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Teatro do Aleatório

Gatuno, um ser de hábito noturno
Às vezes de bota, às vezes coturno
E quanto tempo ficar aqui,
Esperando a hora passar?
Quanto tempo fingindo sorrir,
Esperando a pessoa certa chegar?
Águias sobrevoando, águias caçando
Águias sobrevivendo, águias saboreando

E quanto tempo sonhar e esperar o desejo se realizar?
As estrelas apenas caem e sozinhas não podem caminhar

Cães sorridentes, fiéis ao dono que não joga a bola
Cães atrás de carteiros, motos e de quem pede esmola
E quanto tempo ficar aqui,
Esperando a hora passar?
Quanto tempo fingindo sorrir,
Esperando a pessoa certa chegar?
Cães que rasgam sofás, chinelos tapetes e sacolas
Cães, melhores amigos que rapidamente vão se embora

Passa por aqui o gato de botas tortas
Aquele com o que nada se importa
Passa também a águia voadora e caçadora
Mirando entre uma vítima e outra

Logo depois um cão sem abrigo
Na rua a correr perigo, sem sair em qualquer artigo
Logo depois outro sem amigos
De certa forma de castigo, não contigo, nem comigo

A mente atrapalha os desejos de seu peito
Que em segredo tem medo de seguir um novo enredo

Uma lista cheia de relatórios
Documento bem elaborado e notório
Escondido em algum empório
Ou num desses teatros aleatórios

Ninguém passa por esse estabelecimento
Ninguém pra dividir e obter conhecimento
Grita o homem com muito fervor ao vento
E para as meras rachaduras no cimento...

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Verdadeira Oração

Uma paz de não estar aqui Uma meditação para chorar e sorrir Um motivo de ser e sentir O corpo cobrir, a alma vestir e partir Quando o arrepio não é calafrio Quando o escuro não é sombrio Quando o silêncio não é desafio Quando distância não é hospício Faz contato com o seu Deus...

O Verbo

Você nunca vai aprender o que acha que já sabe E olha, tem sempre algo novo para explorar Você nunca vai entender nem um terço da metade Porque é preciso investigar e se aprofundar A verdade que você conhece hoje, é apenas a sua verdade Mas tem muito mais coisas do outro lado da porta Dentro do seu mundo, nunca vai compreender a realidade Viverá no raso daquele do que não conheceu lá fora Então meu caro amigo... Consegue entender isso? Mas esse é o medo de quem te controla Não é e nunca deveria ser o seu Então saia dessas amarras, se desenrola  Para ser cético não precisa ser ateu A fé é composta e muito maior do que meros dogmas e rédeas  Aprenda com a sua caminhada e não com quem inventa regras O verbo se fez carne e habitou entre nós Cheio de graça, curou a sua cegueira Sussurrou aos poucos que ouviam sua voz E disse "vai, que essa vida é passageira"

Dilê

Podem falar o que quiser Eu tenho a arte da refuta Mas eu não gasto com quem não escuta Me ponho no meu lugar de fé De boa firmeza e conduta Pois é todo dia uma nova luta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta Quem anda comigo é Dilê Sarvá meus Pais, meus Ancestrais  Que me protegem do sofrer E me guiam no caminho pela paz Podem falar o que quiser Mas se me colocar na disputa Se prepare pr'uma retórica astuta Me ponho no meu lugar de fé E se essa calmaria te frustra De meditação e respiração robusta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta (...) Mar calmo não faz bons marinheiros, eu sei Pois por onde eu ando é bem turbulento É frio e sombrio, missão que raros irão escolher Mas fazer o que? Eu disse que - Aguento!