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Mostrando postagens de julho, 2017

Um momento e já vamos...

Fecham-se os ciclos e temos a escrita Estreita e infinita, sem origem ou final Armam-se os guerreiros sem batalhas Munidos de navalha ao nada, o abissal Nossa guerra dá lugar ao drama Somos os seres de batalhas mental E na deprimente busca por fama Nos tornamos menos que o espiral Somos meros escravos do que nos foi dado O tradicional, casual e sentimental Dobramos nossos braços e ficamos calados Ao sensual, escultural e comercial Somos mentiras comprando mentiras...

Eu Ilha

A cada impar ou par, a sua sorte Entre a curva e o linear, um norte Muitos seguem E bem poucos que são seguidos Muitos se erguem E menos ainda, são os erguidos Você pode nadar contra a maré Na direção da terra à vista ou do fundo mar Você pode buscar o que quiser Mas não saberá ao certo o que vai encontrar Temos sonhos e planos Mas gastamos muita energia com o que gostamos, pensamos Pensamos que gostamos Nem tudo é o que parece, nem quando sorrimos ou choramos Pois sou a vida de mil homens Onde cada um tem o seu pensamento diferente Sinto confusão quando um some E me enlouqueço quando vem outro de repente Ainda não sei se todas essas poesias que escrevi são minhas...

(U)Tópicos

Roubaram a inocência de Adão E foi lhe oferecida a escravidão A poesia do nascer e pôr do sol foi perdida por muitos Que dormem e acordam no mesmo horário de bilhões As belezas da natureza se tornaram tédio em conjunto E as músicas de hoje, usam aqueles mesmos refrões Fingimos não ver o fogo e os colchões sob as pontes Ou o homem que anda descalço no frio O tempo que sobra para observar o imenso horizonte É o tempo que se transforma em vazio Canso de dizer que estamos aqui só de passagem Mas nos cobram pedágios para fazer esta viagem Um aglomerado de fúria em frustrações Apenas assisto o tamanho da queda livre O escuro dos olhares e suas extensões Onde lamento no fundo da alma sublime Nos vendem uma felicidade que não existe Sugam nossa fé, que é a única coisa que nos faz seguir Nos dão direções onde só máquinas resistem Pagamos um preço muito alto pela mentira que é existir Roubaram a inocência do cidadão Mas ele trabalha e pode comprar outra outro dia Mesm

Cognição Abadia

Ver graça na desgraça É a utilidade mais egocêntrica A atenção se disfarça E toda visão parece excêntrica Não acredito mais em tempo perdido Observo tudo como crescimento pessoal Por mais que quase nada faça sentido Observo a todos como um destino casual O que amamos e odiamos nas pessoas são as suas atitudes O que esquecemos dentro delas, são os sentimentos O que queremos ou desprezamos fazem parte das virtudes E o que esquecemos nelas é um imenso firmamento Nós somos universos de diversos versos desunidos E somos guerrilheiros de apenas palavras, munidos Às vezes digo somos Mas sei que poderia ser apenas eu Às vezes perco o sono Sem pesadelos, apenas meu museu

Planar

Por que tens medo de ser você De explodir ou ser livre? Por que tens medo de aparecer De destruir e reconstruir? Creio que somos gotas d'água Que chovemos em lagoas e córregos estreitos Algum dia chegaremos ao mar Depois de tanto trovejar em ondas, satisfeitos Não perca tempo sendo uma imagem Estamos aqui só de passagem Não perca tempo sendo a mensagem Estamos aqui só de paisagem E é o quadro que tem que nos imitar Não podemos nos abalar ou nos intimidar Somos o sangue e não tinta a retratar Estamos sempre a renascer e a ressuscitar Somos deuses de nós mesmo Com poderes restritos a apenas uma órbita Somos a ordem e o seu peso Com um comando em serenidade e cólera Somos a inconstância dos acontecimentos No voo livre de um pássaro Menores do que a vastidão do firmamento O pouso livre de um pássaro

Vozes

Não venha me dizer que foi em vão Não venha me dizer que perdeu seu tempo Não venha me dizer que tudo acabou Que foram tudo, suas loucuras de momento Não venha me dizer que perdeu sua fé Que ninguém dá valor ao que nós fazemos Não venha me dizer que seguirá a maré Que não tem mais forças pra usar os remos Não venha me dizer que está tudo uma bosta Que nada se movimenta e que não recebe mais proposta Se onde você vai, você encosta, você se esgota Que não sabe mais a resposta, que seu Deus não mostra Não cansa de culpar o Universo por seus passos Por seus lapsos e seus colapsos? Não cansa de culpar o Universo por seus traços Por seus cadarços desamarrados? Falsas histórias retas em linhas tortas Se não abre sua mente, como quer que se abram portas? E se a cada missão dada, você aborta Não se preocupa e acha mesmo que alguém se importa? Anotei cada voz em minha mente E me desprendi dessas correntes...

Palingenesis

Estamos tão distantes de nós E os olhares distantes nos fazem lembrar Do brilho, das cores em trovas De um sorriso tão religioso a se parabolar Nosso Universo gira em torno de saudades Daquilo que ainda não tivemos Nossos castelos desmoronam nas vontades Em tudo aquilo que queremos Somos a história do que não aconteceu, mas sobreviveu Fantasiamos momentos de paz E guerreamos onde o destino nos deixou e nos esqueceu Fantasiamos momentos demais Toda distancia é mental Nem todo encontro é acidental Toda crença é elemental Nem toda história é descomunal Mas são todas por si só, especiais E as nossas por si só são espaciais Será que toda poesia que nasce tem o seu próprio signo? E que o karma é de fato purgatório em vida, retorno? Será que todo acerto e tropeço tem haver com o destino? Porém, ainda peço que adeus nos traga algo de novo!

Graças e Garças

Remendos na pele Meus planos à luz de velas Chinelos e meias A porta da geladeira aberta Minutos automáticos Nada passa em minha mente Recobro a consciência E me pergunto inteiramente Flutuo ao futuramente Ao som de várias vertentes Que mudam de repente Que passam aleatoriamente E que só de atravessar portas Eu já me esqueço de novo o que iria fazer E tento buscar nas memórias Tão recentes, tão latentes desse anoitecer Eram planos e poesias que eu não anotei E eu imagino que elas voam para outro escrever Foram partes de um dom que não segurei E eu imagino que elas voam para outro acontecer Não eram minhas...

Anacronismo Sonoro (E se...)

Para uns de nós A música tem que vir com um sentimento Mas para outros Ela precisa ser apenas um hit do momento Enfim, independente daquilo que você espera dela Que assim seja, que ela te traga Pois somos muito viciados na brisa que vem bela Que nos embarca, nos embriaga Fico triste pelo artista que vendeu sua alma e dom Que faz qualquer coisa por dinheiro, qualquer som Mas assim, bom mesmo é cantar pra Lua Improvisando na cultura que se cultua Com só os verdadeiros, originais nas ruas Sem precisar ver se já passou das duas Quero conhecer um novo Seixas ou um novo Cazuza Que nos mostre as loucuras que vêm da música Que nos diz mentiras sinceras ou tem medo da chuva Que nos deixa perplexos e com a mente confusa Já estou cansado de tanta música igual e repetitiva Que toca em todas as rádio chicletes de minha vila É pedir demais Um novo samba de Cartola? É pedir demais Um novo Adoniran Barbosa? E se isso, e se aquilo... Só nós podemos mudar tudo isso!