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Uma espécie de Deus

Senti a vontade de voltar
Mas não dá para ficar aqui, no pra sempre
Sou do caminhar, do viajar
Não me importo de ir pra trás ou pra frente

Mas me incomodo de não ir e ficar a esmo
Na tragédia que é arte da elite ou na comédia que é a arte da plebe
Pois todos mascaramos ter o que não temos
Somos cordeiros em pele de lobo e somos coiotes em pele de lebre

Só quem nos conhece de verdade é uma espécie de Deus
O seu, o meu e até o do ateu
Só quem nos conhece de verdade é uma espécie de Deus
O judeu, o Romeu, o que sofreu

Senti vontade de voltar
Dar alguns passos para trás para pegar um impulso
Pular como se fosse voar
Ouvir o discurso e não me incomodar com o insulto

Mas se me acomodo, é na poltrona da viagem
Fecho os olhos, ligo os fones e esvazio tudo o que há na mente
Não presto atenção na melodia ou na mensagem
Às vezes olho pela janela, pra paisagem e encosto calmamente

Só quem nos conhece de verdade é uma espécie de Deus
O que prometeu, reergueu e renasceu
Só quem nos conhece de verdade é uma espécie de Deus
O do mosteiro, o do museu e do liceu

Mas agora, sobre os seus demônios
É só você quem pode falar
Quem te distrai, te abstrai e é irônico
Que te faz estourar ou calar

Sabe, o Sol se vai sem dizer adeus, mas ele sempre volta
Às vezes não vemos a Lua partir, pois sentimos a escolta

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