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Teatro dos Contornados

A criança admirando a Lua
Indo para rua da Amargura, no jardim Loucura
Passou da noite, já às duas
Cada um é cada um rapaz comum, a vida é sua

Além de um cego alucinado
E sem direção com o que tem falado
Não ouve ninguém ao lado
Diz querer sair, sabe que está errado

Mas preso a um inferno
Único calor, no inverno

Antes jogava uma bola
Era o craque de sua escola
Hoje um medo o assola
E o crack faz a sua degola

Triste realidade de mais um menino invisível
Que um dia acreditou, que tudo era possível

Um teatro dos contornados
Tétrico e consternado
Céticos, mas confrontados
Cegos, conformados

O pior cego é aquele que não quer ver, sentir
Como o pior mudo é o que não quer falar, sorrir
Ou o pior surdo, é aquele que não quer ouvir
Iguais num mesmo medo, do que seja se redimir

Que o gigante acorde num eclipse
Trombetas e acordes de apocalipse

Que o Ciclo destrua esse Circo...

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias