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Outono...


É quando fazemos por fazer
Que amassamos o papel
É quando falamos sem querer
Que nós caímos do céu

Que você peça um pequeno milagre a seu deus
Ou junte-se a esses deuses julgando um dos seus

Empurre algum anjo para o inferno
Faça nele algum machucado interno
Deixe-o sozinho sem blusa no inverno
Diga pra ele mentiras de algo eterno

Que você peça um pequeno milagre a seu deus
Ou ouça a chuva da manhã pensando em quem morreu

Tentando imaginar onde ela possa estar
Ou ainda imaginando que ela possa te escutar
Sonhando que você ainda possa ouvi-la falar
Acreditando que algum dia vão se encontrar

Que você peça um pequeno milagre a seu deus
Ou o faça perguntas sobre o porquê tudo aconteceu

O porquê não nasceu em berço de ouro
Ou se elas usam roupas de legitimo couro
O que eles acham graça ao maltratar o touro
Por que não fez solos quando era do coro

Que você peça um pequeno milagre a seu deus
E não fique aqui lamentado sobre tudo que perdeu

Prefiro a musica que estou ouvindo
Enquanto leio a um simples livro

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias