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Sublime

Eu tentei entender se ela era essa sina
Ou se era apenas uma assassina de sonhos
Mas com o tempo a vida nos ensina
A por fermento de reciprocidade no forno

Pra ser sincero, é que de casca em casca
Eu acabei me tornando impenetrável
Muitas vezes senti saudades de bater asas
Pois era raridade me sentir confortável

Mas bastou um olhar, um breve soar de voz
E eu  não enxergava mais nada
Quem poderia imaginar, eu ressignicar o nós
Ou que eu reveria anjos e fadas

Hoje quando o som externo nos atrapalha
Nós nos entendemos pela língua dos sinais
E é com pouca luz no quarto ou na sala
Que nos enxergamos com a leitura em braile

A língua no corpo fala em nosso silêncio
É o respirar ofegante do sereno
O vidro embaça e o mundo fica pequeno
Dá lugar ao suor nos escorrendo

Só bastou um olhar, um breve soar de voz
E eu  não enxergava mais nada
Quem poderia imaginar, eu ressignicar o nós
Ou que eu reveria anjos e fadas

E hoje eu digo que o mundo dá voltas
E quando para, para na esquina
Erra por fração de milímetros em rota
Mas que acerta ao que se destina

No fundo, talvez a gente já se conhecia
Ou tínhamos tudo para termos nos conhecido antes
Uma luz no fim do túnel, antes vazia
Preenche aquilo que parecia faltar em um instante

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias