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Escoteiro

De tanto ouvir
Fiquei surdo
De tanto falar
Me fiz mudo

Mas de tanto observar
Eu nunca imaginei que ficaria cego
E é sério, não enxergar
No quarto colorido, eu pisando em legos

É assim, tudo é ópio
Todos se drogando do que é óbvio
Um mundo insóbrio
No meio dos instrumentos, o solo

O que sobressai
São esses momentos solitários, de paz
Escuridão eficaz
Pois na multidão, todos são um a mais

Não que eu ame ficar só
Mas às vezes precisamos de espaço
Pra explodir, desatar nós
E refazer com o Universo, esse laço

Mas logo eu volto
Pra sorrir e chorar com vocês
E logo me revolto
Pra sorrir e chorar com vocês

Pode até parecer regressão
Mas o recomeço é a solução
Pode até parecer regressão
Mas é um recomeço

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias