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Não é tão complicado assim

Foi preciso ter o coração ferido
Para um dia conseguir abrir os olhos para tudo
Foi preciso errar o meu caminho
Para um dia conhecer outros atalhos do mundo

O meu outro eu, um poeta que não sabia amar
Ele preferia ouvir mentiras sinceras, ingênuo, você acredita?
Mas o meu eu presente prefere o diálogo, falar
Mesmo verdades difíceis de escutar na espera ou na despedida

Pois é, geralmente o processo é feito caminhando
Nem tudo vem pronto, e olha, se vem pronto, custa caro 
São valores e supostos valores se ressignificando 
Onde a ficção vem em demasia e o genuíno vem do raro 

Dizem que sonhar grande ou pequeno dá o mesmo trabalho
Assim como desfrutar e agradecer também, dos mínimos detalhes
O feixe de luz que te desperta, o som do silêncio no orvalho 
A Lua que te surpreende, coisas que antes pareciam bobagem, sabe? 

Eu sou do tipo respeito todas as opiniões
Menos as que não me respeitam, enfim 
As que não me dizem respeito, são lições
E o que eu teria feito, fica só para mim

Posso até aprender com o outro
Mas nunca vou dizer o que o outro tem que fazer
Talvez dar um conselho, suponho
Mas nem tudo que a gente acha certo vai acontecer 

Assuntos difíceis de lidar treinam a mente e o espírito
Dias turbulentos treinam a nossa fé e nossa oração
Exercícios pesados, treinam o nosso corpo e equilíbrio
E pessoas complicadas, treinam o nosso coração

E se a felicidade é o que tanto deseja ter
Então seja, mas também deixa o outro ser

É tão difícil assim pra você?

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Cronicas de Pietro (parte 2)

O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias