Pular para o conteúdo principal

Rasuras (Cadeias da Alma)

As ideias fogem e se apagam
Amassadas em folhas às sobras
E num canto escuro e paralelo
Fantasmas fazem suas manobras

A angustia toma o seu espaço
Refaz as lacunas de um passado
Os demônios vêm sem pacto
Dominar a mente do fracassado

Rasuras são maquinadas e jogadas fora
São anjos que caíram do céu e se revoltaram
E de pouca luz suas poesias de outrora
Traduzidas em poeiras que não se limparam

As facas atravessam a alma
Se diz forte e deita em lágrimas
Seu olhar longe, em plástica
Efeito que naturalmente se apaga

Os cortes cicatrizam em cura
Mais resistentes que sua armadura
O seu olhar aparenta loucura
Pois suas forças vêm da amargura

Seu peito recebe a nova postura
Em grito ensurdecedor de bravura
Deixa pra trás toda sua brandura
Não sei se ele ainda tem a ternura

Pois agora é outra criatura
Sem ter medo de novas aventuras
Suas armas fazem trituras
Em sua defesa um muro se figura

E na mente, o medo não se mistura
Escudos de forte espessura
De grande resguardo e sem abertura
Não é só pose, é estatura

Imóveis agora são os seus inimigos
Que sentem em sua chegada, perigo

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias