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Tabuleiros

Os olhares e os gestos dizem mais do que as palavras
E você não percebe o quanto mente para si mesmo 
Os lugares e seus afetos ouvem enquanto você se cala
Pinta apenas o que deseja mostrar, não o sentimento

Nas performances de si do seu dia a dia
O dramático em um bom dia automático
Disse - Está tudo bem - enquanto sorria
E a sua zona de conforto torna-se teatro

Às vezes sem plateia, apenas o aplauso do vazio
A empatia vinda do silencio, como mais uma lacuna
Às vezes sem cortina, apenas os olhares mais frios
Que se desviam da realidade das paredes e das runas

Por mais que um novo personagem, maquiagem ou roupagem 
Tudo isso já aconteceu, tudo isso é da história
Por mais que uma nova paisagem, miragem, uma nova margem 
Tudo se repete como se não houvesse memória

As realidades diferentes são as mesmas - Como assim?
Pois escolhas diferentes também levam ao mesmo fim!

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias