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Vira-Lata nos Dias Cinzas

Um cão não para de pedir carinho
O outro late sem parar, que nem louco
Às vezes eles revesam esse serviço
Pois em concreto, não se caçam ossos

Um deles, vira-lata vizinho
E o outro finge não ter dono
Mas arrumou um cantinho
Com seu olhar de abandono

A visita parece sorrir tinta
Avisa sem rimas, pisca
E à cima de qualquer sina
Ensina ao imã, o cinza

Se isenta de sua preguiça
Ao seu conceito de prisma
Não tinha clima ou crisma
Apenas filma ao que priva

De lata, me cataclisma
Delata, dilata e rabisca

Larga o carisma em esquinas
Deixa a chuva levar pras ruas e avenidas
O cão e a lágrima que catalisa
Sem remédio que cicatriza, deixa a brisa

Tomar conta
Às vezes paro pra meditar
Tomba ponta
E às vezes para me editar

Usamos as mesmas coisas para suportar e se importar
Vai de primeira à terceira pessoa
E usamos as mesmas coisas para enfeitar ou infernizar
Nossa segunda-feira, ao que soa

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