Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2021

Dissimulação enraizada

O que o medo de ser você te impediu de fazer De amar, sonhar, falar ou expressar sentimentos? Quem escreveu o que é certo, te impediu de ser Ao regrar, sedimentar e minimizar os sofrimentos   Não consigo acreditar na crença que discrimina e afeta Não consigo acreditar num Deus da bondade tão maldoso  Não consigo acreditar numa única verdade que liberta Não consigo acreditar nesse Cristo armado até o pescoço Falam que é paganismo tudo aquilo que não é cristão Como se fossem os únicos certos, são prepotentes em imposição Crucificam em nome do crucificado, ainda há inquisição Fanatizados que idolatram homens do povo, que falam pela nação Quantas baixas nós tivemos com a Palavra de Deus sendo usada como arma? Quantas pessoas você matou ao destilar seu preconceito sem sentir o karma? Nós estamos aqui para mostrar que não há só um tipo de amor Que não há padrão e que não deve haver distinção de cor Esse presente que escancara o ódio à plebe, vou sempre me opor Cristo andava entre a ralé e nã

De voltas

O presente Acontece  Enquanto planejamos o futuro Ou estamos presos no passado O que está no local certo É a solidão do pensamento em luto Onde eu conjugo de um jeito forçado Eu quero o pretérito agora Mas é apenas a toxidade em vulto Então eu fujo num Delorean tunado Como se eu pudesse voltar com as respostas Como se um dia eu pudesse ganhar as apostas Nem um tênis que amarra sozinho Nem um Skate voador Nem velhos amigos vindo pelos trilhos Nem se quer um amor De voltas...

Naquela praça vazia que vinha o parquinho

É triste ver o tanto de coisa que nos ligam E de repente, só uma nos desconecta Os laços desamarrados que não conflitam O adeus com gosto de ânsia no nectar  A abelha operária trouxe o aroma de flores mortas Na vela que eu ascendo, mas queria ascender com você Nós não pudemos ver quando se fecharam as portas E eu não pude me despedir, pude apenas me arrepender Quase um irmão mais novo e distante Que morava na distancia de um mero horizonte Nos víamos pouco, mas era constante E sempre parecia que tínhamos nos visto ontem Sinto falta das conversas longas que eu queria ter Papo pro ar, falar de músicas, de filmes, de nostalgias e HQs Sinto falta daquelas piadas que me faziam enfurecer Então, leva um pedaço da minha alma para não me esquecer Pois são as águas de março me dando um soco no rim  Já é quase dezembro e essa tristeza parece não ter fim

Centuriões

Não quero que a verdade me liberte A realidade é inconstante E as pessoas são inconsequentes, Inocentes e até ignorantes Não quero furar a bolha E me intoxicar de outras Muitos parecem estar em outra realidade  Numa eterna batalha entre Escorpião e Órion  E mesmo vivendo na mesma que você No mesmo plano espiritual, material, corpóreo São arrogantes e se colocam a prova Em instantes, vão de Estrelas à Supernova Uma longa explosão para a inexistência Por deixarem sua fragilidade ser resistência Bom, se eu tenho pena?  Não, cada um escolhe o seu caminho Alguns escolhem morrer por sonhos  E outros, por reis mesquinhos

Aquele meu amigo

Com você em meus braços eu esqueço do tempo Às vezes, eu esqueço até de mim mesmo Com você em meus braços eu revivo nostalgias Faço planos pro futuro e componho a vida Tenho ciúmes de te emprestar, mas não sou mesquinho E ai de se você voltar com algum risquinho São os meus dedos que sempre te tocam por horas a fio É com você que surgem poesias e arrepios  Meu grande amigo, desde que eu comecei a tocar Que está comigo pra lá e pra cá Poucos vão entender a amizade do não desapegar Troco suas cordas sem pestanejar  Aquele meu amigo dos bons maus momentos Que no silêncio, tem os melhores argumentos

Cliché

Eu decidi me libertar e abrir as asas Respirar um novo lar, mas fora de casa Voar e sentir a brisa, sentir as brasas Mergulhar fundo e não em águas rasas Se até o ferro se curva ao fogo Quem sou eu para não me derreter de novo? Renascer entre um ciclo e outro A gente até se permite se reiludir aos poucos Mas quando somos ferro, tem que temperar E fazer dessa temperança, o verbo esperar Já pensei em voltar atrás, e, não é só superar Hoje não mais, é só para frente o caminhar Fantasmas são fantasmas e estão apenas mortos Passado é passado, independente dos corpos As lágrimas correm, secam e demarcam o rosto Mas as águas lavam, limpa e acorda de novo Eu tento não viver de nostalgias Cemitérios mentais Vivo como se fosse o ultimo dia Cliché, mas em paz

Meu maior abrigo

Procuro alguém que me desconstrua Mas que não me destrua Que multiplique e junto se reconstrua Parece uma eterna procura De alguém que bagunce o travesseiro E dê uma brasa leve do seu fogo Depois me ajude a arrumar o tabuleiro Em uma brisa leve do meu jogo Em polos, quero o imã Opostos, às vezes por baixo e outras por cima Em poros, minha rima Mentes, corpos, que me ensina em minha sina O que antes era apenas cisma A procura é pura, mente e cura A aura feminina em gasolina Meu combustível para loucura Nada, nem ninguém Pode acabar com os lugares pra onde fui e onde vou Nada, nem ninguém Pode desmoronar quem eu fui e quem agora eu sou Deixe ser e deixe estar Deixe ir, deixe voltar Somos gotas viajando Pelas ondas do mar Nós fazemos nossas histórias  Contamos detalhes a quem está disposto a ouvir Nós escrevemos nossas poesias  E recitamos veementes a quem se dispõe a sentir As canções tem algoritmos fora do digital Elas tocam muito mais do que notas Os refrãos são súplicas e preces ao as

Caça Palavras

Somos seres complexos demais E nossas historias são apenas fractais A areia na praia, uma gota do mar A estrela que brilha, o cometa que cai Somos a página de um capítulo Ou só uma linha do epílogo do livro A vírgula que não está no título Apenas um ponto do que está escrito Ou o que ainda não foi dito Exclusivamente um dos pontos da reticências  Apenas um lado do conflito Que insiste em pular as páginas em resistência Somos a palavra em seu momento hibrido Significamos bem mais do se tem visto Somos a caça horizontal, vertical sem sentido Onde muitos erram e não tem desistido Uma hora a gente acerta e completa o jogo Nós só procuramos a nossa rima Uma palavra que faça sentido, uma que combina E às vezes só olhamos pra cima Quando na verdade pode estar na próxima esquina Uma hora a gente acerta e completa o jogo

Desperta

Observa a Lua Observa o Sol Conta histórias lindas De quem não somos E nós somos mais Quando se olha Quando se enxerga Conta histórias lindas De quem somos E nós encontramos paz Quem olha para fora sonha Quem olha para dentro desperta Costura cicatrizes, remonta Cresce e mantém a mente aberta Não que seja ruim sonhar Péssimo é não se conhecer Deixar o externo multiplicar Sem frutos para amadurecer Não que seja ruim sonhar Cada um escolhe a sua direção Mas poucos vão triunfar E são muitos os que cairão Colocar os pés no chão E encarar da realidade Planejar cada decisão Onde não há facilidade A vida real é isso Longe dos contos de fada Se não tiver um compromisso  Consigo mesmo, não terá nada Quem olha para fora sonha

Vai além do terceiro dia

São marés e controlamos apenas o remo Às vezes a vela, mas nem sempre de fato o vento A nossa força, é o que de verdade temos Poucas são as armas, mas são muitos os ferimentos Estamos de pé de novo, recriando forças Conseguimos um gás de onde não parecia existir Vamos nos renovando em hora ou outra E percebemos que somos mais que um mero fim Somos recomeços de recomeços Somos árvores que resistem a cada estação E damos frutos em renascimentos Raízes fortes na sintaxe de toda a respiração Quando posso observo o nascer do Sol Todo dia é sempre monótono, mas cheio de mudanças Uma nova chance ou um novo farol É mais que luz no fim do túnel e é mais que esperança É ressurgir, reviver e muitas vezes vai além do terceiro dia

Ondas

Socos na parede não mudam acontecimentos Apenas causarão fraturas na mão e no pulso E controlar a raiva causando mais ferimentos É algo irracional advinda de nossos impulsos Sim, nos ferimos porque nós mesmos já nos machucamos Estamos sempre socializando de uma forma teatral E para sermos aceitos, é nos sorrisos que nos disfarçamos É dizendo que está tudo bem, quando vai tudo mal Me disseram que tudo que bate, uma hora volta Não creio que seja exatamente dessa forma, acredito no movimento É como os rios fazem seus caminhos, os moldam Ou como os mares desenharam montanhas tão lindas com o tempo A vida é essa água e os erros e tentativas, são as ondas Nos moldam, criam rachaduras e deixam a parte mais forte aparente Criam uma paisagem bela, de que não mais a escondam A força da natureza é o que nós temos, setenta por cento água presente Onde vamos, também podemos moldar

Solo

Com poucos eu me encontro E por muitos eu passo Observo as peças que monto Pra ver onde me encaixo Eu imponho os meus prazos Acredito mais na lei atração do que na do acaso Não debato contra discurso raso Quando o percebo, deixo falando sozinho e vazo Sou mais do que mero reflexo Sou um mergulho fundo na alma Sou uma fúria aos perplexos Sou a calma perante aos traumas As batalhas deixaram cicatrizes Muitas e a maioria delas, ninguém vê Não são superficiais, são raízes  Que me fortalecem e me fazem crescer E de armadura, eu sei que aquilo que não me mata me deixa mais forte Mas não deixo de agradecer todo dia à Deus, o tamanho da minha sorte

Impulsivos

As composições mudaram As formas de criação E meus demônios lutaram Entre si, em vão Fui a um santuário Complexo, sem chão Me deram escapulários  Pediram oração E ponho a me deitar Tentar meditação Penso em me editar Fração por fração Sou passado presente De um futuro ausente Sou sonhos frequentes E desejos permanentes Sou a liga que me desliga Sou a libra que desequilibra Sou as novas frases antigas A criança que ainda se fascina Sou quem olha pra longe Perdendo os medos  E observo o horizonte Recriando enredos Sou apaixonado pela assimetria Que irrita os obsessivos compulsivos  Sou apaixonado pelas fantasias Dos impulsivos que fazem o impossível 

Afrodite

Ela é linda e eu sei que sou cego Me apaixonei por um sorriso triste Sei que ela vive em outro universo Na realidade da deusa Afrodite E nascidos sob a mesma constelação Os dois em Libra, mas ela simplesmente me desequilibra Pensei ser Fênix e sou cacos ao chão Pois eu ainda me perco no olhar da ninfa que me paralisa  Passaram-se quase um ano Caminhei, mudei, viajei, estudei e eu sei que cresci Refiz a vida e fiz novos planos Caminhei, mudei, viajei, estudei e ainda não esqueci Mas hoje, ainda em cacos Por doer, eu não consegui te perdoar Me sinto um bosta, fraco Tentei renascer e não consigo ressoar  Ainda parece que tem uma mão Apertando forte o meu coração A respiração está sem expressão É um olhar vazio em escuridão Se recuperar é tão inconstante A tristeza custa caro, algumas noites de sono O sorriso, antes tão abundante Hoje é algo raro, vide a solidão e o abandono Saudades de quando a vida era linda antes de te conhecer (...) Cê é louco!

Meu Deus!

A vida imita arte ou a arte a imita? Então pergunto, quem veio primeiro, a arte ou a vida? Religiosamente falando, a arte veio primeiro Deus viu um quadro escuro e pintou ele em sete dias Cientificamente falando, a vida veio primeiro E em teorias da evolução, chegamos ao que somos hoje Bom, mas a minha religião é a arte em toda sua concepção Meus Deus é esse pintor renascentista com toques abstratos Meu Deus é esse escritor dramático de histórias e reviravoltas Meu Deus é esse cantor que chora em cada timbre vocal delicioso Na minha concepção religiosa da vida, a vida imita a arte Na minha convicção de estudos e teorias, também... Meu Deus existe nela!

Jardins

Há pontos onde nós nos conectamos Mas há outros sem compatibilidade alguma Nós escolhemos pelo que nos afetamos Uma prova disso é como a gente se arruma Pra quem queremos ficar bonitos  Ou apresentáveis a seres de um ciclo social Nos primeiros passos no dizem isso Mas com o passar do tempo torna-se parcial É parte consciente e inteligente em opções Mas inconsciente em preferências e seleções naturais É um gosto musical, uma leitura de frações E as alternativas começam a se atrair, parecem astrais Mas esse Universo é criado por ti e naturalmente A partir do momento que aprende separar em enredos Daí, o que te faz bem ou te faz mal são sementes E dramaticamente cria raízes de seus desejos e medos  Por isso que muitas vezes dói demais arrancar algo que cultivou Pois podem sobrar pedaços das raízes que você mesmo cativou... Há jardins ornamentais, obviamente intuitivos Há jardins naturais extraordinariamente belos e irregulares Há jardins de inverno, pequenos e decorativos Há jardins ou ho

Morador do Tempo

Tem dias que a gente tem muito para desabafar E dias que a gente tem muito para refletir Tem dias que a gente tem todo motivo pra chorar E tem dias que a gente não para de sorrir Contraditoriamente, os nossos medos nos deixam mais fortes E num momento de maior confiança pode vir a queda Mas estranhamente, os erros são os nossos maiores professores E no momento de suma esperança, é que vem a perda Os rumos são a nossa culpa e fazem parte das nossas escolhas Os sonhos são como lupas, anseios e desejos, sumir pra Europa Às vezes eu quero sumir pro meio do mato e ficar bem longe da civilização Às vezes eu quero me reunir, dançar e bagunçar com todos os que eu puder encontrar Às vezes eu quero pegar a estrada e me imaginar em um clipe, numa canção Às vezes eu quero ficar sossegado e maratonando uma série com alguém pra eu amar E voltamos ao - Os rumos são a nossa culpa e fazem parte das nossas escolhas Ok, às vezes tem mais escolhas envolvidas, com várias outras pessoas Podemos decifrar iss

Ser Eu

Aceito que o agora é apenas o que passado apagou Que é um luto de algo vivo ou que um rosto angelical é o meu inferno Onde amasso cartas velhas com a sua letra de amor Um peito que se despedaça em cinzas do que eu queria que fosse eterno E mesmo depois de meses se passarem, volta o ceifeiro e sua foice Um fantasma na saudade de momentos lindos que deixaram de ser presentes São como um cavalo Tróia, pois o recebo, mas me faz mal a noite É a guerra interna entre o ódio e a confusão de quem precisa seguir em frente Me convoquei para a batalha e preciso recuperar minhas forças para mais Me sinto estrangeiro de lugares onde morei Não sou mais quem fui ou acreditei ser, sou guerreiro que só quer ter paz Não sou mais casa da alma em que eu abitei  Eu tive que ficar só, escolhi andar só, precisei estar só Observei e desbravei o desconhecido até entender que tudo tem um fim Para desamarrar esses nós e me libertar do que foi nós Ser eu é o que me faz levantar a cabeça e perceber que foi melhor a

Os Monstros e seus Chacras

Você planta sementes para que elas cresçam, floresçam e deem frutos Mas olha, em terra infértil nada irá crescer em absoluto Consequentemente nada prosperará ou se desenvolverá em atributos Você sabe que não precisa gastar as sementes com os brutos Mas não desperdice a terra infértil, pois é um pasto vasto para vultos Ela pode servir para outras coisas e em desapego, até para o luto Às vezes parece que os dias não têm mais vida É uma imensa falta da troca de energia Estamos nos distanciando enquanto o tempo se esfria  Os olhares vagueiam pelo ar sem fantasia Não há mais horizontes, é tudo distopia Nada faz com que nos sintamos vivos, não tem harmonia  Os nomes se tornaram números, não os da numerologia  Sem fé, pois os que deviam falar de amor pregam a teimosia E a palavra que a paz encontraria, agora é o ódio que a contraria Homens do deus da guerra catalisando o caos em afasia Distorcem com sabedoria aquilo que deveria ser a teologia E a esperança vai se acabando a cada nova notícia

Mas Hoje (Não Mais)

Quem você anda ouvindo  Seu coração ou sua cabeça? Suas emoções ou suas razões? Seu coração se ilude fácil A sua cabeça cria paranoias  E assim confunde a realidade em frações Nada é tão exato como a matemática Apesar de sermos cheios de somas, Subtrações, multiplicações e divisões  E é aí onde eu vejo o milagre da multiplicação Pois nós como seres, conseguimos dividir para poder multiplicar Portanto, se perceber que não há reciprocidade Não adianta seguir em frente ou arriscar, não adianta nem tentar Tem gente que não sabe dar e receber amor e aí se acomoda com a solidão Isso não está errado, cada um tem uma escolha sobre seu olhar Essa sobre se você vive ou sobrevive, depende exclusivamente do cidadão Eu demorei muito para aprender que não adianta querer ajudar Hoje, eu posso até dar a mão para o outro se levantar num ato singelo e honesto Mas hoje, se o outro não quiser e não fizer o seu esforço, eu sigo e não me afeto

Eu amo o céu estrelado como o de agora

Eu gosto de estar só, pensar na vida Caminhar e observar a vista Colocar uma música e pegar a pista Ver o horizonte dar bom dia Eu gosto de estar só e ler as notícias Sentir o vento trago pela brisa Ter a tarde se formando em arritmia  Devagar e um transito em fila Eu espero a escuridão chegar em uma bela fotografia Ter a cidade bem distante em harmonia  São as estrelas no céu, as luzes das casas em fantasia E a visão parcialmente nublada de alegria Respirar e esperar por ninguém com a vontade de nada Abraçar-me em meio aos furacões mentais  Deixar a minha chuva vir sentindo cada gota em queda São abalos sísmicos e terremotos corporais  Antiabalos sínicos, mas perante a abalos cósmicos Falante em silencio e o sorriso como um propósito  Não espero por mais ninguém chegar Mas se chegar, que seja bem vinda ao lar Não busco um outro eu do lado de lá E nem que a perfeição venha a me abalar Deixo vir, não preciso aceitar Deixo ir, pois também quero viajar Deixo sentir, sem ti, sem estar Deix

Abra os olhos

O quanto nós perdemos nesses dias sangrentos sem ar O quanto nós sofremos observando a insônia chegar Amigos partindo sem podermos dizer adeus Abraços vazios e um sonho que se perdeu Verdades manipuladas sem se responsabilizar Vaidades acumuladas e o medo a se acostumar Verdades crucificadas por quem só sabe julgar A onisciência inventada, que nos faz acomodar  Que mundo é esse que vocês acham que vivemos? Quem pode julgar está calado esperando tudo acabar Que mundo é esse que vocês acham que vivemos? O bom não é quem pensa igual, mas quem sabe amar Ame o próximo com a si mesmo Mas antes, aprenda o amor próprio Abra os os braços e sinta o vento A beleza está em tudo, abra os olhos

Tabuleiros

Os olhares e os gestos dizem mais do que as palavras E você não percebe o quanto mente para si mesmo  Os lugares e seus afetos ouvem enquanto você se cala Pinta apenas o que deseja mostrar, não o sentimento Nas performances de si do seu dia a dia O dramático em um bom dia automático Disse - Está tudo bem - enquanto sorria E a sua zona de conforto torna-se teatro Às vezes sem plateia, apenas o aplauso do vazio A empatia vinda do silencio, como mais uma lacuna Às vezes sem cortina, apenas os olhares mais frios Que se desviam da realidade das paredes e das runas Por mais que um novo personagem, maquiagem ou roupagem  Tudo isso já aconteceu, tudo isso é da história Por mais que uma nova paisagem, miragem, uma nova margem  Tudo se repete como se não houvesse memória As realidades diferentes são as mesmas - Como assim? Pois escolhas diferentes também levam ao mesmo fim!

Zilhões de Raridades

Temos zilhões de momentos diferentes em nossas vidas E a pergunta do agora é -  Você vai tentar de novo ou vai tentar algo novo? É sempre o novo, nunca se esqueça disso Pois até a repetição tem a sua singularidade  A sua escolha pode ser o desapego ou o vício De aparecer ou desaparecer em intensidade Vivemos dias raros que não voltarão mais Não deixe que as energias toxicas atrapalhem Sorria, chore, pule, descanse, busque a paz Erre, aprenda, erre sem aprender e assim, falhe Nem tudo é perfeito e não precisa ser Mas quando é perfeito... Ah, sorria, brilhe o seu estado Olhe, fotografe na mente o seu viver Guarde no álbum da sua alma e leve para o outro lado

O Amor acabou

Não deixe que os demais palpitem na sua vida Deixe apenas o seu coração palpitar Entre o que se significa e o que se ressignifica Muita coisa vem e pouca coisa vai ficar Aquilo que nos conecta é um néctar Que como abelha, tiramos um do outro E o que nos afeta é veneno que infecta Vinda de outros corpos, de outros rostos As suas paranoias criam estórias inexistentes Isso me entristece e é o que mais me abate Logo eu que amo te fazer sorrir intensamente Odeio guerras e não entro nesses embates Contudo, a distância foi se tornando mais real Os dias se passavam e o néctar foi perdendo todo o seu poder O muito foi se tornando pouco, então, habitual E não nos habitávamos mais enquanto parecíamos nos perder Foi quando percebi que nunca nos pertencemos Não éramos um do outro, nunca fomos O luto foi chegando, apertando e se fortalecendo Deixei o afeto, fui núcleo, cromossomo Só assim eu pude renascer, engatinhar e crescer de novo Abri minha gaiola, mas fui eu o pássaro que voou A recuperação ve

Observando Paranoias

As contradições abrem os olhos em memórias Não a do locutor e sim de quem está ouvindo suas mentiras Geralmente eles são bons contadores de estórias Acreditam na própria ficção e são seus melhores ilusionistas Criam paranoias em suas ansiedades destrutivas Falam para as paredes e acham que tem alguém os ouvindo  Estão sempre certos, odeiam criticas construtivas E o desabafo fica guardado à sete chaves, dentro do sorriso São energias gastas para fingir felicidade sem a ter Então se cobrem de teorias da conspiração sobre tudo Em sinergia com a destruição e do que deve-se ser Sem se conhecer e entender, tentam entender o mundo E é aí que se perdem, na busca de tudo que vem do externo Sem perceber que a primeira busca deve ser o que é interno (...) Permanecem perdidos

O Diálogo

Você sabe de tudo o que te machuca Sabe que muito de seu passado está no seu presente Que toda evolução depende de curas E podemos tentar tirar devagar, de forma consciente Bom, eu não sei fazer leitura labial Então não imagine que eu saiba ler a sua mente Por isso fale, se possível em voz alta Muitas vezes precisarei que desenhe nitidamente  Não é possível encontrar sabedoria sem ouvir Não adianta pedir, buscar ajuda sem dizer do que E não se encontra a paz, se os males não sentir Não dá para evoluir, se a mudança não acontecer Se queres um conto de fadas, então volte a dormir Pois o despertar é muito mais do que apenas sorrir

Respeite o Luto

Os passos não são mais tão calculados E isso não tira o meu fator metódico de agir Escrevo cartas para um eu do passado E quando percebo é pro eu do futuro sentir Mas eu entendo uma maior inteligência emocional daquele jovem Com o tempo vamos deixando partes de nós nos outros E muitas dessas pessoas nem mereciam mover o que nos comove Com o tempo muitos heróis vão se tornando os monstros Eu percebi que o ódio e a fúria são apenas sintomas da dor Que a dor é apenas um sintoma de algo que nos decepcionou Que a decepção vem de algo que demos dedicação e amor  Que esses pedaços são os que nos fazem falta e o tempo levou E aí como recuperar esses nossos cacos? A mente suplica por migalhas, mas você era uma obra de arte E aí como recuperar esses nossos cacos? Se ainda possuir o espírito de luta, você levanta e a alma sabe Mas também não é do dia pra noite e contudo... Se você ainda enxerga os vultos, respeite o luto! Aconselhe-se, aconchegue-se Deixe-se, invada-se Aconselhe-se, aconchegue-se

Realidades Paralelas

Somos irracionalmente tão pensantes Enquanto nós somos silenciosamente falantes Somos aproximadamente tão distantes E somos agora o futuro do que já fomos antes Analgésicos curam a dor e não a doença Dizer que a melhor defesa é o ataque, parece uma ofensa Queremos ser iguais com tanta diferença E a fuga da realidade não liberta a sua mente da presença Ou seja, em quantas realidades paralelas nós vivemos? Quais são as verdades que distorcemos? Quantas vezes nos sentimos derrotados ao vencermos? E qual o Universo que nós pertencemos? Algumas curas necessitam de uma cirurgia Com um corte tão profundo que demora para cicatrizar  De tanta exaustão, nos exaltamos em afasia Mas o olhar fala - Não confio em quem não sabe confiar

Adeus Romeu

Os seus laços não tiveram tempo de serem desamarrados Num luto ao sentimento que não morreu em ti e sim no outro Os laços foram cortados e por isso sente-se despedaçado Mas eram pontas que não se seguravam diante aos escombros Não preciso te dizer quantas coisas boas que você perdeu Pois você já se lembra disso tudo a sós e junto ao teu silêncio Ensaiou textos teatrais dramáticos, mas desistiu do enredo Apagou e amassou papéis, explodiu ao que gritava por dentro Com quem desafoga essas tristes mágoas Romeu? E por favor, não me venha com outra carta de adeus...

Carta a um Eu mais novo

Desapegue, pois o amor te fará sofrer E o ódio, não te deixará esquecer Falando assim parece fácil envelhecer É desligar um botão e amadurecer Ou chegar a pedir a Deus para um novo amor aparecer Sem perceber que esse primeiro amor deve ser por você Porém desapegue, por mais duro que seja Se for pedir algo a Deus, peça a ele forças Lute contra a ansiedade e tenha paciência  Ou aprenda a tê-la, cale-se e apenas ouça Pare de olhar para frente e olhar para trás Silencie e observe o presente que tens a sua volta Esse foi um conselho que me trouxe paz Mas demorou para eu entender, era muita revolta Não pedi nada a Deus, normalmente eu só o agradeço E como não era um momento de agradecer, eu fiquei com os meus demônios Compus canções tristes enquanto esperava o recomeço Me conheci melhor, ainda sofro, mas reorganizei minha gaveta de neurônios

Onde o Tempo não existe

Não há tanta diferença quando se fala em milhas ou quilômetros São apenas linguagens semelhantes para uma mesma distância ou velocidade Não há tanta diferença quando falamos de Fahrenheit ou Celsius São apenas cálculos ou fórmulas variadas, mas exatas em suma autenticidade São números, vírgulas, pontos e qualquer outra coisa que dizem a mesma coisa Mas quando falamos em: Vai fundo em seus sonhos E a pessoa não entende e vai ao fundo do poço Nós não sabemos o porque dela interpretar o oposto Se não observarmos seus rascunhos e esboços São números, vírgulas, pontos e qualquer outra coisa que dizem a mesma coisa Só que aí não estamos mais falando de exatas E esse é problema dessa gente chata Acharem que pra tudo tem uma fórmula mágica Mas não, não, cada um é uma obra rara E quando estes seres raros estão prestes a entrar em extinção, dizem: "Nossa, ontem ele parecia tão feliz"

Minha mais forte oração

A gratidão ativa é o que mais me faz sentido agora Não apenas receber, mas sempre devolver nesse ping pong energético A reciprocidade criativa onde o novo vem e se aflora Vai e volta, pinta, copia os horizontes e mostra no poético, no dialético As bênçãos que eu recebo, eu doo  E as ofensas que eu recebo, perdoo A gratidão ativa é o que mais me faz sentido agora O céu azul, laranja, cinza, estrelado ou escuro que sempre vem e se renova Poder respirar, sentir o seu cheiro e o da fauna flora Me envolver em um abraço verdadeiro toda manhã independente da aurora As bênçãos que eu recebo, eu doo  E as ofensas que eu recebo, perdoo Eu faço dessa gratidão a minha mais forte oração Fico muito feliz por quem veio, quem se foi e eu sei que muitos ainda virão Eu faço dessa gratidão a minha mais forte oração A recebo como aprendizado e a devolvo como conselhos da mais bela lição As bênçãos que eu recebo, eu doo  E as ofensas que eu recebo, perdoo