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Corvos e Corujas

O som das garças e da lagoa
Dos galhos ao vento que ressoa
O som das vozes vem e ecoa
E do passo, que na grama entoa

Sou meus delírios e deixo minha nave seguir
Sem gravidade, apenas o vácuo e sua escuridão
Sou o meu colírio e me desequilibro ao sorrir
Refletido em sombras, concretos e a imensidão

Sou pequena parte de quem nem passou por aqui
Mas deixou suas palavras serem como rios
Fluviais que correm como se não tivessem o fim
Mas cortam as pedras de um coração febril

Sou um labrador com a cara pra fora da janela
Corro atrás de bolas e bicicletas
Destruo os seus chinelos, bebo água das vielas
E observo as suas saídas secretas

Sou todas as vidas por onde andei
Sou cada rabisco que desenhei
Sou todas as canções que eu cantei
E sou os devaneios que sonhei

Nessa noite, ao som de corvos e corujas
Onde o silencio limpa e desenferruja
No espaço vazio, a nossa alma mergulha
Onde podemos lavar toda roupa suja

Simples assim, com um olhar
Simples assim, com um sonar

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