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Cautês

Sobe e desce as escadas
Dizem que gente boa tem de monte
Sobe e desce as escalas
Mas que as confiáveis se escondem

E nesse ciclo de chega e sai
Poucos são os que ficam e somam
E nesse ciclo de leva e traz
Raros multiplicam e nos reformam

Somos partes de muitos
Das conexões e desapegos feitos
Somos inteiramente luto
De um imenso cemitério no peito

Peças de um quebra cabeça que se encaixam
Mas que nem sempre combinam
Geralmente, partes do corpo que se enfaixam
Em tédio e costumes que rotinam

Somos as luzes na janela
Vindos de uma conversa que nem aconteceu
Somos as luzes de uma vela
Dentro do blackout e tentando fugir do breu

Quem nos conhece
O que sabem de nós?
Quem nos descreve
O que sabem dos nós?

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias