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Meu maior abrigo

Procuro alguém que me desconstrua
Mas que não me destrua
Que multiplique e junto se reconstrua
Parece uma eterna procura

De alguém que bagunce o travesseiro
E dê uma brasa leve do seu fogo
Depois me ajude a arrumar o tabuleiro
Em uma brisa leve do meu jogo

Em polos, quero o imã
Opostos, às vezes por baixo e outras por cima
Em poros, minha rima
Mentes, corpos, que me ensina em minha sina

O que antes era apenas cisma
A procura é pura, mente e cura
A aura feminina em gasolina
Meu combustível para loucura

Nada, nem ninguém
Pode acabar com os lugares pra onde fui e onde vou
Nada, nem ninguém
Pode desmoronar quem eu fui e quem agora eu sou

Deixe ser e deixe estar
Deixe ir, deixe voltar
Somos gotas viajando
Pelas ondas do mar

Nós fazemos nossas histórias 
Contamos detalhes a quem está disposto a ouvir
Nós escrevemos nossas poesias 
E recitamos veementes a quem se dispõe a sentir

As canções tem algoritmos fora do digital
Elas tocam muito mais do que notas
Os refrãos são súplicas e preces ao astral
Caminhos que se cruzam sem rotas

E hoje eu canto a busca
Não a de um outro ser, mas apenas a minha
Quem para, senta e escuta
Percebe o rito de passagem de quem caminha

Percebi que o meu oposto sou eu
E minha conexão precisa ser comigo
Que do destino, sou o meu deus
E meu abraço, é o meu maior abrigo

Não ando sozinho
Mas quando ando, estou bem acompanhado
Não ando sozinho
Mas quando ando, eu me sinto abençoado

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias