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Burlês

Caro amigo do peito
Que sabe a poesia que me causa insônia
Ao que seja dito e feito
Um abraço e um beijo no rosto, cafonas

Caro amigo das calçadas
Dos últimos a saírem de uma festa chata
A cerveja que esquenta a lata
Observando as estrelas, olhando pro nada

Caro amigo das estradas aleatórias
Do qual paramos, desenhamos, rabiscamos, cantamos
Contamos e recontamos as histórias
Mil sem final, sem começo e o meio que nós bagunçamos

Caro amigo dos desabafos
A quem posso falar, de ouvidos altruístas
Garganta sem nó, desencargo
Mas vem sempre cigano, nômade e turista

Caro amigo dos gostos parecidos
Mas que diverge e se diverte com minhas opiniões confusas
Vem acompanhado dos esquecidos
Não nos vemos há tempos e parece que nos vimos Segunda

Raro amigo, é sempre bom te ver...

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias