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E assim... (Nada)

E assim foram abreviados os dias
Nos deram insônia noturna
Os sonhos se tornaram mercadoria
Os pesadelos, boca de urna

Um terço dos querubins, não são mais anjos
E nem um décimo dos homens foram santos

Tantos imersos nessa inércia
Enquanto o tempo corre
Pessoas paradas nas esquinas
Quando quer viver, morre

E aí já é tarde
Sem o seu precioso momento
Vira passado
Carregado como pó pelo vento

Foi sonhar e nem acordou
Não leu o script, não atuou

E assim, fecharam-se as cortinas
Sem ter aplausos e quase ninguém na platéia
Não explodiu e nem fez faísca
Não teve una vida simples, nem sua odisseia

E assim condensado, reduzido
Fez a sua súmula
E assim encurtado e resumido
Culpa em cúpulas

Um infame
Não é fato e nem fábula
Um infeliz
Se tornou apenas, Nada

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias