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O Amor acabou

Não deixe que os demais palpitem na sua vida
Deixe apenas o seu coração palpitar
Entre o que se significa e o que se ressignifica
Muita coisa vem e pouca coisa vai ficar

Aquilo que nos conecta é um néctar
Que como abelha, tiramos um do outro
E o que nos afeta é veneno que infecta
Vinda de outros corpos, de outros rostos

As suas paranoias criam estórias inexistentes
Isso me entristece e é o que mais me abate
Logo eu que amo te fazer sorrir intensamente
Odeio guerras e não entro nesses embates

Contudo, a distância foi se tornando mais real
Os dias se passavam e o néctar foi perdendo todo o seu poder
O muito foi se tornando pouco, então, habitual
E não nos habitávamos mais enquanto parecíamos nos perder

Foi quando percebi que nunca nos pertencemos
Não éramos um do outro, nunca fomos
O luto foi chegando, apertando e se fortalecendo
Deixei o afeto, fui núcleo, cromossomo

Só assim eu pude renascer, engatinhar e crescer de novo
Abri minha gaiola, mas fui eu o pássaro que voou
A recuperação veio, só que as forças voltaram aos poucos
Pois foi muito difícil perceber que o amor acabou

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias