma para sentir Seu espírito para repelir Seus olhos para refletir E um coração para sorrir Como você usa as suas armas nessa guerra fria? Não se impõe paz Como é o universo perfeito que a sua mente cria? Não se impõe, faz

E assim... (Nada)

E assim foram abreviados os dias Nos deram insônia noturna Os sonhos se tornaram mercadoria Os pesadelos, boca de urna Um terço dos querubins, não são mais anjos E nem um décimo dos homens foram santos Tantos imersos nessa inércia Enquanto o tempo corre Pessoas paradas nas esquinas Quando quer viver, morre E aí já é tarde Sem o seu precioso momento Vira passado Carregado como pó pelo vento Foi sonhar e nem acordou Não leu o script, não atuou E assim, fecharam-se as cortinas Sem ter aplausos e quase ninguém na platéia Não explodiu e nem fez faísca Não teve una vida simples, nem sua odisseia E assim condensado, reduzido Fez a sua súmula E assim encurtado e resumido Culpa em cúpulas Um infame Não é fato e nem fábula Um infeliz Se tornou apenas, Nada

Gamão

Pensamentos serenos Do que talvez, um dia, seremos Pensamentos terrenos Do que talvez, um dia, teremos O agora é nossa realidade Não o sonho ou a saudade Não que não possamos desejar Ou sentir falta Não que não possamos desenhar Ou fazer pauta Alguns dizem saber muito sobre o fim do mundo E nem sabem o que irá acontecer ao final desse dia Alguns dizem ter as teorias do começo disso tudo E nem sabem de onde surge a canção ou a poesia Eu mesmo, não sei...

Síntese de Frenesi ou Sinta-se Feliz

Reclusão temporária, disponha de toda diplomacia Venetas em filosofia É melhor o silencio do que dizer qualquer porcaria Em vereda de afasia A sua fúria gagueja só um terço da teoria que teria Quebradas em avaria Tenta soar como herói e pinta um quadro de ironia Em vão, sua energia Talvez até iria Mas em ira, pereceria Talvez até faria Mas em ira, sucumbiria Você não conseguirá enxergar quando for olhar direto para a luz Em cidades, países, mundos e universos de alternadas realidades Caminhar com o peso da inconsciência, achando que é uma cruz Antes enfrentar os seus demônios em Terra do que na eternidade Choramos por tão pouco E não olhamos para os outros No fundo de seus poços Fraquezas por trás dos rostos Sorrisos são máscaras Conflitos, farpas Traduzidos em aspas Cozidos em latas Tem o medo da morte ou o de viver?

De Um à Dez (Respiração)

Frenesi em simples faísca Enquanto chama Não clama minha explosão Frenesi ao que rabisca Enquanto canta Me acalma em sua canção Expulso meus demônios Sem exorcismo E sim exercício de decisão Expurgo em sinônimos Adeus abismo Um novo olá ressurreição Frenesi sempre Fênix Sorrisos, olhares Os dias chegam e se vão Frenesi sempre feliz Lembrar é atração Mas a saudade é traição Socos na parede Do esôfago Ou do coração Nós, na garganta...

Mistura Rica (Os Muleque é...)

A gíria dos meninos salva Lava a alma Punhos ao alto em palmas Trazem calma No rádio toca E na batida da música soca, nos invoca E quem gosta Pior que filho morto, é vê-lo nas drogas E eles sabem O que vejo é a poesia em tráfico de informação E eles invadem Uns fazem da realidade piadas e eles, a salação O meninos são muito mais homens Do que esses meros velhos sub-tradicionalistas No preconceito desses que somem Não assumem, não são nada, e não são realistas A narração deles é mais intrigante que Sheldon Entra forte na mente igual a Sun Tzu Misturam a Bahia, o samba, esse Brasil inteirão É Norte e não é só Zona Leste ou Sul Estou convicto a dizer que melhor Rap é o daqui Não é só toda a mistura da mais rica Eles sabem o que falar, sabem como fazer sentir Ouso dizer que os muleques são zika Eu ouvi Minha palavra vale um tiro e eu tenho muita munição Eu senti Escrevi, comecei a fazer de cada poesia, uma canção

Soul mais Samba, Por isso o Sorriso

Algumas muambas Quase sem ter espaço na caçamba Quase que não tampa No rádio um chiado e mais o samba Logo logo vai chegar Uma mudança ao som de saudosa maloca Joga as cascas pra lá Um cavaco, assovios e sorrisos ao que toca Originais do Brasil Com destino à São Paulo ou ao Rio No calor e no frio Dá um olhar gentil e recebe um hostil O civil e o covil Mas onde já se viu Devolveu, sorriu Nem tudo é desafio Só quer somar e ser mais Deixa ele com o seu som Não quer domar, quer paz Deixa ele com o seu dom

Mas o que tem depois do final feliz?

O agradecimento É a mais honesta das orações E a superação É a mais sincera das ambições Então prepare-se para receber um conselho Um tanto que sádico Cuidar da própria vida ou olhar pro espelho É muito mais prático Abra sua mente Não tranque ela igual a uma cela E não se sente Só observando como uma novela Não siga a quem não quer saber Não se importa se um dia tu for refém Pois o desejo forte não é o de ter É o de ceder e também ser de alguém Quem conhece a paz Quer apenas o amor e não a guerra Observa o Universo Mas só quer um cantinho na Terra Pra ver se um dia ele entende O que é... O viveram felizes para sempre Tem fé... Mas o que tem depois do final feliz? Dizem que tem muitas batalhas, guri

A Nona (Segundo e Quarto)

A poeira desenha os traços Do até então invisível Entra nos lares e barracos Doando o ar perecível Dias secos de Outono Dias frios virão no Inverno No Verão é um forno E na Primavera é um terno Estamos dentro de um ciclo Não somos um centro E estamos dentro desse rito De ventos e momentos Grãos do Universo Poeiras cósmicas O que é ser eterno Em várias óticas Mito Grego ou astral Ou em historias Nórdicas O personagem central E um lírico da devotchka Mesmo ao respeito A fúria cela mais um destino Gloopy, sem jeito Entre os homens e meninos

(A)Corda

Piano de dar corda Bailarina com o pé de imã Espelho de voltas Luzes e cores num prisma Os olhos dessa criança vidram Sempre nessa mesma beleza Enquanto os adultos brindam E deixam as conversas na mesa Bolhas nos dedos E o sangue que vai se escorrendo É dor e aprendendo Sofrendo, talvez me arrependendo Estudos que quero aprimorar Lápis para a poesia e pr'o desenhar Escreve notas que vou tocar Mas não sei seu eu vou  improvisar Sempre sai do contexto Mas continua no tempo Num mundo cheio de regras impostas Onde nem tudo tem sua resposta Num mundo cheio de mentes opostas Tem que ser em você, sua aposta

Camomila

Nem todo doce é goodvibe Nem todo Latim tem a tecla sap Nem toda fúria quer mate E nem todo bum segue de clack Penso, logo crio Mas há um simples Destino Com seu ato frio À dois passos de seu ensino Abstrato, cheio de detalhes para observar Nós, a tirar conclusões confusas no pensar Dores do vazio Que é tão saudosista O ódio é notório Pelos tradicionalistas E peço a quem estiver lendo isso Passe logo, pro próximo capítulo

Apenas uma Neblina

A Neblina cinzenta Quase escura De quem se isenta De sua culpa Neblina do perdoar Sem vento Que se foi por doar Seu tempo Neblina das lágrimas Na chuva que passa pelo rosto Se infiltra de lástimas Em sua alma, espírito e corpo Neblina de concreto Onde será feita a ponte ou o muro E nada por completo Será acolhedora ou fará-se escudo Neblina do ainda Sem saber o que fazer Como seguir a vida Qual caminho percorrer E depois da tempestade vem a bonança Mas isso é apenas uma neblina, criança

Nem nós, nem laços

Falta algo Um pedaço que eu recebi e mesmo assim, perdi Falta laço Como num cadarço desamarrado, torpecei e caí E então, pretérito perfeito Indicativo, porém é indagativo  O que eu poderia ter feito É sugestivo, porém compassivo E hoje nada em definitivo Indecisões em ações minuciosas ao objetivo Muito racional e sensitivo É dentre a intuição, o instrutivo e o instintivo  Temos saudades daquilo que pode voltar Aquilo que perdemos é falta Tememos a verdade no deixar, no libertar Pois não sabemos pela alma Se aquela era mesmo a outra metade Do que um dia já fez parte Voltar a ser quase algo, é fragilidade O olhar de Vênus pra Marte Longe, distante, platônico Longe, distante e irônico...

Estirão e Estiadas

A gíria não massacra nosso vocabulário Ao contrário, enriquece A licença poética dentre urbano e diário A quem é nosso alicerce Não é de classe, de estudo ou de operário É de quem não se esquece Não é uma farsa, é o escudo, é o santuário É a fé ao dia que fortalece E é sempre essa prece sem pressa Pois as coisas mudam Curvas, ruas, viadutos e travessas Que vêm e se cruzam

Faz parte...

Há uma saudade impar Do mesmo modo que há uma em par Embora em faltas de ar Ambas valorosas, diamante ou âmbar Por qual sangrar? Por que se sugar? Saiba que o verdadeiro tesouro Está no Presente, dado pelo mesmo Em baixo de um banco de couro No canto ou ao lado, não é segredo O pior cego é aquele que não quer ver Assim como o pior mudo é o que não fala E o pior surdo é o que não ouve, ao ter Não crê ao saber lá no fundo de sua alma Que o tempo, os caminhos e as escolhas separam Faz parte do ciclo Como mãos que bagunçam e arrumam, espalham Faz parte do circo

Das duas às duas

Das duas às duas Sarau para o Sol e para a Lua Na arte das ruas Não à venda e nem semi-nua Histórias na poesia que se perpetua Em alguma canção que flutua Na esperança de que mais se inclua E que o termino não se conclua Não é só minha e nem é apenas sua É toda nossa e é mútua  Vamos tumultuar ou ficar de estatua Ao que no peito se tatua Na ênfase do que se acentua Há a fé que triunfa E na mistura do que se junta Somas de culturas Dividem ao multiplicar e por ventura Farturas de criaturas cheias de ternura Na procura da moldura, pela pintura Loucura e bravura, torturas e canduras Das duas às duas Na arte das ruas

Confusões ou Conclusões... (Entre Platônicos, Sócrates, Filosofias, Teorias e Práticas de Horácio)

Dons da arte pagã Vãs filosofias num divã E as teorias cristãs Entre serpentes e maçãs Algum talismã Feito de arruda, trevo ou romã Os deuses e titãs Histórias de ontem ou amanhã Pintura, poesia sã Blusa de tricô em lã Castanho de avelã No olhar dessa vilã Bruxaria, eu estou tantã Fiz até o seu café da manhã Minha armadura, seu imã Na princesa vestida de aldeã Bagunçando todas as profecias xamãs Preciso apenas decidir Futuro incerto, de continuar nesse clã Acho que vou sair daqui Nada de exatas ou humanas Qual é a música que nos tocará? As certezas parecem insanas Qual verdade que nos libertará? Só sei, que nada...

Primeiro Andar

No começo tudo é tão belo Ficamos maravilhados E independente do castelo No meio é complicado E por que teve que ser assim? Bem rápido, chegou seu fim Trágico sim, mas o que enfim? Sorriso que faz falta pra mim De poucas curvas Quase que reto E Sincero, na sua Apenas honesto Fortes, são as palavras A saudade não me leva, mas eu levo ela Fortes, são essas asas A oração não é vela, mas eu ascendo ela Lembrar de você não me faz sofrer Pois tu me ensinou a crescer A querer ser aquele que vai vencer Garra que vem ser, fortalecer Sonhos que você me ajuda a ter acordado Acordo comigo profetizado e concretizado No primeiro andar Bem aqui na Terra Escadas, alcançar O ciclo se encerra?

(In)Versão

Alguns pregam palavras de aceitação Outros, imposição E alguns usam a cruz como a religião Outros, inquisição Mas Deus é muito, mas muito mais do que isso Ele é a paz, Ele é a humildade em compromisso Alguns interpretam Paulo, Corintios, Pedro Decoram versículos e parábolas E eu interpreto Sun Tzu, Quintana e Coelho Observo entre liberdade e gaiolas Eu sei qual é a minha escola E o que somo em mim, valorizar Sei o que é doação ou esmola E onde se paga pra economizar Tradução ao pé da letra não faz sentido Não é só o que sou Então me explica o que estou sentindo? Não é só um som...

Veras, Feras, Meras e Quimeras

Mais do que inspiração Lição de vida Mais do que respiração Ação e saída Passos e trechos Em acontecimentos e segredos E traços e erros O racionamento cheio de receio E na última bolacha do pacote Sem o recheio No eterno jogo de azar e sorte Mais um texto Vai lendo Entre a vírgula e o personagem Vai vendo Entre as vísceras e as paisagens É muito mais do que só a imaginação Narrativa, poesia ou canção Muito mais do que cicatriz, mutilação O tato, olfato, fato ou ficção Está além das leituras Está aí, bem, nas ruas

Teatros e Cortinas

Entre pródigos e prodígios Haverá desapegos e vícios E entre os restos e resíduos Ao fim, ao meio, ao início Entre códigos e esconderijos Haverá encobertos e vestígios Entre os liceus e os hospícios Loucos e sábios sem sentido... Se sentindo? Autoridades laicas Maioridade babaca Aos deuses e vacas Uma busca opaca Sua fé é fraca? Sua lagoa é rasa? Sua chama é brasa? Sua medalha é de lata? Vão perguntar E não importa a sua resposta Vão interpretar Uma visão imposta, preconceituosa Não importa o quão conhecem de ti Será mero personagem coadjuvante Se você mesmo em si, não se refletir Será deprecionante, mero figurante

(De)Linear em meio à Insônia

Esperava a vinda do sono Que já estava atrasado há horas Que passa por aqui e se vai, sem demora Morpheu deixou poucas poeiras Já passava da meia noite a essa abobora Sem ter receio, apenas me olhou e foi embora As noites em brancos ganharam linhas E as linhas ganharam frases cheias de rimas As rimas refletiam o que eu queria e assim sentia Às vezes o branco ganhava personagens Anônimos em meus desenhos, poesias e viagens Pontes que nenhum de meus sonhos me dariam de passagem A realidade de criar, inventar em ventar Sentir o sopro de uma narrativa a soar, sussurrar Em mil vozes que chegam com mil histórias a me ditar, meditar Quando o sono chega, já sonhei bastante Dividi o que espero multiplicar aos plebes e elegantes Frases distantes, que desejo que sejam penetrantes e interessantes E por que não, até chocantes? Consoantes, constantes e ofegantes! A todo instante vibrante e radiante e não, irritante...

Sem Latin ou Latir e sim, Destrategias sem Poses

Solitário cão de rua Está sem sono e sem forças Para uivar pra Lua Solitário cão de rua Num prato de lixos e moscas E já passou das duas Na companhia de frio e medo Em contagens regressivas ao relento E contagens agressivas onde corta o vento Passos de um vira-lata sujo Que nem sabe qual é o seu vulgo Ou ao menos, o que veio fazer no mundo Já nem clama mais por carinho E também não sabe o porque deste caminho Onde todos os olhares de pena o deixam mais sozinho Indigente aos maus tratos Não sabe o que é fazer alguns trapos Sem cadarços ou chinelo na boca, apenas ratos Às vezes aparece outro louco Emprestando o seu sorriso solto A quem possa dividir o seu tão pouco Só se sente livre quando não está só Não deixa os seus laços se tornarem nó E sim nós, outrora entre altruístas e atroz Mas o por hora é o que importa Não quer saber do antes ou após Mesmo que o momento seja veloz Ele é tão rico...

O Olhar de Lata, não Dilata

Eu não reconheço mais em ti A pessoa que eu conhecia Cheia de suas vãs filosofias E encapuzada nas teorias Talvez não enxerguei Do que os seus olhos realmente se enchiam Talvez nem apreciei Pois eles nada pareciam e apenas pereciam Em um vazio que nada preenchia E nem ao menos desejava ficar, ou, estar cheio Fez de seus afazeres mera afasia E na hora de correr, pisava fundo, mas no freio Suas poesias eram sobre as tristezas e nada mais Agora se chama Saudade, deixou de ser a Nostalgia E seu recolhimento é uma eterna busca pela paz Agora reclama com a verdade - Cadê minha Utopia? Trocou seu personagem que sorria, por um de pura melancolia Seus movimentos são inércia e não mais energia Trocou o personagem cheio de empatia por um cheio de apatia Seu olhar agora tem muita indiferença e agonia Foi diamante, foi ouro, foi prata e agora é só lata Só espero que essa corda, não seja sua gravata

Magno

Basta um simples oi Para a nossa conversa durar horas Basta reviver o passado Sonhar com o futuro, fazê-los agora Basta um vago bu... Para levarmos um susto E o que parece barato Poderá ter um alto custo Penso, logo existo E os pensamentos que divido Creio que multiplico Não é só no reflexo que reflito É só começar Explodir homenagens com o brilho É só inventar Esculpir personagens com sorrisos Tento, logo resisto Vejo, logo registro

Acordei com essa música na cabeça

Estava pensando em te levar Para algum lugar perto do mar Pode chover e pode até nevar Eu vou passar aí pra te buscar E agora sorrir, é meu ato eleito Olhar em seus olhos causa esse efeito Pode tentar me deixar sem jeito Mas depois me acolha em seu peito Hoje vou lutar e ninguém vai me deter Paz, amor, carinho e você Numa liberdade que quero me prender Paz , amor, carinho e você Acordei com essa música na cabeça Te fazer do bolo minha cereja Te trazer pra roda e foda-se a cerveja E ter pra mim toda essa beleza Mulher-aranha me prenda em sua teia Ou me leve pro fundo mar, seria Luz que candeia minha cela ou cadeia És pela janela minha Lua cheia Hoje vou fazer todas as rimas clichés São sobre paz, amor, carinho e você Hoje todas as verdades vão nos dizer Que é só a paz, amor, carinho e você

Um tolo sem um ouro de tolo

A gente cresce Mas não esquece Que prevalece Aquilo que aquece Em momentos, sorrir Talvez em brigas, discutir Em espelhos, refletir Ou em explosões, destruir Somos bombas-relógio Esperando que alguém venha desarmar Somos almas nos olhos Esperando em lágrimas, vir a derramar Sabe sobre lobo em pele de cordeiro? Sou cordeiro em pele de lobo Posso ter cara de mal e ser sorrateiro, Mas por baixo da pele sou tolo Nada de ouro, somente tolo mesmo...

Casa dos Ventos

Paisagismo O turismo da mente na pausa Fascinismo  O ilusionismo da mante rasa Seus sonhos são muito grandes Para ficar em sua casa Sua liberdade é tão interessante Então abra as suas asas Seus sonhos são maiores Que sua cama, realidades e farsas Faz de sétimas ou menores Na brasa, mora, vai lá, vai, arrasa Para esculpir Retiramos o que é desnecessário E para iludir Fazemos preces em um santuário Não sabe a força de suas orações Pede e nem sabe o que está recebendo Pois só alguns, fazem aquisições Outras pessoas só aprendem perdendo Isso, quando aprendem Pois normalmente se arrependem E aqui, não permanecem A mente longe e nem se ofendem Foda-se o que vão dizer Precisam de Tempo Mova-se se queres viver Olha aí, o Tempo...

Cantando

Quando quero machucar o coração Ouço um som do sertão E quando quero me exagerar feliz Ouço um samba de raiz Independente da emoção O que me soma, é a canção Em ritmos, frases, fração O milagre da multiplicação Não é só a bossa, ouça É toda a nossa força Roupas largas ou curtas O que tu veste, custa Independente de seu axé ou sua fé De chapéu ou boné Sendo você, da nobreza ou da ralé Malandro ou mané Sobre aquilo que acontece aqui dentro ou lá fora Cliché, que cantando eu mando a tristeza embora

Atenciosamente, Coerência

Minha prioridade Num curto período tempo-dia Onde bate saudade D'eu me revigorar em poesias E independente De Sol, chuva, garoa fina Eu não abro mão De todas as minhas rimas Foi uma identidade Que aos poucos foi criada E de ser tão cidade Como uma filha, adotada Sorrir  Sinto falta de só rir Sem ti Sinto falta de sentir

Horácio (parte 3)

Apesar de toda a evolução Em sonhos, em aprendizados O Agora sem apresentação É o maior presente lhe dado O que vai ter, transforma o agora Em ansiedade ou angústia O que já teve, transforma o agora Em saudades ou loucuras

Horácio (parte 2)

Explosões, terremotos Gritos no silêncio, palavras jogadas ao vento Exclusões, territórios Seus complexos terços, metades e por centos Onde o tudo e o nada Se tornam o mesmo horizonte Caminho, caminhada Ao que aparece ou se esconde   Passam estrelas cadentes E alguns desejos não são realizados Dos que olharam para frente Não perceberam o que tinham do lado

Horácio (parte 1)

Aos caminhos, você para Ou separa os grãos Ao que se retrata e repara Prepara para oração A evolução de dois mundos O corpo e a alma Na restauração do ser único Liberdade, jaula No cliché de Sem sacrifício, sem glória O que não doeu antes, dói agora No cliché de O milagre vem ao que ora O que era interno, põe pra fora

Prefácio de Coexistência (Rascunho)

As nuvens nos provam Que vemos Apenas aquilo que nós Queremos A criança foge da realidade Criando um outra ou rabiscando E os jovem pintam a cidade De cinza, degradê, degradando E é no ópio do ser pensante Em sapiência, loucura e ceticismo Colisões diárias e ofegantes Entre as curiosidades e o cinismo Que está a obra de arte surrealista Vinda de um poeta já desapaixonado Em cores vivas que nos dão pistas Que nós deixamos e somos deixados Tudo tem fim e um círculo não tem sentido Apesar das suas voltas, nada volta Tudo há de vir em vinculo à mais um ciclo Reciclo de notas, valor que se nota Do preço ou da canção E o valor de quem não tem Do receio ou da reação E o sabor do que não vem

Plutônio

O que é fácil na vida de um homem? Às vezes nem o seu respirar é E estão nas lembranças que somem O preço de pensar, pulsar, ter fé O expediente do pedinte Nas entranhas do suor, vapor e Sol Invisível ao seu convite Sem cadarços, sem nós, morrer só Pode me esperar, que eu quero estar na chuva E pode testemunhar e assim desabafar pra Lua Olha, não vou mentir Que muito eu senti, por muito passei Que o tanto que sorri Foram minhas lágrimas que mascarei E não é de se esperar Quando algo te acertar pelas costas Nem tudo passa pelo olhar Que sem perguntar, fica sem resposta Então começa a sangrar... O nosso sentimento é como o plutônio que ocorre Assim que se desestabiliza, estremece e explode

Metáfora do Poço (A parábola do moço)

Existia um poço bem fundo Escondido num pântano, imundo Dois jovens curiosos caíram lá Um na metade e o outro no final O que caiu na metade tinha como subir E por horas tentou esticar a mão para puxar o amigo Porém a distância era alta, não iria conseguir Então ele subiu o poço e por horas deixou-o em perigo A falta de ar, a escuridão que chegava, ele perdeu a fé O tempo se passou dentro da solidão E quando não tinha mais forças, sentiu algo em seu pé Ecoou um grito de "-MEU IRMÃO" Ele trazia uma corda Que teve que buscar bem longe E isso nos dá a resposta Os meios, os fins e a sua fonte É preciso sair do poço para salvar quem está no fundo Não adianta falar de Deus, se não fala com Ele Não adianta falar de paz, se sente ódio Não adianta falar de liberdade estando preso Do que adianta falar de seguir em frente Se você mesmo Está parado no Tempo?

A Lei da Paz

Mostre compaixão ao mundo E então ganhe estigmas Ou mostre seu ódio, repúdio E assim, instigue mais É bem mais fácil criar conflito Despedaçar a fé dos convictos A Lei da Paz Foi escrita por um mero Barrabás Simples rapaz Que por hora, há tempos, aqui jaz E é bem mais fácil falar Do que se calar, escutar A Lei da Paz consiste no simples respeito Pois todos seremos jugados em nosso leito Em um resumo das várias frases de efeito Ter consciência de que nós temos defeitos Mas em verdade vos digo, a todo firmamento A Lei da Paz vai além do nosso conhecimento

Estátuas de Sal (parte 2)

Nós ansiamos pelo passado Por saudosismo puro Somos anciães amargurados Com medo do futuro Nossa ânsia está no óbito E nas passagens da questão Decesso em desejo óbvio De continuar aos que estão A Luz vem e o que farei?

Capítulo 27, Últimas Páginas

Com o passar dos anos os ateus ficam mais crentes Assim como os crentes vão ficando mais ateus Numa insensata busca pelas verdades de sua mente Acreditando no inicio em Ciência ou em Deus Mas vos digo; Entre tantas Ceras e tantos Serás Há um ciclo e um reciclo Uma Primavera, um Verão e naquilo que Verás Haverão vários versículos Capítulos narrados em livros para dormir Para botar medo ou fazer a criança sorrir

Do Cético ao Insético (Em questão de alguns segundos de dor)

A dor que eu sinto no peito, é muscular No impulso de pensar e no ato de desatar A dor que sinto no peito é de massacrar Nas máscaras a enfeitar e depois desabar Me encontro em uma vala, o vento se cala E o Silencio fala que o Tempo nunca falha Eu observo a Lua, que não precisa ser muito Ou mais do que já é, para nos surpreender É apenas um horizonte inalcançável ao surto Que está dentro de um sonho a se render Mas horizontes não são nada além de lugares Vagos, longes, a espera de milagres sem lares Andar, caminhar, respirar e de algum modo, chegar Assim então, entender Que dentro de horizontes há tantos outros horizontes Caminhos a percorrer Nós somos insetos na floresta desse Planeta Universo Em busca de um rumo que não sabemos se é regresso Mas nós, nós seguimos O que, eu ainda nem sei E chamamos de instinto O passado que eu trilhei A dor que eu sinto no peito de meu pé, foi de algo que chutei De tão bruta força, não percebi que eu mesmo me machuquei

31, 13 (Óticas)

O mundo pode até mudar alguns conceitos Mas continua cheio de preconceitos Dizemos a ele que nós não somos perfeitos Queremos que aceitem nosso defeito Ficamos insatisfeitos Quando não sai do nosso jeito Os caminhos são estreitos E tudo parece estar, ser suspeito Eles usam frases de efeito Para tirarem proveito De repente, mais um eleito E a nossa fé em leito Luto na crença ao sujeito Pretérito ao acaso desfeito

Um Olhar saudoso, fechado e de braços cruzados, quase sorrindo (...)

O platônico ser E as lágrimas do próximo Não adianta dizer Ou fingir e parecer obvio Bem, ótimo, não estamos O peito bombeia e nas veias corre diferente Em ódio, então, choramos Vemos aquilo que não está em nossa frente Ganhamos um presente entregue pelo passado Em meio a bagunça de uma organização Até podemos chegar a um horizonte observado E vemos que lá, há mais que uma fração Nós somos nossa viagem ou nossa paisagem? Nós somos uma imagem ou uma mensagem? Talvez antes eu diria Escritos certos em linhas tortas Talvez hoje eu fugiria Sem rumos, mapas ou até rotas Mas tive empatia com o meu eu do futuro E preferi ficar e aqui tomar um novo rumo

Não é Insônia nem Insânia

Às vezes vejo sua face em outras Não sei se isso é solidão ou se é saudade E não dói no peito, nem na alma Me acuso, mas não me jugo de insanidade Meu sentimento é razão Mas você anda muito presente em minhas visões Não te sinto no coração Eu ainda não te incluí em uma de minhas canções E até tenho dito muito sobre desatinos Talvez você seja apenas uma repetida alucinação Se o tempo te colocará em meu destino Não sei, hoje é apenas uma estranha recordação

Esteiras

Somos seres em busca do infinito O ponto de ignição, de disparo e explosão Somos a busca insensata no ciclo Queremos voltar a ser livres na imensidão Somos o nosso deus preso a um corpo Alma, espírito, carne, mente e sentidos Que não fazem muito, diante ao sopro Do vento, do tempo e qualquer resíduo O que existe é que queríamos estar aqui Mas nós nos prendemos e temos medo de sair Os arcanos tentam nos devolver o refletir Mas os arcanjos da verdade nos fazem repelir Se o que é confuso, é sensato O que é mentira pode ser fato Saiba que não é confusão É apenas loucura E loucura é pensamento Espasmos sem fúria

Quarto Escuro (Título Cliché)

A confiança na escuridão Aparece quando há lembrança e esperança A blindagem em exatidão A tornar-se ineficaz próximo à temperança Sei aonde piso mesmo cego Onde os outros sentidos fazem mais sentido Sei o que digo mesmo quieto Onde os outros sentidos fazem mais sentido Sem lanterna ou vela Na minha luz que é eterna Me guio por cavernas Em minha fé que é interna E os outros somam muito mais do que os explicados Explosão de questões que estão cheios de estilhaços

E se o tempo parasse?

Impeço qualquer olhar profano Volto a fazer meus planos Peço perdão por ser tão humano E de continuar sangrando Alguns dos pensamentos não merecem ser divididos Devem ser alinhados, meditados para não soarem como uma loucura E quando falar consigo, não tente ser compreendido Pois externamente existem outras mentes tentando ter a sua aventura Tentando se encontrar internamente em outro espaço Cada um tem seu momento, seu ciclo e escolhas O Tempo é rei e não respeitá-lo, será pune de fracasso Na Primavera floresce e no Outono, adeus folhas Eu tento me suprir no linear Que em meus pensamentos não existem Para de algum modo superar Meros fatores do que conquiste, consiste E uma coisa eu aprendi, amarrar o cadarço e não me esqueci Me esqueci de quando foi, mas de certo modo sei que cresci É... E se o tempo parasse?

Às Dez, Soares

Perto da morte O homem trabalha para dizer que viveu até o fim É tanta batalha Para um dia ele não ter foças e não conseguir sair Um semblante trágico do comediante Contemplando o horizonte A plenitude de sua liberdade tediante Completando um Origami O pássaro não voa O sapo apenas parece que pula Um barco sem proa No seu amassado que se anula Mais um livro que não saiu do rascunho Em mais uma semana, em vão ao punho Apesar de um dia cheio, sente o vazio Algo sobre o bem e o mal Ele se questiona estar doente ou sadio Algo entre o inicio e o final

Polimania

O inconsciente sabe bem o que quer Sabe de tudo o que irá acontecer E o consciente se encarrega do peso Porém sabe que vai se arrepender Deixamos no piloto automático Em vasta polimania  Numa luta contra o pragmático Escrituras e afasias Estamos presos a todo o horizonte de outros E os outros livres de nosso tédio Somos cárceres de nossos próprios monstros O caminho é linear, mas não reto Nós queremos estar onde muitos querem fugir E muitos querem estar bem aqui Queremos saber como todos fazem para sorrir E nós nem paramos para refletir Ou observar nosso reflexo...

Retidão

Algumas canções nos dizem mais Do que suas poesias e harmonias E nos trazem compreensão e paz Ao que se supõe, teoria, rebeldia Assim como a luz apenas aponta Ao que devemos enxergar Assim como o silencio nos conta Ao que poderemos escutar Não olhamos direto para a fonte no céu Sabemos que vamos nos cegar E não olhamos direto para a fonte de fel Sabemos a quem devemos orar Fonte de fé Em seu foco e força Fonte de fé Não olhe e não ouça Pois saiba que o seu Deus Não é o mesmo que o meu

Irredutíveis, Perecíveis e Anjos

Heróis de guerra São seres sobreviventes Os de quadrinhos São deuses inexistentes E os de telas Podem até estar bem na nossa frente Mas sambemos Que eles são mitos criados pela mente Histórias que não aconteceram Mas nos ensinam Meros fios que não se teceram Mas nos fascinam Heróis do lar São seres que as histórias não contam Mas sabemos Onde estão, o que fazem e aprontam Não são novelas Séries, leituras, não são imaginação São orações, velas Celebres criaturas de nossa canção Anjos da guarda para quem merece Mente que não diminui, mas morre E independente do tipo de sua prece História que em sua inércia, ocorre