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Mostrando postagens de dezembro, 2020

Sutileza agressiva

É por doer que necessitamos aprender a perdoar, absolver E acima de tudo, a nós mesmos por todas as nossas imperfeições Mas às vezes nós perdoamos pelo simples medo de perder E assim nós sumimos em meio a seres vazios e as suas escuridões É por observar e nos calar, que nós aprendemos a absorver É preciso seguir em frente e tirar o passado apenas como nossa lição É por raciocinar, que o coração vai ficando de lado a temer Consumidos de pânico, fracassamos ao que deveria ser determinação No meio da noite, com passos na cabeça A criança se cobriu em algo mais escuro que os seus monstros Deu ao medo, uma fé de que desapareça E se confortou na segurança de lençóis, se perdeu em encontros Foi ensinada pela covardia e pelo pavor a se encolher E hoje quando lhe mostram a luz, ela não sabe como a acolher Foi ensinada pela fraqueza e pela fobia a não escolher E hoje quando lhe mostram a luz, ela só sabe como se esconder Assim a criança com medo da escuridão, virou um adulto com medo da luz...

Largo do Paço

Observando a superfície apenas vejo que é azul e calmo Mas ao mergulhar eu posso enxergar um outro universo É tudo tão inexplorado no brilho desses seus olhos rasos O silencio pode te dizer muito entre o foco e o disperso Mas eu não quero conversar com ele, eu só queria ouvir a sua voz Sair dessa escuridão e reascender a luz que um dia existiu entre nós Você me deu asas e voei como quem descobre a liberdade Mas do mesmo jeito que deu, tirou e eu cai como se o chão não fosse chegar Você me levou às estrelas e de lá eu esqueci de toda cidade Mas me deixou lá sozinho, em um vácuo, apenas esperando o meu ar acabar Persistir ou desistir, eis um dilema Pois qual dos dois seria o maior problema? Não há fórmula mágica ou sistema Na hora certa saberá até onde vale a pena  É tudo sobre se amar, antes de tentar amar o próximo como a si mesmo Porque se você não souber o seu valor, estará somente perdendo o tempo

Vasos e Vazios

A nossa idade só aumenta E o tempo nessa Terra vai diminuindo  Desde a criança marrenta Até um moleque bobo por aí sorrindo Somos infância em essência Determinados pelo que não temos e não tivemos como controlar Somos uma falsa resistência Pois se sobrevivemos a esse período, temos alguém a quem condecorar Muita gente se recusa a ser grato Porque para muitos, o aprendizado é repleto de injustiças E tem muita gente que ignora o fato Então, o assunto se torna ineficaz e isso me traz uma certa preguiça Uma grande vontade de virar as costas e sair andando Mas é difícil mudar o mundo por uma bolha que permanece se fechando É que ninguém é perfeito, mas ainda estamos tentando Porque viver é isso mesmo, vasos que se quebram e permanecem se aperfeiçoando E retirando todos os contos de fadas mentais, saímos de um ponto fixo Pois é também de vasos que se quebram e vão simplesmente parar no lixo

O que mudou?

Dificilmente alguém em sã consciência salta sem paraquedas  Agora, se o paraquedas vai abrir ou não é algo que eu não sei Nem sempre entro de mergulho, de primeira numa cachoeira Mas depois de saber onde não é raso eu pulo mais de uma vez É humanamente impossível não se machucar nas primeiras escaladas Mas seus calos e sua experiência vão te dando vigas importantes para seu próximo passo E não nascemos nos equilibrando nas próprias pernas, não é do nada Você só não se lembra como foi, mas você era uma criança destemida a cada aprendizado O que mudou?

Introspecto

Minhas lágrimas fertilizaram o vazio E eu que achei que estava plantando essa tristeza Colhi amadurecimento diante ao frio Frutos de insônia, ansiedade, soluços e incertezas Entrei nas minhas profundezas Me deixei levar pelas correntezas E pude conhecer minha beleza Fui eu e meu ser em toda a pureza Não foi fácil, minhas lágrimas não se secaram ainda Eu amo quem se foi, mas não com aquela mesma intensidade E reaprendi, pois nem tudo é para sempre nessa vida Nós sonhamos, abraçamos e os planos tem prazo de validade Mas eu não deixei as minhas convicções de lado Nutri elas de conhecimento e melhor que isso, autoconhecimento Vou onde tenho curiosidade ou me sinto conectado Aos poucos meus passos vão se firmando e vão se refortalecendo É, com o tempo eu vou me tornando alguém que eu desejo ser Parei nessa altura aqui, um e setenta, mas não deixei de crescer

Calos bem hidratados

Sou frio e calculista por fora Com o meu peito completamente destroçado Tento me remendar ao agora E estou sem energias para um sorriso forçado Hoje em dia eu costumo sair sozinho Os meus nãos estão cada vez mais frequentes Às vezes em desculpa, às vezes vazios Na utopia do presente, na distopia do ausente Entenda, eu faço o que quero e vou onde eu tenho vontade Pois cansei de ceder a quem não tem sede de reciprocidade Sou frio e calculista por fora Mas acredito que o tempo demora muito e aí ele passa rápido Fico confuso do silêncio à sonora Meus pensamentos deixaram de ser tóxicos e hoje são ácidos O despertar é algo que você faz depois de acordar Tem muito mais no horizonte que um belo por do Sol Você lava o rosto para se sentir disposto a embalar Ser seu maior presente, se sentir ponte e ser um Farol Entenda, eu faço o que quero e vou onde eu tenho vontade Pois cansei de ceder a quem não tem sede de reciprocidade

Esse é só um trecho retirado de um livro sem capa

Temos medo de mostrar o quão fracos somos, Ao mesmo tempo que temos receios De demonstrar o quão forte nós nos tornamos E do mesmo modo, nós temos anseios. Mas ainda assim reprimimos sentimentos, Comprimimos ressentimentos E eu sei que eu não falo por todos, Esse é um mero jornal barato do povo. Mas se eu escrevo aos poucos que estão me lendo, Se eu falo aos poucos que me ouvem e querem ouvir. Já me sinto satisfeito em dividir que eu estou bem E quero realmente saber como vocês se sentem (...) Esse é só um trecho retirado de um livro sem capa Que eu ainda não escrevi cem páginas, não, sem páginas É um personagem que está meio sei lá pra vida Mas que não perdeu a esperança de achar uma saída Esse é só um trecho retirado de um livro sem capa Sem o singelo final feliz dos contos de fada Sem começo também, mas apócrifo em minha mente Não canônico, ainda assim, é uma semente  

Eu não sei se pra você faz sentido

Eu não sei se pra você faz sentido Tudo o que eu estou sentindo por você Fluviais como as águas do rio Nilo Na tristeza de morrer e na fé de renascer Somos tipo Playmobil e Lego Quem não conhece, acha que tudo encaixa Percebi que era só jogo de ego Que apenas você jogava num sorriso de farsas Essa é a última fase do Castelo Sei que vou passar, mas não consegui Depois fica fácil começar do zero Antes preciso derrotar esse monstro do fim Dessa vez não estou ansioso Para a próxima fase desse jogo Vou parar e descansar um pouco Pois essa abstinência quase me deixou louco Eu não sei se pra você faz sentido...