Pular para o conteúdo principal

O Terminal

Reservar o tempo
Ouvir o mar
Se guiar ao vento
Sentir, amar

Viver todas as vidas
Todas intensas e de uma vez só
Chorar as despedidas
Derrubar um castelo de dominó

Reservar o tempo
Sentir a chuva
Correr sem freio
Sumir na curva

Viver todas as vidas
Todas imensas e sem dó
Chorar as despedidas
Gritar até ficar sem voz

Como faz pra ser feliz, vida?
Mais uma vez em um estado Terminal
Vendo todas as idas e vindas
Vinte e quatro horas num saguão oval

As luzes hoje não se apagam mais
Mas é tão escuro não dormir
Onde o silencio não mais traz paz
E é tão barulhento não ouvir

Cabisbaixo, sozinho e distraído
Quantas vezes vencido, quantas outras traído?
O mar seca disfarçado no sorriso
Estufo o peito improviso e finjo ainda ter juízo

Desisti daquela velha ideia de mudar e me mudei
Desamassei o papel de onde saiu, redobrei e voei

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias