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Sol em fim de tarde

O suor escorre
O olhar sofre
E a alma morre

Um menino que corre
Mas é só pique esconde
E seu velho no porre

Pra casa agora, volte
Deixe isso no chão, solte
Na mesa, não arrote

Coma legumes e fique mais forte
Que nem o cara daquele esporte
Vamos curar, limpar esses cortes

Chegue antes das nove, acho que hoje chove
Se passar disso, vai levar um sacode
Você tem pés de pobre, mas o coração nobre

Ele tropeça e leva um capote
Mas olha pra trás como se tivesse sorte
Como se fosse Vip no camarote

Abençoa a mãe com o cordão de São Jorge
Leve do berço, mas o traga sem morte
Com o terço da santa e um quarto do cofre

Ora para que alguma hora ele retorne
Assim como a leve brisa, sopre
Supri o espaço que no peito não sobre

A maquiagem que não borre
Por favor, não chore
Faça café, antes que ele acorde

E está no coração enorme de todas as mães
No Sol de todas as manhãs
Fim de tarde, meio de madrugadas e manhas 

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias