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Jardim de Inverno

Quem vê cara, não vê coração.
Quem vê o ato, não vê a decisão.
Quem vê alma, tem compaixão.
Quem vê os olhos, perde a direção.

Se precisar de uma desculpa,
Inventa e vem.
Não se preocupe com a multa,
Se passar de cem.

À pé ou de magrela,
Atravessando a antiga passarela.
Passar pela capela,
Bem cedinho te chamar na janela.

A velha cela,
Apaga a vela.
A luz é dela,
Toda parcela.

Quero um pouco de porta fechada e escuro,
Mesmo me sentindo um tanto maduro.
Colocar um pouco de meu passado no futuro,
Seguro de pular pelo muro dos impuros.

Cerveja na mesa,
Musicas inglesas.
Antigas despesas,
As novas belezas.

Mais uma primavera em meu Jardim de Inverno,
Mais uma quimera pra caçar com o caderno.
Mais longe do moderno, vim viver onde é interno,
Mais espiritual que histórias de céu e inferno.

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O cheiro de urina, Onde indigentes morrem todos os dias. Cheio de morfina, Onde indígenas dormem ao que se inicia. Um dia triste de chuva, E apenas espero a nossa Lua. Enquanto faço a curva, Eu aumento o som da música. A realidade é mais intensa do que parece E nem tudo se resume a prantos e preces Mas o olhar, Brilha igual ao chão molhado. Na volta ao lar, Observando o que está ao lado.

Mais um dia

Sou a mata em meio a selva  Sou resistência, sou relva  Renasço em meio a queda  Sou o sorriso de uma fera Risco o ponto e me sento a mesa Me concentro e clamo pela natureza  Sou parte dos deuses e da realeza  A mistura da felicidade e da tristeza  Canto e recanto em silêncio  Escuto os meus pensamentos  Vozes que vêm do alento  Preces de força, do firmamento  Estou nas velas que eu ascendo Sou as preces que ofereço  Na labuta diária, o agradecimento  Na oferta e no sentimento  A fé vem antes de receber E se torna mais forte ao agradecer  Transforma ao pertencer Revigora na evolução do eu, crescer Minhas orações não são só minhas São de quem e pra quem se confia De meus ancestrais e de meus guias Uma oração a Ogum e uma Ave Maria  Bom dia, pois é mais uma dia Entre o céu azul e a floresta cinza A respiração que enche e esvazia No sol quente e nas paredes frias