Pular para o conteúdo principal

Quadro clínico, parto cíclico

Tem uma hora que a gente cansa de levantar bandeira branca
Tem momentos em que paramos para analisar atitudes fúteis
Tem dias em que as energias são sugadas e a mente se tranca
Tem noites que você sente que seu estomago levou um chute

Pesadelos intensos em uma escuridão passada em claro
Dos que tentam sonhar acordados durante toda a tarde
Já fracos, a anemia de quem costuma despertar cansado
De onde vem força ao doce amargo de quem não sabe

Quando a mente está frágil às vozes internas
Imagina então o quão fraca ela pode estar para as externas
Somos responsáveis e precisamos ser lanternas
A luz no fim do túnel ou o caminho que liberta da caverna

Só que somos tanto fonte de luz quanto de escuridão
Somos uma espécie de trilha sonora
Somos frutos de pensamentos em silencio ou canção
Somos o ontem, refletidos no agora

E de certa forma incertos, insetos parasitas de afeto
E de mera reforma, repletos de méritos e deméritos

Temos que nos preocupar com o que dizemos aos outros
Pois podemos empurrá-los direto ao fundo do poço
E temos que nos preocupar com o que somos aos outros
Pois é fácil ir de herói à monstro, de anjo à demônio

E eu vim pela arte, eu sei que vim
Mas não gosto de recriar destruições, amarguras ou paisagens tortas
Sei que faz parte toda forma, o fim
Mas o cinza não é algo que quero carregar no peito e nem nas costas

Vejo pessoas querendo viver no passado e outras no futuro
Algumas em contos de fadas e outras bem longe, no meio de floresta ou das flores
Vejo pessoas com seus sonhos e medos, corajosos, inseguros
Eu olho pro céu, agradeço à Deus por viver ao mesmo tempo que os meus amores

Familiares e amigos
Dos novos e antigos

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias