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Teatro do Aleatório

Gatuno, um ser de hábito noturno
Às vezes de bota, às vezes coturno
E quanto tempo ficar aqui,
Esperando a hora passar?
Quanto tempo fingindo sorrir,
Esperando a pessoa certa chegar?
Águias sobrevoando, águias caçando
Águias sobrevivendo, águias saboreando

E quanto tempo sonhar e esperar o desejo se realizar?
As estrelas apenas caem e sozinhas não podem caminhar

Cães sorridentes, fiéis ao dono que não joga a bola
Cães atrás de carteiros, motos e de quem pede esmola
E quanto tempo ficar aqui,
Esperando a hora passar?
Quanto tempo fingindo sorrir,
Esperando a pessoa certa chegar?
Cães que rasgam sofás, chinelos tapetes e sacolas
Cães, melhores amigos que rapidamente vão se embora

Passa por aqui o gato de botas tortas
Aquele com o que nada se importa
Passa também a águia voadora e caçadora
Mirando entre uma vítima e outra

Logo depois um cão sem abrigo
Na rua a correr perigo, sem sair em qualquer artigo
Logo depois outro sem amigos
De certa forma de castigo, não contigo, nem comigo

A mente atrapalha os desejos de seu peito
Que em segredo tem medo de seguir um novo enredo

Uma lista cheia de relatórios
Documento bem elaborado e notório
Escondido em algum empório
Ou num desses teatros aleatórios

Ninguém passa por esse estabelecimento
Ninguém pra dividir e obter conhecimento
Grita o homem com muito fervor ao vento
E para as meras rachaduras no cimento...

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias