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Mostrando postagens de junho, 2019

Semoto

Por fora alguns choram e outros sorriem E eu, só preciso de um momento aqui dentro Por fora alguns erguem e outros reprimem E eu preciso de mim neste instante ao vento Observar as estrelas como se estivesse num interior Ouvir o som das coisas que deixamos de apreciar Cantar com as almas que foram a um plano superior E dançar com os espíritos que vêm me aconselhar Por fora alguns demonstram força e outros demonstram fraqueza E eu, só preciso de um momento para lastrear todos os meus sentimentos Por fora alguns demonstram auxílio e outros demonstram frieza E eu, às vezes só quero estar de fora aclimatizando meus temperamentos É difícil estar sempre bem e como eu sou muito transparente Esses dias distantes foram porque não consegui estar presente

Aquela

Não sei o que você algum dia viu em mim Não sei se o que sentimos foi real Não sei o que tive na cabeça, deixar partir Não sei, mas sei que teve um final E hoje, em meio a fumaças leves Acompanhadas de um bom vinho Tão confusas na fusão de um jazz As velhas memórias que vão vindo Escolhas foram feitas e ainda estou escolhendo Deve ser a maldição de um libriano As lições foram dadas, eu continuo aprendendo E o peito continua desequilibrando Por mais que a cabeça adore voar Os pés ainda me seguram e me prendem ao chão Por mais que pareça doce relembrar Esse passado não deixa de ser uma mera invenção E ficar preso a esse pretérito, silencia Pois o silencio nem sempre é uma boa companhia E a convivência com a solidão, distancia Então me torno detento de devaneios e fantasias Às vezes ainda quero voar Às vezes ainda quero sangrar Às vezes ainda quero Às vezes, ainda quero...

Viciei

Algum som pra se aproximar Alguém só pra se apaixonar Não trago muito, só te trago bobagem Viajei... As modulações de sua voz O timbre da sua gargalhada O sorriso bobo e um olhar de paisagem Viciei... Viciei, viajei, viciei!

Um Olhar

Um olhar de quem te odeia Pode ser mais penetrante do que o olhar de quem te ama Um olhar a quem te rodeia Nas horas em que o frio toma conta e ninguém te chama Esfria mais ainda, mas... Amanheceu e esquece a Utopia A selva é de concreto e a cidade é cinza Só não deixe de agradecer, afinal, é mais um dia Quem somos nós nesse tutorial enigmático? Deixamos os rastros e pistas para que alguém invista Ou até aonde vai aquele seu olhar simpático? Sobre os afazeres, listas e um - Pegue a roupa se vista Conversas entre um devoto da Santa Paciência Com um devoto da Santa Ignorância Conversas entre seu surto cético e sua inocência Joelhos ralados, pés sujos, elegância Um olhar de quem te ama Pode te salvar se você souber deixar Um olhar ascende a chama Se você souber deixar queimar, ao ar Algumas linhas nos conectam Mas algumas agulhas nos infectam Algumas cicatrizes se fecham E algumas rachaduras se internam Alguns nós ligam todo o desespero e a desesperança E en

Último Vagão (parte 2)

Ninguém escolhe o mesmo caminho Nem sempre há abraços e sorrisos Você percebe não estar sozinho Ao domesticar seu próprio Narciso Somos os nossos próprios mitos Heróis no próprio quadrinho Às vezes paro, penso e reflito Que o preço do poder é perder o juízo Muito mais que um mero clichê de echarpes e pantufas A camisa mais velha que você deixa ela usar Muito mais que um presente bobo de bombons e trufas Um café na montanha sem histórias pra contar Chegamos tão longe e não foi por coincidência Pois nós rezamos tão forte, que foi por paciência Admiro aquele amigo que não tem medo de voar Que não tem medo de deixar a maré levar Amar é saber levar contigo o sentimento do libertar Do Universo tão interno, o labirinto do sonhar Somos cria de um criador que também cria a dor pra ensinar Do último vagão ela partiu sem se que me dar adeus Foi um olhar, um calafrio, a lacuna de um abraço seu Somos cria de um criador que também cria a dor pra ensinar