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Hologramas

Tenho vários rascunhos eternos
De frases não ditas e desenhos que não terminei
Tenho sonhos e planos fora do caderno
Folhas que não amassei, lembretes que não anotei

Lembre-se de que você é mortal antes de ir para batalha
De que não é invencível e que precisa voltar vivo para casa
E leve uma blusa que o tempo pode mudar, nunca falha
O faça o que digo e não o que faço, só mostra quem é a farsa

No silêncio dos que se foram, o verdadeiro sabor da vitória
Ainda é o de saber lidar com a espera
Temos chances ilimitadas de dar errado em atos e oratórias
E é por isso que domamos nossas feras

Quando algúem importante se vai a gente chora
Mas quando tivemos por perto, sorrimos?
Quando estamos na pior a gente pede, a gente ora
Mas quando nós temos, o que nós sentimos?

É aí que você sai da zona de conforto
E descobre que ela não é e nunca foi confortável
Daí então, entra para zona de confronto
No conflito se redescobre fora dos trilhos, mutável

Paga pra não entrar numa briga
Mas quando entra, não há quem te tira
A não ser a própria consciência 
Que respira, se concentra e absolve a ira

Há tanto tempo venho plantando e regando as sementes
E os fruto vão surgindo de Primavera à Primavera 
Eu me contento demais de ver tanta gente tão divergente
Entre a surpresa e a espera, deixo estar, atmosfera

Parece loucura encontrar alguém que possa entender a nossa loucura
Talvez seja a cura que procuramos nesse mundo repetido, em figuras

Qual é a verdadeira função de um laço?
Até onde ele suporta?
Onde ele deixa de ser nós e vira fracasso?
Quando vira nó e sufoca?

Parece utopia encontrar alguém que possa entender a nossa utopia
Sentimentos perecíveis de tristeza e alegria, horizontes e nostalgias

Qual é a verdadeira função de um laço?
Ou quem não te permite ser a sua melhor versão?
Somos tetos de vidro ou somos vasos?
Esse é o ponto final ou o de partida dessa estação?

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias