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Teatro de Serenata

O ritmo tocou mais que a poesia em si
E os olhares soaram mais que o acorde em dó
Ré, Sol, maiores e menores a fazer sentir
Sem ti, mi, mim, pronome gaguejado, sem voz

Cantei a saudade e o saudosismo
Gritei em silencio contra o ceticismo
Só queria em meu peito seu ritmo
Em egoísmo, mecanismo de abismo

O que eu sentia e não o que sentimos
Não era mais uma resposta automática, era o sim
Deixei de lado por ti, todo o idealismo
Não era mais uma proposta matemática para mim

Apesar de toda soma, multiplicação e divisão
Era só o que eu queria toda manhã e em minha visão
Toda noite em meus ouvidos e nossa oração
Uma vida inteira feita dessa canção vinda do coração

Beijos com gosto de café e janta
Aquele abraço apertado que o corpo não se levanta
Amor que ninguém mais garanta
Aquela paz que nos liberta de todo o nó na garganta

Nos faz de nós mesmos
E não desse nós à esmo

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias