O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.
Sou a mata em meio a selva Sou resistência, sou relva Renasço em meio a queda Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza Sou parte dos deuses e da realeza A mistura da felicidade e da tristeza Canto e recanto em silêncio Escuto os meus pensamentos Vozes que vêm do alento Preces de força, do firmamento Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço Na labuta diária, o agradecimento Na oferta e no sentimento A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias
Sutil e genial.
ResponderExcluirParabéns e um abacate, rs.