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Ser Eu

Aceito que o agora é apenas o que passado apagou
Que é um luto de algo vivo ou que um rosto angelical é o meu inferno
Onde amasso cartas velhas com a sua letra de amor
Um peito que se despedaça em cinzas do que eu queria que fosse eterno

E mesmo depois de meses se passarem, volta o ceifeiro e sua foice
Um fantasma na saudade de momentos lindos que deixaram de ser presentes
São como um cavalo Tróia, pois o recebo, mas me faz mal a noite
É a guerra interna entre o ódio e a confusão de quem precisa seguir em frente

Me convoquei para a batalha e preciso recuperar minhas forças para mais
Me sinto estrangeiro de lugares onde morei
Não sou mais quem fui ou acreditei ser, sou guerreiro que só quer ter paz
Não sou mais casa da alma em que eu abitei 

Eu tive que ficar só, escolhi andar só, precisei estar só
Observei e desbravei o desconhecido até entender que tudo tem um fim
Para desamarrar esses nós e me libertar do que foi nós
Ser eu é o que me faz levantar a cabeça e perceber que foi melhor assim

Não que eu quisesse isso, pois muito ainda me corrói
Acreditei que estava renascendo como Fênix para mundo 
Mas era só uma evolução natural e é onde crescer dói
Acreditei que estava renascendo como Fênix e lá no fundo

(...)

Estava precisando acreditar em algo, mas agora, eu acredito só em mim
Ser eu é o que me faz levantar a cabeça e perceber que foi melhor assim

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias