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Vira-Lata nos Dias Cinzas

Um cão não para de pedir carinho
O outro late sem parar, que nem louco
Às vezes eles revesam esse serviço
Pois em concreto, não se caçam ossos

Um deles, vira-lata vizinho
E o outro finge não ter dono
Mas arrumou um cantinho
Com seu olhar de abandono

A visita parece sorrir tinta
Avisa sem rimas, pisca
E à cima de qualquer sina
Ensina ao imã, o cinza

Se isenta de sua preguiça
Ao seu conceito de prisma
Não tinha clima ou crisma
Apenas filma ao que priva

De lata, me cataclisma
Delata, dilata e rabisca

Larga o carisma em esquinas
Deixa a chuva levar pras ruas e avenidas
O cão e a lágrima que catalisa
Sem remédio que cicatriza, deixa a brisa

Tomar conta
Às vezes paro pra meditar
Tomba ponta
E às vezes para me editar

Usamos as mesmas coisas para suportar e se importar
Vai de primeira à terceira pessoa
E usamos as mesmas coisas para enfeitar ou infernizar
Nossa segunda-feira, ao que soa

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias