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Remendos

Com o tempo a gente se esquece do que sabe
Com o tempo a gente nem vê o quanto cabe
Com o tempo a gente nem percebe que invade
Com o tempo a gente nem vê que já é tarde

Eu faço dos meus erros aprendizados
Quando os entendo
Mas pode ser que eu até erre de novo
E aí, eu me remendo

Só que às vezes vazo quebrado
Se remenda errado
E o que fica à mostra são cacos
Cicatrizes e pedaços

É preciso se cobrir de argila
Se repintar, colocar mais água e novas flores
Ao cintilar e dilatar pupilas
Não se esquecer dos amores, nem das dores

Se refazer, se remontar sem perder sua essência
Arriscar e se reinventar em veemência
Mesmo que pra isso tenha que se fazer ausência
E voltar mais forte em sua resistência

Entre as cinzas e o renascimento
Só você sabe qual foi o tamanho do sofrimento
Entre dias de luz e esquecimento
Só você sabe qual foi a cura de seus ferimentos

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias